UMA DAS VERTENTES DA CONSULTORIA DE IMAGEM QUE EU ACREDITO E GOSTO MUITO DE FALAR É SOBRE CONSUMO CONSCIENTE.
Vibro de alegria, com a sensação de missão cumprida, ao receber dos meus clientes mensagens contando como mudaram a sua relação com o consumo, e que isso os liberta e os faz mais felizes – e claro, com mais tempo e dinheiro para investir no que realmente mais importa para cada um.
Ter uma boa apresentação pessoal não é sinônimo de guarda-roupa cheio, tampouco guarda-roupa recheado de itens da moda. Atualmente, a indústria da moda é conduzida pelo conceito de moda de curta duração. Enquanto as nossas mães e avós compravam peças de coleções únicas para inverno e verão, hoje somos bombardeados pelas principais redes de fast fashion com um ciclo de lançamentos de 52 estações por ano. Tudo para que os consumidores se sintam desatualizados e comprem algo novo a todo e qualquer momento.
Para evitar se deixar seduzir pelos lançamentos e não comprar além do necessário, é importante ter consciência do seu estilo, saber as peças que lhe caem bem e, principalmente, manter um guarda-roupa funcional: peças que combinem entre si, priorizando a qualidade em vez da quantidade, distribuídas em 50% de itens atemporais, 40% de calçados e acessórios e apenas 10% de itens que representam tendências.
Acredite: ao colocar em prática essa matemática, a ideia de que você nunca tem nada para vestir e sempre precisa de algo novo começa a desaparecer.
Em outras palavras, o segredo é olhar para o seu armário e perceber que todas as peças que estão lá são as suas favoritas, porque têm qualidade e bom caimento, expressam a sua personalidade, valorizam as suas características e estão coerentes com os seus objetivos profissionais e pessoais.
De certo modo, a ideia do guarda-roupa funcional e do consumo consciente vai ao encontro da proposta de estilo de vida minimalista. Segundo o site vidaminimalista.com, de Camile Carvalho, “ter uma vida minimalista é não se deixar levar pela correnteza. É comprar sem culpa, mas com consciência, sabendo que aquilo que está adquirindo é realmente útil e necessário. É saber que, para tudo o que temos em casa, há uma finalidade. É não deixar objetos e roupas estagnados num canto, acumulando poeira, enquanto há tantos que precisam.”
Se você leu esse texto até aqui e gostou do assunto, eu gostaria de fazer um convite: assista ao documentário The Minimalists. O filme traz uma abordagem provocativa e esclarecedora sobre o consumo consciente num mundo em que a boa aparência é importante, mas ao mesmo tempo, a vida deve ser conduzida com um propósito muito maior do que apenas consumir.
Karla Giacomet, consultora de Imagem
Publicado na Now Boarding – novembro/2019
Foto: Steve Buissinne/Pixabay