Dublin não precisa de muitas introduções porque é a cidade dos escritores James Joyce, Samuel Beckett, Jonathan Swift e Oscar Wilde entre outros; do poeta WB Yeats; da cerveja Guinness; do livro de Kells e da escultura da Molly Malone. É uma cidade vibrante, com uma intensa oferta cultural, cheia de bares, parques e ruas comerciais. Uma capital europeia que vive entre sua longa história e sua modernidade; entre as tradições e a atualidade. Uma cidade medieval, com vikings na sua história, e um povo animado e alegre.

O passeio pode começar no Trinity College, uma universidade fundada no século XVI, onde estudaram alguns dos mais afamados escritores, como Swift, autor de “As viagens de Gulliver”, Joyce, que escreveu o romance “Ulisses”, ou o famoso Bram Stoker, muito conhecido por seu romance gótico “Drácula” (é bom visitar o Writers Museum ou Museu dos Escritores). No Trinity College, onde o visitante vai comprovar a tradição e o futuro, se destacaram muitos estudantes que depois brilharam no campo da política, ciência e outras áreas do conhecimento.

Na sua biblioteca se pode ver o Livro de Kells, também conhecido como o Grande Evangeliário de São Columba, um manuscrito ilustrado por monges celtas no ano 800 DC; e na Long Room, com 64 metros de comprimento, são custodiados mais de duzentos mil livros. Como curiosidade, essa sala inspirou as imagens do arquivo Jedi no filme “Star Wars Episódio II”.

Parques e praças

Toda Dublin merece ser visitada, mas tenho que destacar duas ruas: Grafton St e O’Connell St.

Perto da O’Connell, uma rua de 500 metros e quase 50 de largura se encontra o Custom House ou Casa da Alfândega, um edifício neoclássico do século XVIII, na margem do Rio Liffey; e na mesma rua está o General Post Office, sede dos Correios, em um edifício de arquitetura georgiana; além de teatros como o Abbey (o poeta e dramaturgo Yeats foi cofundador) ou o teatro Gate, onde o cineasta Orson Welles iniciou a sua carreira.

Mais à frente, começa a Grafton St, um calçadão muito famoso, cheio de lojas e com a famosa Brown Thomas & Co, loja de departamentos. No número 10 está uma instituição centenária: Bewley’s Oriental Café. No final da rua, o Stephen’s Green, um parque que merece uma visita para conhecer suas árvores-da-chuva e sua história.

Os parques e praças são a cara mais tranquila da cidade, os oásis para ir relaxar depois de um intenso dia cultural. O Phoenix Park, Páirc an Fhionn-Uisce em irlandês (que significa água limpa), com mais de 700 hectares é o lar de gamos selvagens desde o século XVII. E bem perto da Grafton St está a praça Merrion, rodeada de edifícios de estilo georgiano, com aquelas plantas trepadeiras que dão um charme e mudam as fachadas. Na casa com o número 1, morou Oscar Wilde, no 82 Yeats e no 58, O’Connell, o Libertador da Irlanda. Do lado, a National Gallery ou Galeria Nacional, um museu imprescindível para os apaixonados pela arte, como o National Museum, o Museu Nacional da Irlanda.

Temple Bar, o bairro boêmio

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

E como está na hora de descansar, o melhor é visitar o famoso bairro de Temple Bar, a alma da cidade com uma história que nasce no século VIII. Ponto de encontro da cultura irlandesa e do início da vida noturna numa área boêmia, com muitas ruas estreitas e empedradas. O lugar é perfeito para provar a “pint” de cerveja preta Guiness (pode ser visitada a fábrica de Saint James), uma caneca com mais de meio litro. Em Temple Bar você encontra restaurantes, pubs, teatros alternativos e outras opções, além do The Clarence, o hotel do cantor do U2, Bono.

Se o visitante atravessa o rio pelo Há’Penny Bridge (a Samuel Beckett Bridge é a ponte moderna, O’Connell Bridge a clássica), ponte do século XIX, que comunica o Norte da cidade com o Temple Bar, chegará até o Merchant’s Arch, um antigo arco de pedra e porta de entrada ao bairro. Neste bairro também pode visitar o Crown Alley, um lugar muito animado à noite; o Icon Walk, onde um grupo de artistas decoraram as paredes com murais dos ícones da música irlandesa; e o Wall of Fame, no número 20 da Temple Lane St, em homenagem aos artistas mais ilustres da música irlandesa. Para quem gosta de tomar cerveja e ler livros, recomendo a Literary Pub Crawl, um passeio pelos pubs mais literários.

