A convite do governo do Estado de Mato Grosso, a nossa reportagem conheceu dois destinos: o Pantanal e a Chapada dos Guimarães. O Estado se mostrou um santuário de exuberantes belezas naturais.
Reportagem: Daniella Féder
No centro-oeste do Brasil, a estrada de terra Transpantaneira dá acesso a um pântano banhado pelos rios Cuiabá e Paraguai. Os edifícios dos centros urbanos brasileiros jamais sonhariam com a existência da maior planície inundável do planeta logo ali ao lado. Visitamos o município de Poconé, a porta de entrada do Pantanal mato-grossense.
Há, sim, jacarés e cobras, mas bem mais inofensivos do que pregam os filmes do cinema.
E olha, nós garantimos que as raízes não vão agarrar suas pernas e te puxar para baixo do lodo. O Pantanal nada tem a ver com o pântano obscuro e pegajoso da Família Addams.
Observação
Os imensos hectares, coloridos de verde até se perder de vista, são terra de rica vegetação e ainda mais rica fauna.
Não é por acaso que o destino é considerado por ornitólogos o melhor lugar do mundo para observação de pássaros: são 278 espécies catalogadas, dos pequenos canários às enormes emas. São também facilmente observados papagaios, araras (a ameaçada arara azul, um dos mais belos animais que as minhas lentes já fotografaram, e a azul com peito amarelo), a enorme cegonha tuiuiú, biguás, garças e uma variedade de gaviões, como os simpáticos cracarás.
Os marrecos, com seus bicos amarelos, vêm dos Estados Unidos e outras partes do mundo. Começam a chegar em maio, início do período das vazantes. Quando as águas começam a baixar, após as intensas chuvas que ocorrem entre outubro e fevereiro, os peixes ficam presos na vegetação e nas lagoas que se formam por toda parte. As 264 espécies de peixes são um banquete farto e atraente para as aves.
Um pouquinho da atmosfera assustadora daqueles pântanos mistificados na televisão se faz presente na figura dos inúmeros jacarés que habitam as águas pantaneiras.
Quem tem medo da boca recheada de dentes, pode ficar tranquilo porque o réptil é puro sossego – pudera, vive sempre bem alimentado!
Durante uma conversa entre jornalistas, dois jacarés refletiam sobre a vida sob o sol escaldante de Mato Grosso, a poucos metros de nós. A presença deles era tão natural que nada tinha de intimidadora.
De fato, seres humanos não são o prato favorito dos grandalhões.
Fauna
Nesta ocasião, estávamos sentados na sombra de um “pomar de papagaios”: uma coleção de árvores repleta das aves verdes. Lindo de se ver!
Mas se avistar uma cobra, saia correndo!
Não dá para confiar em nada que não tenha pés. É mais seguro admirar a beleza dos ofídios na pesquisa por imagens do Google.
A fauna da planície alagada contempla ainda a onça-pintada – sorte de quem puder vê-la, pois nós não a encontramos – cágado e jabuti, lagartos, ariranha, capivara, macaco-prego, tatu, bicho-preguiça, veado-campeiro, cervo-do-pantanal e o cavalo pantaneiro.
O equino de médio porte é adaptado tanto aos períodos de seca quanto aos de enchente, com cascos muito duros e aptidão para pastar embaixo d’água.
Além disso, as fazendas que cercam a Transpantaneira abrigam suas variedades de gado, cuidados com afinco pelos peões.
No Pantanal, a relação dos moradores com os bichos é tão estreita que os animais até têm nomes. Fomos apresentados à arara azul Eros, ao tuiuiú Tafarel e ao jacaré Zico, de 3 metros de comprimento.
Hospedagem
A cidade de Poconé é humilde, sem atrativos turísticos e minguada.
O município homônimo, entretanto, abriga trinta mil habitantes.
As pousadas que recomendamos ficam a cerca de uma hora e meia do aeroporto da grande Cuiabá: o Sesc Pantanal, o Pantanal Mato Grosso Hotel e a Pousada das Araras Eco Lodge.
