A Sicília, região da Itália, vai restituir à Grécia de forma definitiva um fragmento de mármore do Partenon, antigo templo que coroa a Acrópole de Atenas para a Grécia.

Trata-se de uma placa que retrata um dos pés e as dobras do vestido de uma deusa, provavelmente Ártemis ou Peito, e que está em exibição hoje no Museu Arqueológico Regional Antonino Salinas, de Palermo.

Em troca, a Grécia enviará à Itália duas peças do Museu da Acrópole: uma estátua acéfala de Atena e uma ânfora geométrica, datadas do fim do século 5 a.C. e da primeira metade do século 8 a.C., respectivamente.

O acordo foi fechado pelo secretário de Cultura da Sicília, Alberto Samonà, e pela ministra grega da Cultura, Lina Mendoni, e tem um prazo de quatro anos, renovável por outros quatro. Além disso, o pacto prevê a realização de iniciativas conjuntas entre os dois museus.

Agora, o governo da Sicília aprovou o “descomissionamento” da peça, ou seja, o procedimento técnico necessário para sua restituição definitiva a Atenas. Nas últimas semanas, a região já havia obtido o parecer positivo da Advocacia-Geral do Estado e do Ministério da Cultura.

A aprovação da cessão definitiva pode dar novo impulso ao pleito de Atenas para reaver os mármores do Partenon tirados de seu território durante a dominação otomana, incluindo 15 painéis e 17 esculturas em exibição no Museu Britânico, em Londres.

Repatriação de mármores

A peça em questão fazia parte da coleção do diplomata inglês Robert Fagan (1761-1816), que passou a maior parte de sua carreira em Roma e na Sicília. Esse acervo foi comprado pela Universidade de Palermo em 1820.

“A restituição à Grécia do fragmento do Partenon que retrata os pés de Ártemis é um passo fundamental de nossa política de diplomacia cultural e sanciona um princípio inequívoco das relações entre Estados: os bens subtraídos do patrimônio de um país devem ser restituídos”, disse o ministro italiano da Cultura, Dario Franceschini.

Atenas também pleiteia a repatriação de mármores (quinze painéis e dezessete esculturas) do Partenon em exibição no Museu Britânico, em Londres, mas o governo do Reino Unido rechaça essa hipótese.

Tanto o gabinete do premiê Boris Johnson quanto a instituição cultural alegam que as peças foram adquiridas “legalmente” no início do século 19 pelo então conde de Elgin, Thomas Bruce, que era embaixador no Império Otomano, ao qual a Grécia pertencia.

No entanto, em setembro passado, uma comissão intergovernamental da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) instou o Reino Unido a “rever sua posição e abrir um diálogo de boa fé” com o governo grego.

Fonte: Ansa

Atualizada em 20/maio/2022

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