Após quase três meses de fronteiras regionais fechadas, a população da Itália está liberada para circular novamente por todo o território nacional e reabre para o turismo.
Além disso, o país derrubou a exigência de quarentena para a entrada de cidadãos provenientes do Reino Unido e dos Estados-membros do Acordo Schengen, área de livre circulação na Europa.
“Hoje tem ares de conquista, mas nós conseguimos, com o sacrifício de todos e sem esquecer as vítimas e os operadores sanitários que trabalharam de modo incrível”, disse o ministro das Relações Regionais, Francesco Boccia.
A quarentena nacional na Itália havia começado no dia 10 de março e foi determinante para o país controlar a evolução da pandemia do novo coronavírus.
Mas isso prejudicou o turismo. A primeira flexibilização no isolamento ocorreu em 14 de abril, com a reabertura de livrarias e lojas de produtos para crianças.
Em 4 de maio, o governo autorizou o retorno das atividades de manufatura e construção civil, e no dia 18, a reabertura de restaurantes, salões de beleza, lojas em geral, praias, museus e igrejas, assim como deslocamentos dentro da mesma região.
Agora, com a reabertura das fronteiras internas e europeias, o governo espera estimular o setor de turismo, um dos pilares da economia nacional, a tempo de aproveitar a temporada de verão, entre o fim de junho e agosto.
Risco de contágio
Até então, apesar das medidas de relaxamento, a curva epidêmica na Itália vem mantendo a tendência de queda, mas a restauração da livre circulação exigirá mais atenção do governo e das autoridades sanitárias.
Continuam em vigor as normas que proíbem aglomerações e exigem o uso de máscaras de proteção em locais fechados, incluindo meios de transporte – algumas regiões, como Lombardia e Friuli Veneza Giulia, determinam a utilização do dispositivo inclusive a céu aberto.
Nas estações ferroviárias, será obrigatória a medição da temperatura corporal de passageiros de trens de alta velocidade ou intermunicipais. Pessoas com mais de 37,5ºC não poderão embarcar.
Além disso, as regiões definirão protocolos para identificar e isolar eventuais novos focos de contágio o mais rapidamente possível. O Lazio, onde fica a capital Roma, por exemplo, ativou um sistema para rastrear contatos de infectados; a Sardenha, que planejava exigir um “passaporte sanitário”, lançou um questionário e uma plataforma online para turistas.
Também entrará em funcionamento na semana que vem o aplicativo “Immuni”, patrocinado pelo governo italiano para rastrear contatos com casos confirmados ou suspeitos do novo coronavírus.
“Hoje é uma data muito significativa. A partir de hoje, os italianos podem se mover por todo o país, entre todas as regiões.
Essa também é uma mensagem importante para o mundo inteiro: um país que reabre e está se preparando para voltar ao normal”, declarou o ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio.
Desde o início da pandemia, o coronavírus Sars-CoV-2 infectou mais de 230 mil pessoas no país e deixou cerca de 33,5 mil mortos
Fonte: Ansa