Menos é mais: as acomodações são simples, isentas de luxos e extravagâncias. Lá, a natureza dita o charme. Há de se observar que o entardecer, o nascer do sol e a noite estrelada, livre da agressiva poluição luminosa das cidades, estrelam espetáculos à parte. O sol e a lua sempre refletem lindamente nas águas dos alagados.
O melhor período para visitação fica entre os meses de junho e setembro, quando a intensidade de chuvas é menor. Antes disto, as águas enchem a Transpantaneira, arrastando vegetação e as pontes que direcionam o turista às pousadas. Já em setembro, a região começa a sofrer com a falta d’água e as queimadas provocadas pela combinação de ar seco e calor intenso – são as marcas da seca.
Os passeios turísticos são vários: safaris fotográficos, poéticos passeios de barco ou a paciente pescaria, cavalgadas e focagens noturnas terrestres ou aquáticas, para avistamento de animais de hábitos noturnos – os filhotes de lobo-guará são umas gracinhas.
Seja qual for o seu roteiro, não deixe de observar os pássaros.
Dos lagos às cozinhas
De pintado à milanesa a pirão de pacu e caldo de piranha, os mais diversos preparos de peixes compõem a base da culinária do Pantanal. Oriundos da tradição pesqueira, os peixes servidos à mesa são cerca de dez espécies. Sim, o menu das aves é mais diversificado.
Completam as refeições as demais especiarias da gastronomia de Mato Grosso. São a farofa de banana-da-terra, maria-isabel (arroz com carne seca) e preparados de mandioca, arroz, carne ou frango que incorporam frutas como caju e pequi. A sobremesa fica a cargo dos doces da região: o saboroso furrundu (mamão verde ralado com rapadura derretida) e o bolo de arroz (confira a receita no box).
Chapada dos Guimarães
Quer saber de um bom lugar para se ter uma casa de férias no Mato Grosso? O município de Chapada dos Guimarães, a 65 km de Cuiabá. Se você ainda não havia pensado nisto, saiba que o local foi abençoado com o clima tropical e uma geografia de cânions, paredões de arenito, cavernas, montanhas com belas piscinas naturais e cachoeiras para todos os lados – são 486 quedas catalogadas e mais de 59 nascentes.
A cidade resguarda cerca de cinquenta sítios arqueológicos com pinturas rupestres, coloridos casarios coloniais e um centro histórico gracioso, daqueles com a igrejinha antiga sediada na praça central. Por ali, as ruas de paralelepípedos são repletas de lojas de artesanato; um passeio gostoso para garimpar artigos decorativos e souvenires de viagem.
A gastronomia é ampla: são muitos restaurantes com opções que vão da culinária típica mato-grossense à árabe, japonesa, italiana e portuguesa, entre outras especialidades. Os estabelecimentos mais charmosos são o Pomodori Trattoria e o Bistrô da Mata.
Quanto à hospedagem, há alternativas para todos os gostos e bolsos, de resort com centro de convenções a campings. Um verdadeiro município turístico, com infraestrutura preparada para atender até os visitantes mais sofisticados.
Mas é de alinho ter consciência de que tato e requinte também são dádivas encontradas nas belezas naturais.
Os paredões do Mato Grosso
O atrativo turístico que mais desperta admiração leva o nome do município. Com paisagens de tirar o fôlego, o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães tem fácil acesso e entrada franca. Somente para algumas áreas existe a necessidade de contratação de guias turísticos, que cobram pelo serviço. A listagem de guias está no site.
O local fica a menos de 10 km do centro da cidade e revela 33 mil hectares de encantos como a cachoeira do Véu de Noiva (a primeira parada do parque, com 86 metros de queda), Cidade de Pedra, Paredão do Eco, Circuito das Cachoeiras (formado por sete cascatas) e o Morro de São Jerônimo. Este último é para os mais aventureiros: tem 836 metros de altitude e fica a 5 horas de caminhada.
Os enormes paredões de coloração avermelhada contrastam com a rica vegetação da serra, que lá embaixo desenha no horizonte um extenso vale verde. O bioma em muito se difere do Pantanal: é o cerrado baixo, cujas diminutas árvores podem se passar erroneamente por simplórios arbustos.