Também pode ir até o Gravity Bar, no topo da Guiness Storehouse, a fábrica-museu da Guiness, para beber uma cerveja com a cidade a seus pés. Do bar, feito de vidro em forma circular, é possível ter uma visão geral da cidade. Para chegar até lá, são sete andares.

Outra visita bem interessante é o Temple Bar Food Market, nos sábados, uma feira agrícola onde se pode provar alguns pratos tradicionais da cidade. Por exemplo, o “coddle” (com batata, bacon, cebola e linguiça), o “colcannon”, preparado com purê de batata e couve-de-folhas ou o “boxty”, que é similar a uma panqueca de batata.

A história medieval e a arte

Porém, Dublin tem muito mais a oferecer. O Castelo da cidade é, na sua maior parte, do século XVIII, mas a Torre dos Registros é do XIII. Destacam-se os jardins e os aposentos do Aparato.

Bem perto, estão a medieval Catedral de São Patrício (onde repousa o corpo de Swift, um dos padroeiros da Irlanda); e a Christ Church, a mais antiga das duas catedrais medievais da cidade. A Igreja Carmelita de Whitefriar também é conhecida por ser o lugar de descanso do corpo de São Valentim: sim, o santo que dá nome ao Dia dos Namorados. A história é bastante curiosa. Foi o Papa Gregório XVI quem deu a ordem, no ano 1836, de trasladar o corpo desde o cemitério italiano onde repousava.

A história explica que John Spratt era um carmelita irlandês muito conhecido pelas suas habilidades como pregador e seu trabalho com os indigentes. Em 1835 visitou Roma. Sua fama tinha precedido sua chegada e ele foi convidado a pregar na igreja do Gesù, da Ordem dos Jesuítas. A elite da Igreja foi escutá-lo. Entre eles estava o Papa Gregório XVI que lhe deu um presente: um relicário de madeira com os brasões dos Papas e duas placas de ouro que guardam uma carta em latim do Cardeal Odescalchi onde explica que, dentro, encontram-se o corpo sagrado de São Valentim, o Mártir, e um pequeno barco com seu sangue. Na carta explica que o corpo foi resgatado do cemitério de St Hippolytus (Roma) no dia 27 de dezembro de 1835. A 10 de novembro de 1836 as relíquias chegaram até Dublin e ficaram na igreja que Spratt ajudou a construir, na Whitefriar St. Quando morreu, o relicário foi esquecido e somente voltou a ser exposto para o público na década de 1960. O relicário nunca foi aberto e ainda mantém o selo com os brasões dos Papas.

De graça

Foi o Papa Gelásio I quem nomeou o dia 14 de fevereiro como o Dia de São Valentim. Hoje, muitas pessoas visitam a igreja para deixar mensagens para o Santo, casais que vão para venerar o corpo e muitos jovens para fazer o pedido de casamento. E, no Dia de São Valentim ou Dia dos Namorados, se realiza as bênçãos dos anéis para aqueles prestes a se casar.

O mais interessante é que na frente da escultura que foi feita para proteger as duas caixas (uma que foi aberta duas vezes somente para verificar se tudo está em ordem e, no interior, outra menor com os restos mortais do Santo, a qual nunca foi aberta) está a escultura de São Judas Tadeu, patrono das causas perdidas. Então, se São Valentim não consegue ajudar…

Voltando ao passeio, é bom saber que as galerias e museus são de graça. No Museu Nacional é possível visitar algumas múmias do pântano, além do Broche de Tara ou conhecer melhor a história dos vikings na Irlanda. Na Galeria Nacional, os amantes da arte terão acesso a uma rica coleção de pintura irlandesa e europeia com mais de quatorze mil obras, como “A Captura de Cristo”, de Caravaggio, ou a “Paisagem com Descanso na Fuga para o Egito”, de Rembrandt. A galeria tem obras de Van Gogh, Monet, Picasso, Titian, Goya, Velázquez, entre outros, e claro, dos mestres irlandeses, como o expressionista Jack Yeats.

