Dizem que o oceano é tão profundo que o homem jamais conseguirá chegar lá embaixo. Mas para que toda a curiosidade pelos mistérios do submundo dos mares quando pouco nos conectamos com os encantos da superfície? Deixe-me explicar: há alguns anos, encantei-me pelo ecoturismo com a EcológicaTur, agência de viagens que promove o conhecimento da natureza e biologia em destinos lindíssimos. Descobri que gosto de ir visitar os bichinhos nos seus habitats naturais. E aí, fui fazer observação de Baleias Francas na Praia do Rosa (Santa Catarina).

Foi paixão à primeira avistagem. Desde então, e isso faz quatro anos, faço o roteiro anualmente. Falta as Baleias Francas me convidarem para as excursões delas à Antártida. Ou de repente, já posso começar a nomeá-las. Mas como deveríamos apelidar as baleias? Joana, Marta? Baleio Joaquim?

A Praia do Rosa é um berçário natural de uma certa população de Baleias Francas que vêm da Antártida no período reprodutivo (julho a novembro, sendo o pico de agosto a outubro). É quando viajamos para conhece-las. As águas do Rosa são muito mais quentes e, portanto, mais propícias ao nascimento de baleinhas. Além disto, os adultos gostam mesmo é de reproduzir aqui – a Antártida não deve dar clima.

As gorduchas

A Baleia Franca é negra com barriguinha branca e pode passar dos 18 metros de comprimento e 60 toneladas. O que caracteriza bastante estas baleias (ou “gorduchas”, segundo a bióloga e sócia da EcológicaTur Catia Zela de Sá), são as calosidades na região da cabeça. Tratam-se de grupos de crustáceos que se estabelecem ali. Eles colonizam suas baleias e parece que, mesmo sendo parasitas, convivem em harmonia com elas.

A migração da Antártida à América do Sul não é nada fácil. As baleias fazem uma pesada dieta de engorda para suportarem os gastos energéticos da viagem. Saem de casa com uma capa de gordura que chega a 50 centímetros de espessura. Numa só migração, chegam a perder 30% do volume corpóreo. Chegam aqui, amamentam os bebês-baleios e educam também os filhotes mais velhos e se prepararem para o retorno. Em casa, chegarão todas esbeltas.

Chegando ao berçário, é só diversão. Nós, espectadores, sempre avistamos mães com filhotes, que se comportam como legítimas crianças alegres e serelepes. É comum observar o pulo de uma baleia adulta e, em seguida, do filhote. O filho reproduz o comportamento dos adultos. Definitivamente, baleias são mamíferos.

Dicas

Logo na primeira vez em que fiz o roteiro, já aprendi a identificar as baleias de longe. Treinar o olhar exige determinação, então vou adiantar algumas dicas:

  1. As baleias são pontinhos pretos no oceano, que para os leigos, se confundem com alguns reflexos do sol, pedras ou barquinhos – eu ainda tenho certa dificuldade em diferenciar todos estes agentes;
  2. O borrifo: de tantos em tantos minutos, elas vêm tomar um ar na superfície e esguicham vapor pelo orifício respirador. Acontece que na Baleia Franca, o borrifo é em formato de V e pode ser ouvido a centenas de metros. Os borrifos são constantes;
  3. Observe se há um filhote ao lado da sua baleia. Se ela saltou, eu te garanto que ele vai saltar logo em seguida.
  4. Aproveite a viagem para também observar golfinhos. Sim, eles também ficam por lá, e muito bem acompanhados de tartarugas marinhas e, com sorte, pinguins e leões-marinhos que se perdem nas correntes marítimas.

As dicas são ótimas e funcionais, mas você só vai utilizá-las no café da manhã e almoço. Isto porque o passeio de avistagem é feito em embarcação apropriada. E a magia continua: a Baleia Franca é dócil e sociável. Como adora papear com um humano, costuma se aproximar bastante do barco.

Respeitando a legislação, os motores são desligados quando a embarcação se aproxima dos animais. No mar também tem privacidade e Lei do Silêncio, né (imagine que saco se o jardineiro ligasse o cortador de grama o tempo todo no nosso quintal – deve ser parecido). Só que aí, a baleia vem fazer um social e chega pertinho da gente. É lindo!