Na realidade, tratam-se de exemplares bastantes vezes centenários, mas que não adquirem porte à altura de sua idade.
Quem não viu araras vermelhas no Pantanal, não se decepciona no parque, onde a ocorrência da espécie é frequente. Elas fazem ninhos nos paredões para se protegerem dos predadores que não conseguem acessar a formação vertical das montanhas de arenito. Leve binóculos para enxergar com nitidez o colorido vívido das penas.
São mais de quatrocentas espécies de aves, entre araras, gaviões, tucanos, emas, siriemas e outras. Também se fazem presentes no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães animais como lobo-guará, tamanduá-bandeira, veado-campeiro, tatupeba, onça-parda, anta, tatu-canastra, coruja, macaco-prego, raposa e cobras (novamente, saia correndo). É a impecável preservação do refúgio ecológico.
Receita do bolo de arroz da família Nascimento
De raízes indígenas, a família Nascimento guarda a receita desde os tempos da Vovó Joaninha, quando a massa ainda era socada no pilão.
Ela faleceu aos 116 anos, mas deixou a receita como um legado à família.
O segredo passou de mãos em mãos até chegar à Dona Dirce.
É na casa dela, em Cuiabá, que o leitor faz uma parada antes de pegar a estrada e desbravar mais do Mato Grosso. Lá fica o Café Cuiabano, no qual Simone e Rita Nascimento comercializam o bolo de arroz e a massa congelada, para quem quiser assar em casa. O endereço é rua São Cristóvão, 449, bairro Dom Aquino. Funciona sexta e sábado das 6h às 10h.
Ingredientes
5 kg de arroz
3,5 kg de mandioca
3 kg de açúcar cristal
3 potes (de 500 g cada) de manteiga de leite
4 litros de leite de fazenda ou de pacote (não pode ser de caixa)
100 g de coco ralado
1 pacotinho de erva doce
1 colher de canela em pó
500 g de queijo ralado
1 frasco de leite de coco grande
1 pote pequeno de fermento para bolo
Preparo
Deixe o arroz de molho durante a noite. Depois, bata no liquidificador a mandioca picada com o leite. Coloque a mistura batida em uma panela, no fogo. Acrescente o açúcar, manteiga, leite, uma pitada de sal e mexa para cozinhar. Depois de cozido, reserve para esfriar.
Depois, lave bem o arroz e escorra. Bata o arroz no liquidificador com leite. Depois da mistura da mandioca já fria, despeje a massa em outro recipiente com a massa do arroz, adicione coco ralado, leite de coco, erva doce, canela e queijo ralado. Mexa até a massa ficar homogênea. Reserve por 5 minutos e mexa mais um pouco para acrescentar o fermento e pronto! Agora é só assar para acompanhar um café ou chá de capim cidreira.
O conto da arara azul do Mato Grosso
Dos lugares que visitamos em Poconé, no Pantanal, um chamaria atenção pelo charme; mas ficou marcado por um causo.
É que o proprietário do estabelecimento nos fez presenciar a soltura de uma arara azul na natureza.
A ave teria sido apreendida pelo Ibama após crescer em cativeiro. O momento foi lindo, comovente! A abertura da gaiola, o reconhecimento do habitat e o belo voo rumo à liberdade. O pontinho azul foi sumindo no horizonte, quanta emoção!
Acontece que a história não colou. Meia hora depois, a danada da arara voltou ao local, exibindo íntima convivência com a propriedade e os funcionários. A dita cuja andava (andava mesmo!) por toda parte, se dobrava por um carinho, cantava o hino do Flamengo e ainda dançava funk.
A reportagem vestiu o sobretudo, empunhou a lupa e fez uma “investigação” pelo Pantanal.
Parece que a suposta farsa não é de hoje – uma das fontes se divertiu com nossa ingenuidade e afirmou que a ladainha se repete há “para mais de trinta anos” [sic].
Moral da história: não passe a conversa em jornalistas.
Ou então: não caia no conto da arara azul.
A reportagem entrou em contato com o Ibama, que afirmou a veracidade da história. A arara azul foi apreendida pelo órgão no Mato Grosso e entregue ao estabelecimento para ser solta em seu habitat natural. É o trabalho do Projeto Asas, que recupera pássaros silvestres das garras da domesticação.