Na Hugh Lane Gallery o visitante pode se aproximar ao caos artístico do estúdio de Francis Bacon; conhecer a obra da artista Dorothy Cross ou Louise Bourgeois, no Museu de Arte Moderna, ou passear pelo Museu Nacional de Artes Decorativas e História para saber mais sobre Eileen Gray, uma famosa designer e arquiteta. E quem gosta da obra de Joyce, pode visitar o Centro James Joyce, situado numa casa do século 18 de estilo georgiana.

Dez atrações gratuitas

1. Galeria Nacional da Irlanda

Hoje, a coleção inclui mais de 2.500 pinturas e cerca de dez mil outros trabalhos em diferentes artes, incluindo aquarelas, desenhos, gravuras e esculturas. Estão representadas várias gamas da escola europeia de pintura. Também abriga uma famosa coleção de pinturas irlandesas. Destaques incluem obras de Vermeer, Caravaggio, Picasso, Van Gogh e Monet.

2. National Botanic Gardens

São 19,5 hectares na margem Sul do Tolka e oferece várias atrações, incluindo um viveiro de plantas, jardim sensorial, jardim de rochas, grande lago. Realiza exibição anual de plantas decorativas, incluindo um raro exemplo de cama tapete vitoriana.

3. Museu Nacional da Irlanda – Arqueologia

No Museu Nacional da Irlanda, na Kildare Street, você é magicamente transportado de volta no tempo. No Tesouro, exemplos de arte celta e medieval, como o famoso Ardagh, o Broche de Tara e a Derrynaflan Hoard. Conheça a melhor coleção de artefatos de ouro pré-históricos da Europa e seja transportado ao período pré-histórico da Irlanda. Veja a experiência de vida dos vikings na Era Viking na Irlanda.

4. Farmleigh House

Construída no final do século 18, a Farmleigh House foi comprada por Edward Cecil Guinness, bisneto de Arthur Guinness, em 1873. A casa contém muitas características bonitas, incluindo a casa principal que é um belo exemplo de arquitetura georgiana da era vitoriana, o jardim murado, a famosa Torre do Relógio e a Iveagh Biblioteca Benjamin. A biblioteca possui alguns dos melhores exemplos de encadernação irlandesa dos séculos 18, 19 e 20. A coleção foi doada à Biblioteca da Marsh pela família Guinness.

5. Science Gallery at Trinity College

Um novo tipo de local onde as questões científicas candentes de hoje são debatidas e você pode dar a sua opinião. Um lugar onde as ideias se encontram e opiniões colidem. Diferente da maioria das galerias, não tem uma coleção permanente. Isso significa que há sempre algo novo para ver.

6. Museu Nacional da Irlanda – História Natural

Este museu é famoso por seu estilo de gabinete vitoriano que abriga uma das mais belas e completas coleções do mundo. Dois milhões de espécies, das quais cerca de metade são insetos, vivem lado a lado, como deve ser para um museu de história natural, que é decorado com painéis esculpidos representando figuras mitológicas.

7. Museu Nacional da Irlanda – Artes Decorativas e História

Collins Barracks é uma das alas do Museu Nacional da Irlanda e detalha o progresso econômico, social, político e militar da Irlanda através dos tempos, com exposições surpreendentes, como Soldados e Líderes e Os Asgard.

8. Chester Beatty Library

Situada no coração do centro da cidade, as exposições do Chester Beatty Library abrem uma janela sobre os tesouros artísticos das grandes culturas e religiões do mundo. Rica coleção de manuscritos, gravuras, ícones, pinturas em miniatura, os primeiros livros impressos e objetos de arte de vários países oferece aos visitantes uma festa visual.

9. Biblioteca Nacional

Com mais de oito milhões de itens em seu acervo, a Biblioteca Nacional da Irlanda, em Dublin City, abriga a mais completa compilação de material documentário irlandês no mundo. De música, revistas, fotografias, mapas, manuscritos, entre outros, a Biblioteca oferece acesso gratuito a uma representação de valor inestimável da herança irlandesa.

