Chegando a temporada de verão e férias e na hora de arrumar a mala não se deve esquecer dos remédios. Sejam aqueles medicamentos que são tomados regularmente em razão de tratamento como aqueles que vão na bagagem para ajudar em alguma ocorrência, seja uma dor de cabeça ou uma picada de mosquito.
Porém, para transportar esses itens sem gerar problemas durante a viagem ou até mesmo no aeroporto, é preciso estar atento a alguns cuidados e normas sanitárias.
A doutora Moana Barbosa, médica do Grupo Med+ no Aeroporto Internacional de Recife, dá dicas importantes aos passageiros que precisam fazer uso de medicamentos a bordo.
1. Medicamentos habituais: apesar de as aeronaves terem equipamentos e kits de urgência a bordo para situações graves, o passageiro deve levar consigo, na bagagem de mão, os medicamentos que precisa tomar habitualmente. “Tenha em embalagem plástica vedada os medicamentos que precisará tomar durante o voo, pois os equipamentos e kits de socorro disponíveis nas aeronaves são lacrados e usados, exclusivamente, por médicos a bordo em situações especiais. Além disso, esses kits não compõem todos os tipos de medicamentos”, ressalta a médica.
2. Situações especiais: algumas situações de saúde precisam de atenção especial como no caso de diabéticos, epiléticos, dependentes de oxigênio que precisam de medicação e suporte específico. Quem faz uso de insulina, por exemplo, pode acondicionar o item em bolsa térmica na geladeira do avião com a devida identificação. Existem particularidades nas normas de aeroportos e uma delas indica que os passageiros não devem estar em posse de objetos cortantes, como agulhas, facas e alicates de unha. Seringas, medicações controladas e oxigênio podem ser liberados a bordo sob notificação prévia e respeitando as regras da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Oriento ligar 78 horas antes da viagem para a companhia aérea para mais informações, pois o oxigênio precisa ser autorizado com, no mínimo, 72 horas de antecedência, e algumas empresas liberam porte de bagagem de mão específica para esses casos”, exemplifica Moana.
3. Receita médica: para que o passageiro transporte a bordo determinadas medicações, precisa estar em posse da receita médica com posologia compatível com a quantidade que carrega e, em casos especiais, com o laudo médico que justifique o seu uso. A receita pode ser manual ou digital e é necessária tanto para medicações despachadas, quanto para bagagem de mão.
4. Quantidade: para diabéticos e pacientes com medicações especiais, a orientação é levar o dobro de insumos necessários para a viagem, evitando contratempos. É necessário que a quantidade em posse esteja de acordo com o que está descrito na receita médica ou no laudo. “Mesmo medicamentos de uso regular precisam estar acompanhados de receita médica e em quantidade compatível com estadia ou duração da viagem. Para medicamentos líquidos, fica liberado em bagagem de mão 100 ml, devendo estar em embalagem original. Volumes maiores passam por inspeção e precisam estar bem justificados em receita ou laudo e compatíveis com tempo de voos, incluindo escalas. E medicações fitoterápicas e manipuladas passam por inspeção diferenciada”, explica a profissional.
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5. Cartão, Pulseira ou Colar de Identificação: é muito importante que os passageiros com alguma ou condição especial carreguem um tipo de identificação, por exemplo, cartão de necessidades especiais, pulseira médica ou colar de doenças ocultas, com orientações de primeiros socorros, CID (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde) da doença, medicações em uso, alergias e telefones importantes para o caso de emergência. Além disso, é ideal avisar a empresa aérea e a quem esteja lhe acompanhando sobre a existência de condições de saúde e remédios que precisa em situações especiais. “Existem dois formulários médicos, o Fremec e o Medif, para passageiros com problema de saúde e que necessitam de assistências especiais durante o voo. Indico pesquisar sobre eles durante a programação da viagem, assim como quais doenças se enquadram no uso do cartão de girassol que sinaliza a necessidade de suporte durante voos. São coisas simples e que podem fazer a diferença em uma situação de urgência. Essas informações serão cruciais para um atendimento rápido e efetivo do passageiro, caso haja necessidade”, alerta a médica.
6. Cuidado extra: o passageiro deve checar se há medicações proibidas no local de destino e ter atenção especial para os analgésicos. “Medicações muito utilizadas no Brasil podem ser proibidas nos Estados Unidos. O porte de alguns analgésicos mais fortes pode até resultar em cadeia na Turquia ou no Japão. Então, é importante fazer uma pesquisa ou ligar para a companhia aérea para tirar dúvidas antes de seguir viagem”, aconselha a doutora Moana Barbosa.
Com apoio da InPress PNI