Publicado no Aeroporto Jornal – agosto/2015
Mato Grosso: Biodiversity and other fascinating secrets
Daniella Bittencourt Féder
In the central west of Brazil, the Transpantaneira dirt road gives access to a swamp bathed by the Cuiabá and Paraguay rivers. The buildings
of the Brazilian urban centers could never dream of the existence of the largest wetlands in the world just next door.
We visited the municipality of Poconé, the Pantanal’s front door. There are indeed alligators and snakes, but much more harmless than the ones shown on the movies. Look, we promise that the roots will not grab your legs and pull you down in the mud.
The Pantanal has nothing to do with the dark and sticky swamp from the Addams Family. The immense hectares, colored green to get lost of view, are land of rich vegetation and even richer fauna.
It is no coincidence that the destination is considered by ornithologists
the world’s best place for bird watching: there are 278 species cataloged, from small canaries to huge emus. Also easily observed are parrots, macaws (the endangered blue macaw, one of the most beautiful animals that the Aeroporto Jornal lenses has photographed, and the blue one with yellow breast), the enormous tuiuiu, biguas, herons and a variety of hawks, as the friendly caracaras.
The ducks with their yellow beaks, come from the US and other parts of the world. They begin to arrive in May, beginning the ebb’s period. When the waters begin to recede after the heavy rains that occurred between October and February, fish become entangled in vegetation and ponds that form throughout. The 264 species of fish are a rich and attractive feast for the birds.
A little bit of a spooky atmosphere of those marshes mystified on television is present in the figure of the numerous alligators that inhabit the Pantanal waters. Anyone afraid of mouth of stuffed with teeth can rest assured because the reptile is actually quite quiet – it lives always well fed!
During a conversation with journalists, two alligators reflected on life under the scorching sun of Mato Grosso, a few meters from us.
Their presence was so natural that it was hardly intimidating. In fact, humans are not the favorite dish of these big guys.
On this occasion, we had been sitting in the shade of an “Orchard parrots”: a collection of trees full of green birds. Beautiful to see! But if you see a snake, run away! You simply can’t trust anything without feet. It is safer to admire the beauty of snakes through the images of a Google search.
The fauna of the wetland also includes the jaguar – lucky is he who can spot one, because we have not – turtles and tortoises, lizards, giant otters, capybaras, monkeys, armadillos, sloths, pampas deer, marsh deer and the Pantanal horse. The medium-sized horse is adapted to both drought as the flood, with very hard hooves and the ability to graze underwater.
In addition, the farms surrounding the Transpantaneira house their livestock varieties with so much care from the human residents that they even have names. We were introduced to the blue macaw Eros, the tuiuiu Tafarel and a 3 meter long alligator Zico.
Accommodation
The city of Poconé is humble, without tourist attractions, and isolated. The homonymous municipality, however, is home to thirty thousand inhabitants. The lodges we recommend are about an hour and a half from the airport of Cuiaba: the SESC Pantanal, the Pantanal Mato Grosso Hotel and Pousada das Araras Eco Lodge.
Less is more: the accommodations are simple, free from luxuries and extravagances.
There, nature dictates the charm. It must be noted that the sunset, the sunrise and starry nights, free of aggressive light pollution of cities offer unique performances.
The sun and the moon always reflect beautifully on the still waters of the wetlands.
The best time to visit is between June and September, when the intensity of rainfall is less. Before that, the waters cover the ranspantaneira, dragging vegetation and bridges that direct tourists to hotels. Already in September, the region begins to suffer from water shortages and fires caused by the combination of dry air and intense heat – the hallmarks of drought.
The tours are various: photographic safaris, poetic boating or patient fishing, horseback riding and terrestrial or aquatic night foci for sightings of nocturnal animals – the guara wolf cubs are cute. Whatever your itinerary is, be sure to watch the birds.
From lakes to cuisine
From breaded pintado to pacu pirão and piranha broth, the various preparations of fish form the basis of the Pantanal cuisine. Coming
from fishing tradition, fish served at the table are about ten species. Yes, the bird menu is more diverse.
