O afroturismo é uma vertente do turismo tradicional que busca dar destaque à cultura negra, ressaltando pontos turísticos que resgatam fatos que influenciaram a formação da cultura brasileira.

De acordo com o IBGE, 56% da população do Brasil é negra e, portanto, olhar para o turismo étnico afro é essencial para retratar a história do país.

São Paulo, capital

Em São Paulo é possível visitar o Museu Afro, localizado no Parque Ibirapuera, e que traz a perspectiva africana na formação da cultura brasileira. O acervo do museu é composto por mais de seis mil obras, entre gravuras, pinturas, documentos e objetos etnográficos.

No centro histórico de São Paulo, vale a visita na Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte, construída em 1728 pela Irmandade dos Homens Pardos da Nossa Senhora da Boa Morte. Foi nesta igreja que, pela primeira vez, pessoas negras e brancas se sentaram lado a lado em uma igreja em São Paulo.

Rio de Janeiro, capital

A capital carioca abriga o Cais do Valongo, um antigo cais localizado na zona portuária da cidade em que era realizado o desembarque de escravizados recém-chegados ao Brasil. O lugar é um sítio arqueológico, além de ser considerado um dos locais mais importantes da América do Sul relacionados à chegada de africanos escravizados.

A poucos metros dali, há a Pedra do Sal, nome recebido por ser onde os escravizados descarregavam o sal, usado como moeda de troca na época. No entanto, a região também é conhecida por ter sido o local em que os escravos eram vendidos. Atualmente, a Pedra do Sal é famosa por sediar a roda de samba mais famosa da cidade.

Ainda nas proximidades, há o Memorial dos Pretos Novos, popularmente conhecido como Cemitérios dos Pretos Novos. Entre 1769 e 1830 o local funcionou como um cemitério de escravizados, sendo considerado o maior cemitério deste gênero nas Américas. Atualmente o local funciona como um centro cultural e tem como objetivo resgatar a história da cultura africana na cidade.

Salvador, Bahia

Salvador é conhecida como a capital com a maior população negra no país, além de ser um lugar de preservação da cultura africana. Localizado no Centro Histórico de Salvador, o bairro do Pelourinho ganha destaque com as opções de passeio que oferece. Ele abriga o Museu Afro-Brasileiro, que conta com um acervo com mais de 1,1 mil peças da cultura africana, incluindo instrumentos musicais e cerâmicas. O bairro também conta com diversos restaurantes para aqueles que desejam experimentar os pratos típicos da culinária afro-brasileira.

Museu Afro-Brasileiro

Museu Afro-Brasileiro. Foto: UFBA

Para os amantes de arte, o passeio de pedalinho pelo Dique de Tororó é uma opção diferente e bastante divertida. O Dique é o único manancial natural da cidade de Salvador e foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Ele abriga oito esculturas dos orixás cultuados nas religiões afro-brasileiras.

São Luís, Maranhão

São Luís é a segunda capital do Brasil com maior população negra. A cidade abriga o Museu Cafuá das Mercês, também conhecido como Museu do Negro, localizado no centro histórico. O espaço era um antigo mercado de escravos e seu acervo conta com instrumentos musicais, vestimentas e outros itens referentes à história da época.

Também vale a pena visitar as casas religiosas de Tambor de Mina, religião afro-brasileira bastante praticada nas regiões Norte e Nordeste do país. Ganham destaque os dois terreiros mais antigos dessa denominação religiosa, no centro histórico de São Luís: Casa das Minas – Jeje e Casa de Nagô, ambas fundadas por africanos em meados do século passado.

Ouro Preto, Minas Gerais

Ouro Preto é considerada umas das principais rotas para quem deseja explorar a cultura negra no país.

No auge do ciclo do ouro, a cidade abrigou inúmeros escravizados que foram os responsáveis pela construção dos casarões antigos e das igrejas que tornaram a cidade um patrimônio cultural da humanidade.

O passeio pela Mina Du Veloso, uma tradicional mina de ouro do século 18, mostra ao longo de todo o trajeto marcas dos trabalhos feitos pelos mineradores escravos na época.

O Museu Casa dos Contos, também do século 18, preserva uma construção feita em estilo barroco mineiro. Nele há uma sala que reúne mais de dois milhões de documentos originais da época do Ciclo do Ouro. Uma segunda sala abriga a Casa de Fundição, que retrata como era feito o processo de fundição e cunhagem do ouro. No porão da casa, local em que funcionava uma antiga senzala, são expostas diversas peças que retratam a era da escravidão.

Por fim, também vale a visita na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Recife, Pernambuco

Recife também é um destino importante para explorar o turismo étnico.

No Pátio do Carmo há o monumento de Zumbi dos Palmares, que celebra a memória do principal líder do Quilombo dos Palmares.

Assim como São Paulo e Ouro Preto, a cidade também conta com a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. O local foi palco das coroações das rainhas de maracatus no século 17.

Já o Pátio do Terço, localizado em frente à igreja, é responsável por um dos momentos mais famosos do carnaval pernambucano: a Noite dos Tambores Silenciosos, cerimônia para reverenciar ancestrais africanos que sofreram com a escravidão durante o Brasil Colônia.

Todos esses destinos podem ser acessados por via rodoviária.

Fonte: Assessoria de Imprensa

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