10. Dublin City Gallery The Hugh Lane

Localizada no centro da cidade de Dublin, a Dublin City Gallery The Hugh Lane abriga uma das coleções de Arte Moderna e Contemporânea mais importantes da Irlanda. A coleção original, doada pelo fundador da Galeria Sir Hugh Lane em 1908, tem crescido para incluir mais de duas mil obras de arte que vão desde as obras-primas impressionistas de Manet, Monet e Degas, para obras de importantes artistas contemporâneos nacionais e internacionais.

David Sendra Domènech

Publicado no Aeroporto Jornal – junho/2014

Dublin, the small capital with a big heart

David Sendra Domènech

Dublin doesn’t need many presentations since it’s the city of the writers James Joyce, Samuel Beckett, Jonathan Swift and Oscar Wilde among others; the poet WB Yeats; Guinness beer; the Book of Kells and the Molly Malone sculpture. It is a vibrant city with a rich cultural offer, full of bars, parks and shopping streets. An European capital that lives between its long history and modernity; traditions and the present time.

It’s a medieval town with Vikings in its history, and a lively and cheerful people.

The tour can start at the Trinity College, an university founded in the sixteenth century, where some of the most famous writers had studied such as Swift, author of “Gulliver’s Travels”, Joyce, who wrote the novel “Ulysses”, or the famous Bram Stoker, best known for his Gothic novel “Dracula” (It’s good to visit the Writers Museum). At the Trinity College, where the visitor will prove the tradition and the future, many students have stood out and succeeded in the fields of politics, science and other areas of knowledge. In its library you can see the Book of Kells, also known as the Great Gospel of St. Columba, a manuscript illustrated by Celtic monks in the year 800 AD; and at the Long Room, 64 meters long, are in custody over two hundred thousand books. As a curiosity, this room inspired the pictures of the Jedi file in the movie “Star Wars Episode II”.

The whole city is worth visiting, but I have to highlight two streets: Grafton St and O’Connell St.

Near O’Connell, on a street 500 meters long and almost 50 meters wide is the Custom House, a neoclassical building of the eighteenth century, beside the River Liffey; and on the same street is the General Post Office, headquarters of the Post Office, in a building of Georgian architecture; also theaters as the Abbey co-founded by the poet and playwright Yeats and the Gate Theatre, where the filmmaker Orson Welles began his career.

Going forward, the Grafton St. begins; a very famous promenade, full of shops and the famous Brown Thomas & Co. department store. The number 10 is a century-old institution: Bewley’s Oriental Café. On the end of the street, it’s the Stephen’s Green, a park that deserves a visit to know its t rain-trees and history.

The parks and squares are the quietest portion of the city, the oasis to go relax after an intense cultural day. The Phoenix Park, Páirc an Fhionn-Uisce in Irish (meaning clean water), with more than 700 hectares is home to fallow deer since the seventeenth century. And very close to Grafton St. is the Merrion square, surrounded by buildings of Georgian style, with those climbing plants which assign charm and change the facades. The house number 1 is where Oscar Wilde lived; number 82 Yeats and 58 O’Connell, the Ireland Liberator. Nearby is the National Gallery, an essential museum for art lovers, like the National Museum of Ireland.

Temple Bar, the bohemian neighborhood

When it’s time to rest, the best is to visit the famous Temple Bar district, the soul of the city with a story that is born in the eighth century, meeting point of the Irish culture and the beginning of a bohemian nightlife area, with many narrow cobbled streets. The place is perfect to taste the “pint” of Guinness dark beer (the factory of Saint James can be visited), a mug with more than half a liter. In Temple Bar you can find restaurants, pubs, alternative theaters and other options, in addition to The Clarence, the U2 singer Bono’s hotel.

If the visitor crosses the river at Ha’penny Bridge (Samuel Beckett is the modern bridge, the O’Connell Bridge is the classical) from the nineteenth century, which communicates the northern suburbs with the Temple Bar, will arrive to the Merchant’s Arch, an ancient stone arch and gateway to the neighborhood. In this neighborhood you can also visit the Crown Alley, a very lively place at night; Icon Walk, where a group of artists decorated the walls with murals of icons of Irish music; and the Wall of Fame at number 20 at Temple Lane St., in honor of the most illustrious artists of Irish music. For those who like to drink beer and read books, I recommend the Literary Pub Crawl; a tour by the most literary pubs.

