Os livros são, sim, ótimos companheiros de viagem. Para alguns, os
melhores. Então, fugindo das indicações dos últimos lançamentos, vão
algumas dicas:
Os Catadores de conchas
Os Catadores de conchas, de Rosamunde Pilcher, romance. A filha de um artista narra sua história, enquanto retrata o cotidiano numa bucólica casa de campo, onde escolheu morar, sozinha, chegada à velhice.
Em meio a ponderadas e bem-humoradas reflexões sobre as relações familiares e lúcidas análises de caráter, viaja em fragmentos de memórias, da infância ao seu agora; uma viagem que pincela, de forma cativante, as mudanças provocadas pela 2ª Guerra sobre sonhos e destinos e como, às vezes, a memória pode nos fazer retomar a vontade de lutar por sonhos abandonados.
Um ano na Provence
Um ano na Provence, de Peter Mayle. Apaixonante relato de um publicitário que se muda para a França e relata suas vivências, com as diferenças de língua, hábitos e estilo de vida da região e dá as dicas de onde e o que procurar e encontrar lá.
Os encantos descritos por Mayle neste livro já serviram de incentivo para incontáveis leitores conhecerem e igualmente se apaixonarem pela Provence. Imperdível.
O Pai Goriot
O Pai Goriot, de Honoré de Balzac (foto). É um dos 89 livros de sua Comédia
Humana e, como ele mesmo escreveu, sua obra-prima.
A história é narrada por um jovem de família empobrecida, que chega a Paris para tentar contato com prima nobre e rica. Ao se hospedar numa pensão, passa a conviver e a saber de histórias dos moradores, como do velho Goriot, suposto pai de filhas abastadas.
A maledicência em torno do velho é alvo de sua curiosidade e o leva a surpreendentes descobertas e paixões.
De profundidade e beleza inigualáveis, a narrativa expõe o ridículo e o sublime dos extremos do amor, a força e a fragilidade das ligações familiares, a amoralidade frente ao poder do dinheiro e, sobretudo, a hipocrisia humana e social.
Mar morto
Mar morto, de Jorge Amado. Verdadeira poesia em prosa, era considerado
pelo autor o melhor entre os melhores livros que escreveu. Lindo
de ler, lembrar, relembrar e reler, narra a história de amor entre dois jovens cujas vidas estão ligadas ao mar e à comunidade de pescadores em que nasceram.
Sonia Bittencourt
Publicado no Aeroporto Jornal – abril/2009