A culinária japonesa ganhou espaço no paladar do brasileiros e muitos pedem para acompanhar a refeição, um saquê. E é na costa da província de Hyogo, entre as cidades de Kobe e Nishinomiya, no Japão, que está Nada Gogo, ou os “Cinco vilarejos de Nada”, a maior região produtora de saquê do arquipélago. No local, estão instaladas dezenas de fabricantes que aproveitam o clima ideal, a qualidade da água e o arroz cultivado na região na preparação da bebida típica do país.

O saquê feito com arroz fermentado, ou nihonshu, é tradicional no Japão e muito popular no mundo todo. A região de Nada Gogo é o berço da produção do país. Historicamente, a fabricação da bebida começou, no local, há sete séculos. A área, com 12 quilômetros de extensão, reúne os vilarejos Nishi, Mikage, Uozaki, Nishinomiya e Imazu e é responsável por mais de um quarto da produção de saquê do país.

A combinação perfeita de ingredientes e temperatura

A qualidade do saquê fabricado em Nada Gogo é fruto da tradição na fabricação e da harmonização perfeita da água e do arroz da região com o clima local. A área está localizada no Litoral e o contraste dos ares costeiros com os ventos frios que sopram da cordilheira vizinha, em que está localizado o Monte Rokko, favorecem o processo de fermentação.

Rua das fábricas de saquê/Shutterstock

As montanhas também são responsáveis pela qualidade da água. Chamada de miyamizu, ela desce até a cidade e é rica em minerais como potássio e ácido fosfórico e possui baixo teor de ferro, o que contribui para dar o sabor refrescante do saquê de Nada. Já o arroz, é do tipo Yamada Nishika, a variedade ideal para a produção da bebida. A província de Hyogo é famosa pela qualidade da cultura do cereal.

Na região, também trabalham os principais mestres de saquê do Japão. Chamados de toji, os especialistas que fabricam a bebida em Nada fazem parte do grupo “Tanba toji”, que é um dos maiores e mais renomados no Japão. São eles que mantêm a tradição do método de fabricação que garante a qualidade dos saquês de Nada Gogo.

História e degustação

Estima-se que a produção de saquê, no Japão, começou por volta do ano 1350 na região dos “Cinco vilarejos de Nada”. Desde então, o processo de fabricação passou por transformações e uma grande variedade de sabores da bebida foi desenvolvida. Uma visita às fábricas locais permite degustar os diferentes tipos, desde os mais suaves e doces, até os encorpados e secos, servidos quentes ou frios.

Além de experimentar a bebida, é possível também se aprofundar na cultura japonesa e conhecer todo seu processo de fabricação. Iniciando no tratamento dos grãos de arroz, passando pela fermentação até o produto final. A rua das fábricas de saquê (Sake Brewery Street), tem museus que oferecem passeios guiados e uma imersão completa no mundo do saquê.

Barris de saquê produzidos na região são de cedro/Shutterstock

Uma dica é visitar a Kiku Masamune Tarusake Meister Factory. No local, é possível assistir, além do processo de fabricação da bebida, a construção dos barris de saquê de cedro yoshino, responsáveis pelo sabor marcante do saquê desta produtora, que é uma das mais antigas e mais conhecidas da região. Além disso, é possível conversar com os artesãos que dominam a habilidade há décadas.

Para paladares exigentes, a região possui uma boa oferta de restaurantes que servem o melhor da gastronomia local: pratos com o famoso bife kobe de wagyu e frutos do mar frescos, que são harmonizados com a variedade de saquês.

O acesso à região é fácil e feito de trem a partir da região central de Kobe. Nada Gogo, onde você vai degustar saquê, está a seis minutos a pé da Estação Mikage na linha Hanshin.

Fonte: Organização Nacional do Turismo Japonês (JNTO)

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