“O hóspede pode ficar tranquilo. Ficar num hotel é seguro do check-in ao check-out”. A frase, do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Manoel Linhares, deu o tom da entrevista coletiva on-line promovida pela Abrajet Nacional (Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo) hoje (25 de agosto) e que além de reunir jornalistas de turismo do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, contou com a presença de Orlando Kubo, presidente a ABIH-PR, Osmar Viliatti, presidente da ABIH-SC, José Reinaldo Ritter, presidente da ABIH-RS e dos hoteleiros Eduy Azevedo, diretor geral da Rede Mabu, Edson Ziolkowski, do Hotel Renar, e Juarez Tavares, diretor geral do Machadinho Thermas Resort.
Com o tema “Setor hoteleiro e sua retomada no sul do Brasil”, Linhares foi franco em afirmar que a pandemia foi “brutal para a hotelaria porque perdemos de 95 a 100% de nossos hóspedes”. E a reabertura dos hotéis no sul, que está começando, está sendo feita para buscar tentar “recuperar alguma coisa” como disse Orlando Kubo, da ABIH-PR.
Os três representantes das associações do hotéis no Sul são unânimes na avaliação da situação atual de que a reabertura é uma tentativa para reativar os negócios. E os três garantem que todos os hotéis filiados às ABIH do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul estão aptos a receber hóspedes com segurança e seguindo rígidos protocolos de segurança. Fala reforçada por Jacob Mehl, presidente da Paraná Turismo, que garante que “hotéis e restaurantes são dois pilares do turismo mais seguros, não são locais de contaminação”. E os representantes dos hotéis Mabu, Renar e Machadinho informam: está comprovado que na piscina, por ter tratamento, não se transmite do Covid-19. É um local mais do que seguro.
Os hóspedes
“Eles estão aceitando muito bem os controles de segurança”, afirma Eduy, do Mabu, completando: “Quanto mais segurança, mas à vontade o hóspede fica”. Um dos hotéis da rede é o Mabu Thermas Grand Resort, em Foz do Iguaçu, de águas termais, que recebe muitas crianças. E, sobre esses hóspedes mirins, tanto o Mabu Thermas, quanto o Machadinho Thermas, reinventaram as brincadeiras. “Agora – conta Juarez – as brincadeiras são ao ar livre”, no que é seguido por Eduy ao dizer que “estamos ensinando novas atividades como empinar pipas, pega-pega e jogar ao ar livre”.
E Edson, do Renar, de Fraiburgo, vai além: “Mostramos às crianças como seguir o protocolo, principalmente o uso das máscaras”.
O que se percebeu do depoimento de todos é que a hotelaria está se reinventando para se adaptar aos novos tempos e que a “cada dia a gente conquista um pouquinho”, fala Edson.
É consenso que “o hóspede só vai procurar o hotel que tenha protocolo de segurança”
Esses tempo na pandemia tem causado estragos no setor hoteleiro. Sem números certos para divulgar, o segmento que emprega em tempos normais 380 mil trabalhadores diretos e cerca de 1,1 milhão indiretamente, foi, segundo Manoel Linhares, “o primeiro a entrar na crise e vai ser o último a sair”.
Jacob Mehl acredita que trezentos hotéis no Brasil fecharam definitivamente, que no Paraná esse número deve estar entre cinquenta e oitenta. No Rio Grande do Sul, arrisca Ritter, até cinquenta hotéis devem fechar as portas. Em Santa Catarina, Osmar preferiu não fazer estimativa mas diz que, sim, alguns hotéis deixarão de operar.
O futuro
Com o turismo regional, de distâncias de no máximo 500 km, os hoteleiros ouvidos pela Abrajet imaginam que por “as pessoas estarem ávidas para sair de casa”, na avaliação de Edson, esse será um nicho de mercado a ser explorado. Mesmo assim, o presidente Manoel vaticina que o “turismo de lazer só vá se recuperar em dois anos e o de negócios entre 3 e 4 anos”. O que significa, para Jacob, que o setor terá um prejuízo de R$ 60 bilhões. “É uma crise sem precedentes”, desabafa.
Mas essa retomada regional vai depender muito das prefeituras. “Falta – destaca o presidente da Paraná Turismo – uma uniformidade de decisões. Hoje você tem um município do lado do seu com tudo fechado enquanto onde você mora está aberto. Fica difícil viajar assim”.
Por enquanto os hotéis convivem com ocupações baixas. Para um hotel pagar as contas, a ocupação tem que ser de no mínimo 50%, mas hoje a maioria trabalha com 10% de lotação. Manoel diz que “hotel não pode viver apenas de oito dias por mês”.
A esperança é que por ter o Sul destinos consagrados e as distâncias entre os atrativos não serem tão longas, a hotelaria dos três Estados possa superar com menos sacrifício esse período difícil.
O que todos afirmam, seja dirigentes da Associação dos Hotéis, como hoteleiros, é que esses espaços são seguros e, como disse Eduy, do Mabu, “todos os procedimentos de segurança e seus custos não estão sendo repassados às diárias”.
Então, pode programar a sua viagem! Porque hotel é seguro do check-in ao check-out.