You can also go to the Gravity Bar at the top of the Guinness Storehouse, the factory–museum of Guinness to drink a beer with the city at your feet. From the bar made of glass in circular shape, it’s possible to have an overview of the city, there are seven floors to get there.

Another very interesting visit is the Temple Bar Food Market on Saturdays, an agricultural fair where you can taste some traditional dishes of the city. For example, the “coddle” (with potato, bacon, onion and sausage), the “colcannon”, prepared with mashed potatoes and kale, or the “boxty”, which is similar to a potato pancake.

Medieval history and art

Dublin has much more to offer, though. The castle of the city is mostly from the eighteenth century, but the Records Tower is from the thirteenth. Noteworthy are the gardens and chambers of the apparatus.

Nearby, are the medieval St. Patrick’s Cathedral (where the body of Swift rests, one of the patron saints of Ireland); and the Christ Church, the oldest of two medieval cathedrals in the city. The Carmelite Church of Whitefriar is also known for being the resting place of the St. Valentine’s body: yes, Valentine’s Day is named after him. The story is rather curious. It was Pope Gregory XVI who gave the order, in the year of 1836 to relocate the body from the Italian cemetery where he rested.

The story explains that John Spratt was an Irish Carmelite well known for his skills as a preacher and his work with the poor. In 1835 he visited Rome. His fame had preceded his arrival and he was invited to preach in the church of the Gesù, the Jesuit Order. The elite of the Church was there to hear him. Among them was Pope Gregory XVI, who gave him a gift: a wooden reliquary with the coats of arms of the Popes and two gold plates that hold a letter in Latin by Cardinal Odescalchi which explains that within, are the sacred body of St. Valentine the Martyr, and a small boat with his blood. The letter explains that the body was recovered from the cemetery of St. Hippolytus (Rome) on December 27, 1835. On November 10, 1836 the relics arrived from Dublin and remained in the church that Spratt helped to build – Whitefriar St. When he died, the reliquary was forgotten and only returned to be exposed to the public in the 1960s. It has never been opened and still has the seal with the coat of arms of the Popes.

It was Pope Gelasius I who designated Feb. 14 as Valentine’s Day. Today, many people visit the church to leave messages for the Saint, couples who go to venerate the body and many young people to make the marriage proposal. Furthermore, blessings of the rings are held on Valentine’s Day for those about to marry.

The most interesting is that in front of the sculpture that was made to protect the two boxes (one that was open only twice to make sure everything is in order and, inside, a smaller one with the remains of the saint, which was never open) is the sculpture of St. Jude Thaddeus, patron saint of lost causes. So if Valentine cannot help…

Returning to the tour, it is good to know that galleries and museums are free. In the National Museum you can visit some mummies from marsh, beyond the Tara Brooch or to learn more about the history of the Vikings in Ireland. At the National Gallery, art lovers will have access to a rich collection of Irish and European painting with over fourteen thousand works as “The Taking of Christ” by Caravaggio, or “Landscape with the Rest on the Flight into Egypt”, Rembrandt. The gallery has works by Van Gogh, Monet, Picasso, Titian, Goya, Velázquez, among others, and of course, the Irish masters, as the expressionist Jack Yeats.

At the Hugh Lane Gallery the visitor can approach the artistic chaos of the studio of Francis Bacon; know the work of the artist Dorothy Cross and Louise Bourgeois at the Museum of Modern Art, or stroll by the National Museum of Decorative Arts and History to learn more about Eileen Gray, a famous designer and architect. For those who like the work of Joyce, there is the James Joyce Centre, located in a 18th century house in Georgian style.

Dublín, la pequeña capital con un gran corazón

David Sendra Domènech

Dublín no necesita muchas presentaciones, ya que es la ciudad del escritores James Joyce, Samuel Beckett, Jonathan Swift y Oscar Wilde entre otros; el poeta WB Yeats; Cerveza Guinness;
el Libro de Kells y la escultura de Molly Malone.
Es una ciudad vibrante con una rica oferta cultural, llena de bares, parques y calles comerciales. Una capital europea que vive entre su larga historia y modernidad; tradiciones y actualidad.
Es una ciudad medieval con vikingos en su historia y un pueblo animado y alegre.

