Os Estados do Amazonas e de Roraima guardam três montanhas consideradas sagradas pelos povos indígenas, que atraem turistas e aventureiros de todo o mundo.
No Amazonas, o Yaripo, a montanha sagrada dos yanomamis, morada dos espíritos guardiã desse povo, que significa Montanha do Vento, é o ponto mais alto do território brasileiro, com 2.995,30 metros de altura. É conhecido pelos “brancos” como o Pico da Neblina.
Localizado na Serra do Imeri, norte do Amazonas, no coração da selva amazônica, próximo da divisa com a Venezuela, a montanha ficou fechada para visitação desde 2010.
O local que sempre foi procurado por aventureiros e alpinistas que buscam chegar ao cume da montanha mais alta das Américas fora a Cordilheira dos Andes foi, enfim, reaberto ao público, depois de cinco anos de estudos para um plano de visitação que não tenha impacto ambiental.
A Funai, ICMBio e Yanomamis (AYRCA – Associação Yanomami do Rio Cauburis e Afluentes) selecionaram num rigoroso processo apenas três agências para trabalhar com grupos de turistas na região que, além de ser território indígena, é também parque de conservação nacional.
Mesmo com a liberação, fortes restrições continuam, como o número de pessoas por grupo de expedição, que não poderá ser superior a dez e as saídas das expedições tem que ser mensais. Uma das empresas selecionadas e que tem roteiros aos três montes, a partir de Boa Vista, Roraima, é a Roraima Adventures.
Monte Roraima
Makunaima, nome sagrado do Monte Roraima (foto que abre a matéria), localizado na divisa do Brasil com Venezuela e Guiana, tem 2.772 metros de altura.
É um lugar mágico, que mostra para o homem que as forças das energias naturais são muito maiores do que nossos cientistas e físicos podem produzir.
Além da altura, o que mais impressiona é o tipo de formação geológica, que data de milhões de anos. O Monte Roraima é na verdade um tepui, uma montanha com o topo plano e escarpas com um declive vertical ao solo, formando uma espécie de mesa. Com rochas de arenito, o monte foi esculpido pela natureza aos poucos, e ganhou assim, cavernas, fendas, desfiladeiros, cachoeiras e até pequenas piscinas naturais.
Caburaí
O monte Caburaí é o menor dos três, com 1.465 metros de altitude, e consiste na borda de um imenso planalto com mais de mil metros de altitude, que delimita a fronteira norte do Brasil com a Guiana, situado no município de Uiramatuã, dentro do Parque Nacional do Monte Roraima.
A expedição aqui dura em média dez dias, com caminhadas de seis horas por dia em terrenos acidentados de grandes desníveis.
Durante o dia forte calor e à noite temperaturas amenas que trazem como presente uma agradável friagem.
Os longos percursos pela vegetação nativa podem conduzir ao esgotamento psicológico e físico, o que faz da jornada uma missão que exige esforço, condicionamento físico e perseverança. As possibilidades de chuvas são constantes, independente do período do ano.
Para chegar ao destino é necessário atravessar o rio Panari várias vezes, em algumas o nível das águas é raso, em outras só é possível sobre troncos que cruzam o rio. No caminho cachoeiras e pássaros raros e na chegada ao topo as boas-vindas da nascente do rio Ailã, que representa o ponto extremo setentrional do Brasil e banha o Estado de Roraima. É uma paisagem vista por pouquíssimas pessoas no mundo. Uma recompensa.
Fonte: Assessoria de Imprensa