Roteiro

O pacote “Observação de Baleia Franca embarcada na Praia do Rosa” da EcológicaTur é realizado em parceria com o Instituto Baleia Franca (IBF), que nos cedeu a foto de capa. Dura um fim de semana e inclui transporte em ônibus semi-leito a partir de Curitiba, hospedagem com café da manhã no paradisíaco EcoResort Vida Sol e Mar, trilha na Praia do Rosa (a vista é bucólica), passeio embarcado para observação de Baleias (idade mínima de 6 anos) e palestra sobre Baleias Francas com bióloga do Instituto Baleia Franca.

Guias locais e a Equipe EcológicaTur acompanham todo o roteiro. A Catia está sempre presente para garantir que a viagem provoque suspiros em todos os ecoaventureiros.

Linha do tempo: caça da Baleia Franca

Até meados de 1970, a Baleia Franca foi muito visada por caçadores. O óleo era utilizado na construção civil, nas lamparinas da iluminação pública e em cosméticos. As barbatanas eram utilizadas na confecção de espartilhos e os enormes dentes se transformavam em peças decorativas.

Na década de 1920, a caça comercial foi agravada com a invenção do arpão com granada explosiva. A procura pelos animais foi tão grande, que os caçadores passaram a realizar a captura com um navio-fábrica na costa de Santa Catarina.

Em 1973, foi morta a última Baleia Franca em Imbituba. O animal tinha 14 metros de comprimento. O período da caça foi tão prejudicial à espécie, que ainda hoje as baleias não alcançam as medidas que costumavam ter antigamente. Por isto, a preservação é tão importante.

Instituto Baleia Franca

Interessado na preservação da espécie, o IBF desenvolve diversos projetos e programas para mantê-la. Ainda por consequência da caça de antigamente, as populações de Baleias Francas são reduzidas hoje em dia. O trabalho para que elas se mantenham e aumentem é incessante.

As biólogas do Instituto estão imersas no Programa de Monitoramento da Baleia Franca. Faça chuva ou faça sol, elas acompanham, estudam, analisam dados e produzem relatórios científicos. A gente conhece o trabalho delas durante a viagem – façam amizade com a Gabi, que além de querida, é uma enciclopédia de baleias.

Daniella Bittencourt Féder

Publicado no Aeroporto Jornal – agosto/2016

Right Whale Watching at Praia do Rosa

Daniella Bittencourt Féder

They say the ocean is so deep that man will never be able to get down there. But why all the curiosity about the mysteries of the underworld of the seas when we have little connection with the charms of the surface?

Let me explain: a few years ago, I was enchanted by ecotourism with EcológicaTur, a travel agency that promotes knowledge of nature and biology in beautiful destinations. I discovered that I like to visit the animals in their natural habitats. And then, I went to observe Right Whales in Praia do Rosa (Santa Catarina).

It was passion at the first sighting. Since then, and it’s been four years, I’ve written the script annually. The Right Whales need to invite me to their excursions to Antarctica. Or suddenly I can start naming them. But how should we nickname the whales? Joanna, Martha? Whale Joaquim?

Photo: Cátia Zela de Sá

Praia do Rosa is a natural nursery for a certain population of Right Whales that come from Antarctica in the reproductive period (July to November, the peak being from August to October). That’s when we travel to meet them. The waters of the Rosa are much warmer and, therefore, more suitable for the birth of whales. What’s more, adults really like to play here – Antarctica shouldn’t be a climate.

The fat girls

The Right Whale is black with a white belly and can exceed 18 meters in length and 60 tons. What characterizes these whales (or “fatty”, according to biologist and Ecológica Tur partner Catia Zela de Sá) are the calluses in the region of the head. These are groups of crustaceans that settle there. They colonize their whales and it seems that, even though they are parasites, they live in harmony with them.

The migration from Antarctica to South America is not easy. Whales make a heavy fattening diet to support the energy expenditure of the trip. They leave the house with a layer of fat that reaches 50 centimeters thick. In a single migration, they even lose 30% of their body volume. They arrive here, breastfeed the whale babies and also educate the older puppies and prepare for their return. At home, they will all arrive slender.

Getting to the nursery is just fun. We, spectators, always see mothers with cubs, who behave like legitimate happy children and chipmunks. It is common to see an adult whale jump and then a calf. The child reproduces the behavior of adults. Definitely whales are mammals.

Right from the first time I made the script, I already learned to identify whales from afar. Training your eyes requires determination, so I’ll give you a few tips:

1. Whales are little black dots in the ocean, which for the uninitiated, are confused with some reflections of the sun, rocks or small boats – I still have some difficulty in differentiating all these agents;
2. The spray: every few minutes, they come to take some air on the surface and squirt steam through the breathing hole. It turns out that in Baleia Franca, the spray is V-shaped and can be heard from hundreds of meters away. The spray is constant;
3. Look for a calf next to your whale. If she jumped, I guarantee you he’ll jump right away.
4. Take advantage of the trip to also observe dolphins. Yes, they are there too, and very well accompanied by sea turtles and, with luck, penguins and sea lions that get lost in the sea currents.

