Blumenau, SC: o que fazer, onde comer e a melhor hospedagem

De colonização alemã e história intimamente ligada à cerveja, a charmosa Blumenau, é conhecida pela versão brasileira da Oktoberfest. A cidade é situada no Vale Europeu, em Santa Catarina. Ano após ano, o turismo cervejeiro faz a cidade fervilhar e injeta dinheiro no comércio e na estrutura turística. Mas, por 2 anos consecutivos, não houve Oktoberfest. Para conter a pandemia, o evento foi cancelado em 2020 e 2021. Causando um impacto estimado em R$ 500 milhões na economia.

Ainda assim, os copos de cerveja borbulham cidade adentro. Nos restaurantes, bares, cervejarias e hotéis, encontra-se inúmeros rótulos e estilos diferentes. Uma variedade surreal de sabor, cor, aroma e graduação alcoólica. Só diz que não gosta de cerveja quem ainda não se abriu para este mundo tão diverso da gastronomia.

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Brasil, 1850. Numa região de mata Atlântica habitada por povos originários indígenas, corre o rio Itajaí-Açú. Neste ano, o filósofo alemão Dr. Hermann Bruno Otto Blumenau adquiriu um lote de terras na região. Em setembro, juntaram-se a ele um grupo de 17 imigrantes europeus e iniciou-se a Colônia Blumenau. 

Hoje, a casa onde morou o Dr. Blumenau é a sede da Fundação Cultural, com diversos museus e casas históricas que preservam a memória daqueles primeiros tempos da colônia. No Museu da Família Colonial estão expostas mais de 6,2 mil peças pertencentes ao fundador da colônia. Mas não é apenas nos museus que se conta a narrativa. As histórias dos primeiros imigrantes pululam pela cidade. Voltam à vida quando contada pelos descendentes em interessantes conversas. Em Blumenau, compartilhar sobre o passado parece ser uma forma de celebrar o presente.

A época está registrada nas fachadas tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). No Centro Histórico de Blumenau, o casario secular convida a um passeio bucólico pela herança cultural germânica. A arquitetura enxaimel prevalece pela cidade. O traços da colonização também são evidentes na culinária, na paixão pela cerveja e na nostalgia de um tempo remoto. Um tempo marcado pela imigração e pelo trabalho duro que, dia após dia, fez a cidade acontecer.

A geografia de Blumenau é caracterizada por um relevo acidentado. A cidade se desenvolveu às margens do rio, entre altitudes e declives. No Centro, seguindo a Rua Petrópolis morro acima, desabrocha o Villa do Vale Boutique Hotel. O primeiro hotel-boutique do Vale Europeu, com vista panorâmica da cidade.

O serviço 5 estrelas é uma “fábrica de mimos”. Os funcionários são treinados por uma consultoria especializada para tornar a hospedagem um momento único e personalizado. Detalhes na recepção, na decoração do quarto e até no serviço das refeições são pensados individualmente, de acordo com as características de cada hóspede.

São apenas 20 quartos, todos muito aconchegantes. Ao fazer a reserva, solicite uma das 8 suítes com ofurô. Não há nada mais revigorante que um banho de imersão para recuperar o corpo após um passeio pela cidade. Outra sugestão é pedir o café da manhã no quarto – recebi esta dica do meu editor, que já esteve no hotel anteriormente. Fantástico!

O hotel possui uma estrutura bastante completa: academia, bar, concierge, piscina externa aquecida, SPA e o Botic Restaurant & Bar, que está entre as melhores opções de restaurante de Blumenau. Além disso, oferece “menus de experiência temáticos”, para celebrar ocasiões como aniversários e casamentos. Um deles é o menu Casa Comigo, que oferece todo o suporte para um pedido de casamento memorável.

Uma dica para saborear Blumenau é caminhar pela Rua XV de Novembro, que atravessa o centro da cidade. Ela ostenta casarões antigos, hoje convertidos em lojas, restaurantes e hotéis. Por ali, fica o “castelinho da Havan”, edifício histórico de 1869 que atualmente abriga a loja de departamentos – a construção mais fotografada da cidade.