Complete meals other spices of Mato Grosso cuisine. The crumbs of the banana-da-terra, Maria-Isabel (rice with dried meat) and cassava
preparations, rice, meat or chicken that incorporate fruits like cashew and pequi. The desserts are made with sweets of the region: the tasty
furrundu (shredded green papaya with melted brown sugar) and rice cake.
Chapada dos Guimarães
Do you want to know a good place to have a vacation home? The city of Chapada dos Guimarães, 65 km from Cuiabá. If you had not thought
of that, know that the site was blessed with tropical climate and geography of canyons, sandstone cliffs, caves, mountains with beautiful natural pools and waterfalls everywhere – 486 falls and more than 59 springs are cataloged.
The city protects about fifty archaeological sites with cave paintings, colorful colonial mansions and a gracious historic center, much like
those with its old little church based in the central square. There, the cobbled streets are lined with handicraft shops; a nice ride to mine decorative items and travel souvenirs.
The cuisine is varied: there are many restaurants with options ranging from the typical Mato Grosso cuisine to Arabic, Japanese, Italian and Portuguese, among other specialties.
The most charming establishments are Pomodori Trattoria and Bistro da Mata.
As for accommodation, there are alternatives for all tastes and pocket-sizes, from resorts with convention center to campsites. This is a typical tourist city, its infrastructure prepared to meet even the most sophisticated visitors.
But it is also good to be aware that tact and refinement are also gifts found in natural beauty.
The walls
The tourist attraction that arouses more admiration takes the county name. With breathtaking scenery, the Chapada dos Guimarães National Park is easily accessible and free admission.
Only in some areas there is the need to hire tour guides, who charge for the service. The guides list is on ww.icmbio.gov.br/parnaguimaraes.
The site is less than 10 km far from the city center and reveals 33,000 hectares of charm as the Véu da Noiva waterfall (the first stop of the park, 86 meters high), Cidade de Pedra, Paredão do Eco, Waterfalls Circuit (comprised of seven waterfalls) and the hill of São Jeronimo. This one is for the more adventurous: with 836 meters of altitude comprising a 5 hour hike.
The huge reddish walls contrast with the rich vegetation of the mountain, where down on the horizon sketches an extensive green valley. The biome is very much different from the Pantanal: the low savanna, whose miniature trees may erroneously be mistaken by simpletons bushes. In fact, these are centenarians copies, but did not get sized up to their age.
Who has not seen scarlet macaws in the Pantanal, is not disappointed in the park, where the occurrence of the species is frequent.
They make nests in walls to protect themselves from predators that cannot access the vertical formation of sandstone mountains. Take binoculars to see clearly the vivid colors of the feathers.
There are more than four hundred species of birds, including macaws, hawks, toucans, emus, siriemas and others. They are also present in the Chapada dos Guimarães National Park animals like the guara wolf, tamandua bandeira, pampas deer, tatupeba, puma, tapir, giant armadillo, owl, monkey, fox and snakes (again, exit running). It is the flawless preservation of the ecological refuge.
The journalist traveled at the invitation of the Mato Grosso state government.
Mato Grosso: biodiversidad y otros secretos fascinantes
Daniella Bittencourt Féder
Por invitación del gobierno del Estado de Mato Grosso, el informe del Aeropuerto de Jornal visitó dos destinos: el Pantanal y Chapada dos Guimarães. El Estado resultó ser un santuario
de exuberante belleza natural.
En el centro-oeste de Brasil, el camino de tierra Transpantaneira da acceso a un pantano bañado por los ríos Cuiabá y Paraguay. Los edificios de los centros urbanos brasileños nunca soñarían con la existencia de la llanura aluvial más grande del planeta justo al lado. Visitamos el municipio de Poconé, puerta de entrada al Pantanal de Mato Grosso.
Sí, hay caimanes y serpientes, pero son mucho más inofensivos de lo que predican las películas en el cine. Y mira, te garantizamos que las raíces no te agarrarán de las piernas ni tirarán de ti debajo del barro. El Pantanal no tiene nada que ver con el pantano oscuro y pegajoso de la familia Addams. Las inmensas hectáreas, coloreadas de verde hasta perder de vista, son tierra de rica vegetación y aún más rica en fauna.