The tips are great and functional, but you will only use them for breakfast and lunch. This is because the sighting tour is done in an appropriate vessel. And the magic continues: the Whale Franca is docile and sociable. As he loves chatting with a human, he usually gets very close to the boat.

In compliance with the legislation, the engines are turned off when the vessel approaches the animals. At sea there is also privacy and the Law of Silence, right (imagine what a bag if the gardener turned on the lawn mower all the time in our backyard – it must be similar). But then, the whale comes to socialize and gets close to us. It’s beautiful!

Road map

The package “Observação de Baleia Franca embarked at Praia do Rosa” by EcológicaTur is carried out in partnership with the Instituto Baleia Franca (IBF), which gave us the cover photo. It lasts a weekend and includes transportation in a semi-sleeper bus from Curitiba, accommodation with breakfast at the paradisiacal EcoResort Vida Sol e Mar, a trail at Praia do Rosa (the view is bucolic), a boat tour for whale watching ( at least 6 years old) and a lecture on Baleias Francas with a biologist from Instituto Baleia Franca.

Local guides and the Ecological Tur team accompany the entire itinerary. Catia is always present to ensure that the trip brings sighs to all eco-adventurers.

Timeline: Hunting the Right Whale

Until the mid-1970s, the Right Whale was heavily targeted by hunters. The oil was used in civil construction, street lamps and cosmetics. The fins were used in the making of corsets and the huge teeth were transformed into decorative pieces.

In the 1920s, commercial hunting was aggravated with the invention of the explosive grenade harpoon. The demand for the animals was so great that hunters started to capture them with a factory ship off the coast of Santa Catarina.
In 1973, the last Right Whale was killed in Imbituba. The animal was 14 meters long. The hunting period was so harmful to the species that even today the whales do not reach the measures they used to have in the past. This is why preservation is so important.

Whale Franca Institute

Interested in preserving the species, the IBF develops several projects and programs to maintain it. Also as a result of hunting in the past, populations of Right Whales are now reduced. The work for them to be maintained and increased is incessant.

The Institute’s biologists are immersed in the Right Whale Monitoring Program. Rain or shine, they follow, study, analyze data and produce scientific reports. We get to know their work during the trip – make friends with Gabi, who is not only dear, but also an encyclopedia of whales.

Avistamiento de ballenas francas en Praia do Rosa

Daniella Bittencourt Féder

Dicen que el océano es tan profundo que el hombre nunca podrá bajar allí. Pero, ¿por qué toda la curiosidad por los misterios del inframundo de los mares cuando tenemos poca conexión con los encantos de la superficie?

Déjame explicarte: hace unos años, me encantó el ecoturismo con EcológicaTur, una agencia de viajes que promueve el conocimiento de la naturaleza y la biología en hermosos destinos. Descubrí que me gusta visitar a los animales en sus hábitats naturales. Y luego, fui a observar ballenas francas en Praia do Rosa (Santa Catarina).

Fue pasión al primer avistamiento. Desde entonces, y han pasado cuatro años, he escrito el guión anualmente. Las ballenas francas necesitan invitarme a sus excursiones a la Antártida. O de repente puedo empezar a nombrarlos. Pero, ¿cómo debemos apodar a las ballenas? ¿Joanna, Martha? Ballena Joaquim?

Praia do Rosa es un vivero natural de una determinada población de ballenas francas que provienen de la Antártida en el período reproductivo (julio a noviembre, siendo el pico de agosto a octubre). Ahí es cuando viajamos para encontrarnos con ellos. Las aguas de la Rosa son mucho más cálidas y, por tanto, más aptas para el nacimiento de ballenas. Es más, a los adultos les gusta mucho jugar aquí: la Antártida no debería ser un clima.

Las chicas gordas

La ballena franca es de color negro con el vientre blanco y puede superar los 18 metros de longitud y las 60 toneladas. Lo que caracteriza a estas ballenas (o “gordas”, según la bióloga y socia de Ecológica Tur Catia Zela de Sá) son los callos en la región de la cabeza. Son grupos de crustáceos que se asientan allí. Colonizan sus ballenas y parece que, aunque son parásitos, viven en armonía con ellas.