El recorrido puede comenzar en el Trinity College, una universidad fundada en el siglo XVI, donde habían estudiado algunos de los escritores más famosos como Swift, autor de “Los viajes de Gulliver”, Joyce, que escribió la novela “Ulises”, o el famoso Bram Stoker, mejor conocido por su novela gótica “Drácula” (Es bueno visitar el Museo de los Escritores). En el Trinity College, donde el visitante probará la tradición y el futuro, muchos estudiantes se han destacado y triunfado en los campos de la política, la ciencia y otras áreas del conocimiento. En su biblioteca se puede ver el Libro de Kells, también conocido como el Gran Evangelio de San Columba, un manuscrito ilustrado por monjes celtas en el año 800 dC; y en la Sala Larga, de 64 metros de largo, se encuentran en custodia más de doscientos mil libros. Como curiosidad, esta sala inspiró las imágenes del archivo Jedi de la película “Star Wars Episodio II”.

Vale la pena visitar toda la ciudad, pero tengo que destacar dos calles: Grafton St y O’Connell St.

Cerca de O’Connell, en una calle de 500 metros de largo y casi 50 metros de ancho, se encuentra la Custom House, un edificio neoclásico del siglo XVIII, junto al río Liffey; y en la misma calle se encuentra la Oficina General de Correos, sede de la Oficina de Correos, en un edificio de arquitectura georgiana; también teatros como la Abadía cofundada por el poeta y dramaturgo Yeats y el Gate Theatre, donde el cineasta Orson Welles inició su carrera.

En el futuro, comienza Grafton St.; un paseo marítimo muy famoso, lleno de tiendas y los famosos grandes almacenes Brown Thomas & Co. El número 10 es una institución centenaria: Bewley’s Oriental Café. Al final de la calle, está el Stephen’s Green, un parque que merece una visita para conocer sus árboles de lluvia y su historia.

Los parques y plazas son la parte más tranquila de la ciudad, el oasis para relajarse después de una intensa jornada cultural. El Phoenix Park, Páirc an Fhionn-Uisce en irlandés (que significa agua limpia), con más de 700 hectáreas es el hogar de gamo desde el siglo XVII. Y muy cerca de Grafton St. se encuentra la plaza Merrion, rodeada de edificios de estilo georgiano, con esas plantas trepadoras que asignan encanto y cambian las fachadas. La casa número 1 es donde vivía Oscar Wilde; número 82 Yeats y 58 O’Connell, el Libertador de Irlanda. Muy cerca se encuentra la Galería Nacional, un museo esencial para los amantes del arte, como el Museo Nacional de Irlanda.

Temple Bar, el barrio bohemio

A la hora de descansar, lo mejor es visitar el famoso barrio de Temple Bar, el alma de la ciudad con una historia que nace en el siglo VIII, punto de encuentro de la cultura irlandesa y el inicio de una zona de vida nocturna bohemia, con muchos calles estrechas y empedradas. El lugar es perfecto para degustar la “pinta” de cerveza negra Guinness (se puede visitar la fábrica de Saint James), una jarra con más de medio litro. En Temple Bar puedes encontrar restaurantes, pubs, teatros alternativos y otras opciones, además de The Clarence, el hotel del cantante de U2 Bono.

Si el visitante cruza el río en Ha’penny Bridge (Samuel Beckett es el puente moderno, el Puente O’Connell es el clásico) del siglo XIX, que comunica los suburbios del norte con el Temple Bar, llegará al Merchant’s Arch, un antiguo arco de piedra y puerta de entrada al barrio. En este barrio también se puede visitar el Crown Alley, un lugar muy animado por la noche; Icon Walk, donde un grupo de artistas decoró las paredes con murales de iconos de la música irlandesa; y el Muro de la Fama en el número 20 de Temple Lane St., en honor a los artistas más ilustres de la música irlandesa. Para aquellos a los que les gusta beber cerveza y leer libros, les recomiendo el Literary Pub Crawl; un recorrido por los pubs más literarios.

También puedes ir al Gravity Bar en lo alto de Guinness Storehouse, la fábrica-museo de Guinness para tomarte una cerveza con la ciudad a tus pies. Desde la barra de vidrio en forma circular, es posible tener una visión general de la ciudad, hay siete pisos para llegar.