No es casualidad que el destino sea considerado por los ornitólogos como el mejor lugar del mundo para la observación de aves: están catalogadas 278 especies, desde pequeños canarios hasta enormes emús. También se pueden observar con facilidad loros, guacamayos (el guacamayo azul en peligro de extinción, uno de los animales más bellos que jamás haya fotografiado la lente del Jornal Jornal, y el azul con el pecho amarillo), las cigüeñas gigantes, los cormoranes, las garzas y un variedad de halcones, como los simpáticos cracares.
Los ánades reales, de pico amarillo, proceden de Estados Unidos y de otras partes del mundo. Empiezan a llegar en mayo, inicio del período de reflujo. Cuando las aguas comienzan a bajar, luego de las intensas lluvias que se dan entre octubre y febrero, los peces quedan atrapados en la vegetación y en los estanques que se forman por todas partes. Las 264 especies de peces son un festín abundante y atractivo para las aves.
Un poco de la atmósfera aterradora de esos pantanos desconcertados en la televisión está presente en la figura de los innumerables caimanes que habitan las aguas del Pantanal. Cualquiera que tenga miedo de una boca llena de dientes, puede estar seguro de que el reptil es pura paz, ¡podría, siempre vive bien alimentado!
Durante una conversación entre periodistas, dos caimanes reflexionaron sobre la vida bajo el sol abrasador de Mato Grosso, a pocos metros de nosotros. Su presencia era tan natural que no tenía nada de intimidante. De hecho, los seres humanos no son el plato favorito de los grandes.
En esta ocasión, estábamos sentados a la sombra de un “huerto de loros”: una colección de árboles llenos de pájaros verdes. ¡Hermoso de ver! Pero si ves una serpiente, ¡huye! No puedes confiar en nada que no tenga pies. Es más seguro admirar la belleza de las serpientes en la búsqueda de imágenes de Google.
La fauna de la llanura aluvial también contempla al jaguar – afortunado para quien lo puede ver, ya que no lo podemos encontrar – tortuga y tortuga, lagartos, nutrias, capibara, mono capuchino, armadillo, perezoso, venado camerún, venado del Pantanal y el caballo del Pantanal . El caballo de tamaño mediano está adaptado tanto a períodos de sequía como de inundación, con cascos muy duros y la capacidad de pastar bajo el agua.
Además, las granjas que rodean Transpantaneira albergan sus variedades de ganado, que son cuidadosamente mantenidas por los peatones. En el Pantanal, la relación de los habitantes con los animales es tan estrecha que los animales incluso tienen nombre. Nos presentaron al guacamayo azul Eros, el tuiuiú Tafarel y el caimán Zico, de 3 metros de largo.
Alojamiento
La ciudad de Poconé es humilde, sin atractivos turísticos y menguante. El municipio homónimo, sin embargo, alberga a treinta mil habitantes. Los albergues que recomendamos están a una hora y media aproximadamente del aeropuerto de gran Cuiabá: el Sesc Pantanal, el Pantanal Mato Grosso Hotel y la Pousada das Araras Eco Lodge.
Menos es más: los alojamientos son sencillos, libres de lujos y extravagancias. Allí, la naturaleza dicta el encanto. Cabe destacar que la tarde, la salida del sol y la noche estrellada, libres de la agresiva contaminación lumínica de las ciudades, protagonizan espectáculos separados. El sol y la luna siempre se reflejan maravillosamente en las aguas de las áreas inundadas.
El mejor período para visitar es entre los meses de junio y septiembre, cuando la intensidad de las lluvias es menor. Antes de eso, las aguas llenan la Transpantaneira, arrastrando la vegetación y los puentes que guían al turista hasta las posadas. En septiembre, la región comienza a sufrir por la falta de agua y los incendios provocados por la combinación de aire seco y calor intenso, estas son las marcas de la sequía.