La migración de la Antártida a América del Sur no es fácil. Las ballenas realizan una dieta de engorde pesada para apoyar el gasto energético del viaje. Salen de casa con una capa de grasa que alcanza los 50 centímetros de grosor. En una sola migración, incluso pierden el 30% de su volumen corporal. Llegan aquí, amamantan a las crías de ballena y también educan a los cachorros mayores y se preparan para su regreso. A casa, todos llegarán delgados.

Llegar a la guardería es divertido. Nosotros, espectadores, siempre vemos madres con cachorros, que se comportan como legítimos niños felices y serelepes. Es común ver saltar una ballena adulta y luego una cría. El niño reproduce el comportamiento de los adultos. Definitivamente las ballenas son mamíferos.

Desde la primera vez que hice el guión, ya aprendí a identificar las ballenas desde lejos. Entrenar la vista requiere determinación, así que te daré algunos consejos:

1. Las ballenas son pequeños puntos negros en el océano, que, para los profanos, se confunden con algunos reflejos del sol, rocas o pequeñas embarcaciones; todavía tengo alguna dificultad para diferenciar todos estos agentes;
2. El spray: cada pocos minutos, vienen a tomar un poco de aire en la superficie y arrojan vapor por el orificio de respiración. Resulta que en Baleia Franca, el chorro tiene forma de V y se puede escuchar a cientos de metros de distancia. El rocío es constante;
3. Busque una cría junto a su ballena. Si ella saltó, te garantizo que él saltará de inmediato.
4. Aproveche el viaje para observar también delfines. Sí, ellos también están, y muy bien acompañados de tortugas marinas y, con suerte, pingüinos y lobos marinos que se pierden en las corrientes marinas.

Los consejos son geniales y funcionales, pero solo los usará para el desayuno y el almuerzo. Esto se debe a que el recorrido de avistamiento se realiza en una embarcación adecuada. Y la magia continúa: la Ballena Franca es dócil y sociable. Como le encanta charlar con un humano, suele acercarse mucho al barco.

De acuerdo con la legislación, los motores se apagan cuando el barco se acerca a los animales. En el mar también hay privacidad y la Ley del Silencio, cierto (imagínense qué bolsa si el jardinero encendiera la cortadora de césped todo el tiempo en nuestro patio trasero, debe ser similar). Pero luego, la ballena viene a socializar y se acerca a nosotros. ¡Es bonito!

Mapa vial

El paquete “Observação de Baleia Franca embarcado en Praia do Rosa” por EcológicaTur se realiza en colaboración con el Instituto Baleia Franca (IBF), que nos dio la foto de portada. Dura un fin de semana e incluye transporte en bus semi-cama desde Curitiba, alojamiento con desayuno en el paradisíaco EcoResort Vida Sol e Mar, un sendero en Praia do Rosa (la vista es bucólica), un paseo en bote para avistamiento de ballenas (al menos 6 años) y una conferencia sobre Baleias Francas con un biólogo del Instituto Baleia Franca.

Los guías locales y el equipo de Ecological Tur acompañan todo el itinerario. Catia está siempre presente para asegurar que el viaje dé suspiros a todos los ecoaventureros.

Cronología: Cazando la ballena franca

Hasta mediados de la década de 1970, la ballena franca fue un gran objetivo de los cazadores. El aceite se utilizó en construcción civil, farolas y cosmética. Las aletas se utilizaron en la fabricación de corsés y los enormes dientes se transformaron en piezas decorativas.

En la década de 1920, la caza comercial se vio agravada con la invención del arpón con granadas explosivas. La demanda de los animales fue tan grande que los cazadores comenzaron a capturarlos con un barco factoría frente a las costas de Santa Catarina.

En 1973, la última ballena franca fue asesinada en Imbituba. El animal medía 14 metros de largo. El período de caza fue tan dañino para la especie que aún hoy las ballenas no alcanzan las medidas que tenían en el pasado. Por eso la preservación es tan importante.

Instituto Whale Franca

Interesada en preservar la especie, la IBF desarrolla varios proyectos y programas para mantenerla. También como resultado de la caza en el pasado, las poblaciones de ballenas francas ahora se reducen. El trabajo para que se mantengan y aumenten es incesante.

Los biólogos del Instituto están inmersos en el Programa de Monitoreo de Ballenas Francas. Llueva o truene, siguen, estudian, analizan datos y producen informes científicos. Conocemos su trabajo durante el viaje: nos hacemos amigos de Gabi, que no solo es querido, sino también una enciclopedia de ballenas.

 

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