Lançada há exatos dois anos, a nova geração do Honda City, em especial a versão Hatchback, ainda tem dificuldade em alcançar uma melhor posição no mercado. Conquistar os antigos donos dos Honda Fit e WRV que foram descontinuados é uma de suas missões.

A Now Boarding recebeu para teste uma das primeiras unidades fabricadas, a versão Touring, ano 2022, na cor cinza Grafeno, que novo, custa hoje R$ 138.600. Enfatizo que apesar de ser uma das primeiras unidades, os modelos 2023 e 2024 não tiveram alterações.

Com mais de 23 mil km e já tendo passado pela mão de dezenas de jornalistas e youtubers que fazem tudo o que podem e até o que não podem com o carro, fiquei curioso para ver como ele estava, e para minha surpresa, estava íntegro. Isto demostra o quanto o carro é bem construído.

Quanto aos antigos donos de Fit e WRV que apreciavam e se acostumaram com um carro mais alto e com bons ângulos de entrada e saída, não há o que fazer, ficaram órfãos. Ao menos o fabuloso sistema Magic Seat de posicionamento e rebatimento dos bancos continua presente e é formidável.

No City, apesar de você ter uma boa posição de dirigir, entrar e sair com o carro requer um esforço maior. Entradas e saídas de garagens que tenham rampas e em certas lombadas, é preciso tomar cuidado e mesmo assim você pode acabar raspando a parte inferior do para-choque.

Já nos quesitos de desempenho e economia, o novo motor em alumínio 1.5L DOHC i-VTEC com Injeção Direta, 126 cv e 15,8 kgf de torque, em conjunto com o câmbio CVT com Paddle Shifts que simula até 7 marchas, além de obter um consumo excepcional, faz o freio motor atuar de modo inteligente nas decidas de serra aumentando a segurança e poupando os freios. Possui três modos de condução: normal, econômico e sport. Talvez por estas qualidades o tanque de combustível que fica embaixo dos bancos dianteiros, tenha somente 39,5 litros, pois a autonomia em estrada chega fácil a 650 km.

Na estrada a partir dos 80 km/h o ruído de rolagem dos pneus invade a cabine e nem mesmo o ótimo sistema de som com 8 alto-falantes é capaz de atenuar. Culpa em parte dos pneus Bridgestone Ecopia 185/55R16, já com mais de meia vida, e sim, da falta de um melhor isolamento acústico nas caixas de roda. Na cidade o ruído de rodagem não incomoda e você pode aproveitar todos os mimos que o carro oferece.

Quanto à segurança, além dos itens previstos em lei, são 6 airbags e o Honda Sense conta com o piloto automático adaptativo a partir dos 30 km/h, sistema de permanência em faixa que detecta as faixas de rodagem e ajusta a direção com o objetivo de auxiliar o motorista a manter o veículo centralizado nas faixas que devem estar bem pintadas e conservadas, sistema de frenagem automática, que detecta uma possível colisão e atua nos freios, sistema que detecta saída involuntária da faixa trazendo o veículo de volta. Também está incluso o farol alto automático que ajusta o faixo do farol full led, caso seja detectado um carro vindo.

O sistema de alerta de ponto cego, na Honda nomeado como Lane Watch, consiste em uma câmera no espelho da porta do passageiro que quando o pisca é acionado para a direita, mostra a imagem lateral traseira do carro na central multimídia. Funciona muito bem, mas quando o pisca é para o lado esquerdo, você que se vire.

Tudo isso são auxílios ao motorista que deve sempre estar atento às condições de rodagem pois o sistema pode não funcionar a contento caso as condições da pista não estejam de acordo. Como nem tudo é perfeito, muito menos nos automóveis, o espelho retrovisor não é fotocrômico. Inexplicável e imperdoável.

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O painel tem uma tela digital de 7’, totalmente configurável com uma das melhores leituras dos carros atuais deste padrão, inclusive com um dimmer que atua tanto na tela digital quanto no velocímetro.

A multimídia com tela de 8’ é rápida e possui botões físicos, o que ajuda bastante, e possui espelhamento sem fio para o Android Auto e o Apple Car Play. Somente o visual das funções poderia ser aprimorado para não parecer, para alguns, de segunda linha. O ar-condicionado digital e automático é posicionado logo abaixo. Eficiente e com design minimalista tem também saída para os ocupantes do banco traseiro, que por sua vez, possui um dos melhores espaços internos para os passageiros.

O porta-malas tem 268 l e se você não precisar levar cinco passageiros, o Magic Seat resolverá o problema de espaço.

Neste teste rodamos 381,7 km e abastecido com gasolina comum, fez a média de 11,17 km/l na cidade e 18,65 km/l na estrada. O veículo foi cedido pela fábrica.

Carlos Fernando Schrappe Borges, com fotos

 

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