Hay varios recorridos turísticos: safaris fotográficos, paseos en bote poéticos o pesca paciente, paseos a caballo y salidas nocturnas terrestres o acuáticas, para observar animales nocturnos: los cachorros de lobo de crin son lindos. Sea cual sea su itinerario, asegúrese de observar las aves.
De los lagos a las cocinas
Desde empanados pintados hasta piru de pacu y caldo de piraña, las más diversas preparaciones de pescado constituyen la base de la cocina pantanal. De la tradición pesquera, los pescados que se sirven en la mesa son unas diez especies. Sí, el menú de aves de corral es más diverso.
Las otras especias de la gastronomía de Mato Grosso completan las comidas. Son la farofa de plátano, la maria-isabel (arroz con carne seca) y las preparaciones de yuca, arroz, carne o pollo que incorporan frutas como el anacardo y el pequi. Los postres están a cargo de los dulces de la región: el sabroso furrundu (papaya verde rallada con azúcar moreno derretido) y la torta de arroz.
Chapada dos Guimaraes
¿Quieres conocer un buen lugar para tener una casa de vacaciones? El municipio de Chapada dos Guimarães, a 65 km de Cuiabá. Si aún no lo ha pensado, sepa que el lugar ha sido bendecido con un clima tropical y una geografía de cañones, paredes de arenisca, cuevas, montañas con hermosas piscinas naturales y cascadas por todas partes: hay 486 cascadas catalogadas y más de 59 muelles.
La ciudad custodia alrededor de cincuenta sitios arqueológicos con pinturas rupestres, coloridas casas coloniales y un elegante centro histórico, desde aquellos con la antigua iglesia basada en la plaza central. Allí, las calles adoquinadas se llenan de tiendas de artesanías; un agradable paseo para buscar artículos decorativos y recuerdos de viaje.
La gastronomía es amplia: hay muchos restaurantes con opciones que van desde la cocina típica de Mato Grosso hasta la árabe, japonesa, italiana y portuguesa, entre otras especialidades. Los establecimientos con más encanto son el Pomodori Trattoria y el Bistrô da Mata.
En cuanto al alojamiento, existen alternativas para todos los gustos y presupuestos, desde un resort con centro de convenciones hasta campings. Un verdadero municipio turístico, con infraestructura preparada para atender hasta al visitante más sofisticado. Pero conviene ser consciente de que el tacto y el refinamiento también son dones que se encuentran en la belleza natural.
Los muros del mar
La atracción turística más atractiva lleva el nombre del municipio. Con paisajes impresionantes, el Parque Nacional Chapada dos Guimarães tiene fácil acceso y entrada gratuita. Solo en algunas zonas es necesario contratar guías turísticos, que cobran por el servicio. La lista de guías se encuentra en el sitio web www.icmbio.gov.br/parnaguimaraes.
La ubicación está a menos de 10 km del centro de la ciudad y revela 33 mil hectáreas de encantos como la cascada Véu de Noiva (la primera parada en el parque, con 86 metros de caída), Cidade de Pedra, Paredão do Eco, Circuito das Cascadas (formadas por siete cascadas) y Morro de São Jerônimo. Este último es para los más aventureros: tiene 836 metros de altura y una caminata de 5 horas.
Los enormes muros de color rojizo contrastan con la rica vegetación de la sierra, que allí abajo dibuja un extenso valle verde en el horizonte. El bioma es muy diferente al Pantanal: es la sabana baja, cuyos árboles diminutos pueden confundirse con simples arbustos. En realidad, son ej
Quienes no han visto guacamayos rojos en el Pantanal, no se decepcionan en el parque, donde la especie se da con frecuencia. Anidan en las paredes para protegerse de los depredadores que no pueden acceder a la formación vertical de las montañas de arenisca. Lleve binoculares para ver claramente el color vivo de las plumas.
Hay más de cuatrocientas especies de aves, entre ellas guacamayos, halcones, tucanes, ñandúes, siriemas y otros. Animales como lobo de crin, oso hormiguero gigante, venado campesino, tatupeba, jaguar, tapir, armadillo gigante, búho, mono capuchino, zorro y serpientes también están presentes en el Parque Nacional Chapada dos Guimarães. Es la impecable conservación del refugio ecológico.