O Geopark do Araripe, 500 km ao Sul de Fortaleza, é local onde a visita rende conhecimento de valor geológico e paleontológico. Ele é o único a fazer parte, desde 20006, da Rede Global de Geoparques (GGN). Joana Sanchez, representante da Comissão de Geoparques da Sociedade Brasileira de Geologia (SBG) e professora da Universidade Federal de Goiás (UFG), diz que “a bacia do Araripe conta com a maior larga strata de fósseis, é impressionante todas as camadas de rochas apresentarem algum tipo de fóssil e contarem uma história geológica fenomenal. Ser reconhecido como geoparque Unesco traz um status de que temos potencial, temos história e conhecimento e nos coloca no mesmo patamar que todos os locais do mundo”.

O local – que leva esse nome pelo seu território fazer parte da Bacia Sedimentar do Araripe – tem 3.789 km² distribuídos pelos municípios de Barbalha, Crato, Juazeiro do Norte, Missão Velha, Nova Olinda e Santana do Cariri, no Ceará. O geoparque faz parte de uma região muito importante para registro geológico do período Cretáceo, com destaque para seu conteúdo paleontológico, com registros entre 150 e 90 milhões de anos, que apresenta um excepcional estado de preservação e revela uma enorme diversidade paleobiológica.

O Geopark do Araripe tem como um de objetivos o setor de educação ambiental que proporciona à população local e aos visitantes, oportunidades de conhecer e compreender os estudos e tudo que acontece dentro do parque. Ali estão conservados os sítios de maior relevância geológica e paleontológica, territorialmente denominados geossítios.

Geopark do Araripe representado pela linha vermelha no mapa do Ceará. Foto: Arquivo SGB-CPRM

Floresta petrificada

Todos os municípios envolvidos com o geoparque têm um potencial enorme para o turismo, no entanto, a região que se destaca é a do Cariri, que vem cada vez mais se consolidando como destino para turistas por conta de todas as suas qualidades e diversidades de atrações, que vão desde a parte cultural até o turismo religioso e natural.

Dentro do Geoparque existem nove geossítios que os visitantes podem conhecer. Geossítios são locais bem delimitados graficamente e que concentram formações geológicas com grande valor. Por exemplo, o Geossítio Floresta Petrificada do Cariri, local onde se encontram fragmentos de troncos petrificados com aproximadamente 145 milhões de anos.

A descoberta paleontológica mais recente e significativa do Brasil é da Bacia do Araripe. O fóssil Ubirajara jubatus, um dinossauro de 120 milhões de anos, que habitava o Nordeste do Brasil. O governo brasileiro busca a repatriação do fóssil, que atualmente se encontra em um museu no Sudoeste da Alemanha. Os pesquisadores estrangeiros se negam a devolver o exemplar que carrega a evidência do primeiro dinossauro com penas.

Geossítio Floresta Petrificada do Cariri. Foto: Luis Carlos Bastos Freitas/SGB-CPRM

E não é o primeiro caso. Em 2019, sete fósseis procedentes da Bacia do Araripe, que foram apreendidos na Colômbia em 2017, foram repatriados, com ajuda do Serviço Geológico Colombiano e entregues ao Serviço Geológico do Brasil. As amostras foram entregues ao Museu de Ciências da Terra, que abriga a maior coleção de fósseis da América Latina.

Para a experiência de visitação seja enriquecedora, a recomendação é a contratação de um profissional guia de turismo ou de uma agência de turismo locais, destacadamente as localizadas em Barbalha, Nova Olinda e Santana do Cariri.

Fonte: Assessoria de Imprensa do Serviço Geológico do Brasil

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