Para comer, beber ou fazer uma pausa para o café, o Calçadão Brueckheimer, que cruza a rua XV de Novembro, tem várias opções. Um passeio gostoso com uma pegada jovem e informal. O happy hour é fervilhante. Se você é do rock and roll, escolha uma mesa na Polpetta Pão com Bolinho. Serve hambúrgueres, massa caseira e petiscos ao som de rock e blues.

A Vila Germânica, local que sedia a Oktoberfest, é um ponto turístico e gastronômico imperdível. Ótima escolha para almoçar e bater perna em seguida. Tem lojas de souvenirs, artesanato, empórios, comida típica alemã e muita cerveja boa. O restaurante Bier Vila tem cardápio harmonizado de culinária alemã e cervejas e uma carta sempre atualizada de 40 rótulos disponíveis. Está com dificuldade para escolher a sua cerveja? Solicite uma conversa com o sommelier da casa ou aposte no menu degustação de cervejas (R$ 25).

Outra sugestão para almoço é o Restaurante Moinho do Vale, com vista para o rio Itajaí-Açú. Culinária internacional com alguns pratos típicos alemães. As entradas são muito gostosas e os pratos principais bem apresentados. O destaque é a coquetelaria do restaurante, com coquetéis autorais muito equilibrados – não deixe de provar o Aperitivo da Casa Dr. Blumenau (R$ 19,50 – foto abaixo), um vermute à base de vinhos e ervas. Muito saboroso.

Reserve uma tarde para visitar a Vila Itoupava, a 40 minutos da região central. É um distrito industrial de forte tradição germânica, onde os costumes são transmitidos através de gerações. Pelas ruas, ouve-se conversas em alemão, sobretudo dos mais velhos. A arquitetura enxaimel é ainda mais marcante. Uma presença robusta de ângulos e ripas de madeira. Por lá, as bebidas alcoólicas vão além da cerveja: bebe-se licores de toda sorte, aperitivo de zimbro e steinhaeger – esta, comercializada em garrafões. Estas peculiaridades são vendidas na Schluck Licores, fábrica familiar muito tradicional.

No retorno para o hotel, passe na Cervejaria Container, que abre às 17 horas. Cuidado com o choque cultural: ela é todinha inspirada na Inglaterra. Apesar disto, o choque cultural com a tradição alemã não é tão grande, já que a Inglaterra é uma das principais escolas cervejeiras do mundo. A cervejaria inaugurou em 2014 e tem capacidade produtiva de 30 mil litros/mês, sob o comando do mestre-cervejeiro Daniel. A variedade de estilos é excelente para treinar o paladar. Entre um copo e outro, aproveite a conversa com o Marcelo – uma aula completa sobre a história da cerveja.

Nem só de gastronomia alemã vive Blumenau. Na rua 7 de Setembro, no centro da cidade, fica o Oliv Restaurante. Gastronomia mediterrânea na mais fina apresentação. É um dos melhores restaurantes que já conheci. Garanto que a visita vale a pena. O cardápio é uma explosão de sabores – da entrada à sobremesa. Falando nos doces, não peça a conta antes de pedir o Semifredo Crocantino (R$ 18,80): sorvete artesanal de praliné de nozes servido com ganache de chocolate.

No Villa do Vale Boutique Hotel, a 5 minutos do Oliv, fica outra surpresa: o Botic Restaurant & Bar. Gastronomia internacional com ingredientes brasileiros e um quê de tradição alemã. Quem comanda a cozinha é o chef Bruno Schmatz. Os pratos são muito bem preparados, com a atenção e o refinamento que a gastronomia merece. É um excelente local para comer carnes e frutos do mar.

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É preciso fazer reserva, sobretudo se você for hóspede no hotel – desta forma, a mesa será preparada com o carinho único que o Villa do Valle tem. No almoço, além do cardápio, serve menu executivo das 12h às 14h30, de segunda a sexta-feira.

Uma boa gastronomia é impactante. Transforma a viagem na experiência mais inesquecível.