Otra visita muy interesante es el Mercado de Alimentos de Temple Bar los sábados, una feria agrícola donde se pueden degustar algunos platos tradicionales de la ciudad. Por ejemplo, el “coddle” (con papa, tocino, cebolla y chorizo), el “colcannon”, preparado con puré de papa y col rizada, o el “boxty”, que es similar a un panqueque de papa.

Historia y arte medieval

Sin embargo, Dublín tiene mucho más que ofrecer. El castillo de la ciudad es en su mayoría del siglo XVIII, pero la Torre de Registros es del XIII. Destacan los jardines y cámaras del aparato.

Muy cerca, se encuentran la catedral medieval de San Patricio (donde descansa el cuerpo de Swift, uno de los santos patronos de Irlanda); y la Iglesia de Cristo, la más antigua de las dos catedrales medievales de la ciudad. La Iglesia Carmelita de Whitefriar también es conocida por ser el lugar de descanso del cuerpo de San Valentín: sí, el día de San Valentín lleva su nombre. La historia es bastante curiosa. Fue el Papa Gregorio XVI quien dio la orden, en el año de 1836, de trasladar el cuerpo del cementerio italiano donde descansaba.

La historia explica que John Spratt era un carmelita irlandés conocido por sus habilidades como predicador y su trabajo con los pobres. En 1835 visitó Roma. Su fama había precedido a su llegada y fue invitado a predicar en la iglesia del Gesù, la Orden de los Jesuitas. La élite de la Iglesia estaba allí para escucharlo. Entre ellos se encontraba el Papa Gregorio XVI, quien le hizo un obsequio: un relicario de madera con los escudos de los Papas y dos planchas de oro que sostienen una carta en latín del cardenal Odescalchi que explica que en su interior se encuentra el sagrado cuerpo de San Valentín el Mártir, y un pequeño bote con su sangre. La carta explica que el cuerpo fue recuperado del cementerio de San Hipólito (Roma) el 27 de diciembre de 1835. El 10 de noviembre de 1836 llegaron las reliquias de Dublín y permanecieron en la iglesia que Spratt ayudó a construir – Whitefriar St. Cuando él murió, el relicario fue olvidado y solo volvió a ser expuesto al público en la década de 1960. Nunca se ha abierto y todavía tiene el sello con el escudo de armas de los Papas.

Fue el Papa Gelasio I quien designó el 14 de febrero como el Día de San Valentín. Hoy en día, mucha gente visita la iglesia para dejar mensajes para el Santo, parejas que van a venerar el cuerpo y muchos jóvenes para hacer la propuesta de matrimonio. Además, el día de San Valentín se celebran las bendiciones de los anillos para los que están por casarse.

Lo más interesante es que frente a la escultura que se hizo para proteger las dos cajas (una que se abrió solo dos veces para que todo estuviera en orden y, en el interior, una más pequeña con los restos del santo, que nunca se abrió) es la escultura de San Judas Tadeo, santo patrón de las causas perdidas. Entonces, si Valentine no puede ayudar …
Volviendo al recorrido, es bueno saber que las galerías y los museos son gratuitos. En el Museo Nacional puedes visitar algunas momias del pantano, más allá del Broche de Tara o para conocer más sobre la historia de los vikingos en Irlanda. En la National Gallery, los amantes del arte tendrán acceso a una rica colección de pintura irlandesa y europea con más de catorce mil obras como “La toma de Cristo” de Caravaggio, o “Paisaje con los restos en la huida a Egipto”, de Rembrandt. La galería cuenta con obras de Van Gogh, Monet, Picasso, Tiziano, Goya, Velázquez, entre otros, y por supuesto, los maestros irlandeses, como el expresionista Jack Yeats.

En la Hugh Lane Gallery el visitante puede acercarse al caos artístico del estudio de Francis Bacon; conozca el trabajo de la artista Dorothy Cross y Louise Bourgeois en el Museo de Arte Moderno, o pasee por el Museo Nacional de Artes Decorativas e Historia para aprender más sobre Eileen Gray, una famosa diseñadora y arquitecta. Para quienes gustan de la obra de Joyce, está el James Joyce Center, ubicado en una casa del siglo XVIII de estilo georgiano.

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