Os últimos dois anos foram duros para os viajantes. Para atravessar essa pandemia foi necessário se abster do contato com outras pessoas e, consequentemente, muitas viagens ficaram na lista de desejos. Mas com a vacinação e a flexibilização das medidas sanitárias, viajar volta a ser uma realidade. E com tanta vontade acumulada, é importante fazer seu dinheiro render bem em cada viagem para que você aproveite ao máximo. Nesse texto, separamos 5 países baratos onde seu dinheiro rende mais graças ao câmbio vantajoso (em relação ao nosso real) e o relativo menor custo de vida.
Câmbio?
“Mayday, o real está em queda livre… Esquece, voltamos a subir. Câmbio, desligo”. O câmbio, (leve abreviada do seu “nome completo”: taxa de câmbio) se refere a relação entre duas moedas, como o real e outras moedas estrangeiras. O valor da taxa de câmbio pode ser afetado por diversas variáveis.
Quando consideramos a relação entre moedas ao redor do mundo e o dólar (americano), o real tem sido o surpreendente destaque nesse ano, após passar por uma forte desvalorização durante a pandemia.
Essa valorização do real ajuda bastante quem quer viajar para outros países. Entretanto, para aproveitar ao máximo seu dinheiro, o bom mesmo é encontrar destinos cujas moedas locais estejam mais baratas frente à nossa.
Outro fator importante é considerar o custo de vida do país. A paridade do poder de compra (PPC) influencia bastante na percepção de preços ao consumidor.
Isso porque, muitas vezes, analisar o câmbio sozinho não trará a percepção real do custo de vida de um país. Assim, a desvalorização de uma moeda pode não ter todo o significado que procuramos, no contexto de uma viagem, por exemplo.
Uma boa forma (simplificada, claro) de comparar custos de vida entre diferentes países é usando o famoso “índice Big Mac”.
O índice do Big Mac
“Se eu não gostar da comida típica, sobrevivo comendo um Mac”. Quem viaja para fora do país, e não é do tipo que come coisas muito diferentes do que está acostumado, já deve ter considerado um fast food como um porto seguro em viagens internacionais. Mas, além de uma refeição previsível, o Big Mac pode ajudar a entender o conceito de paridade de poder de compra em um país.
Isso porque, muitas vezes, analisar o câmbio sozinho não trará a percepção real do custo de vida de um país.
Outro fator importante a se considerar, além do valor relativo da moeda frente ao real, é o custo de vida do país.
E o preço do Big Mac pode ajudar com isso.
O Big Mac Index, criado pela revista britânica “The Economist”, calcula o preço do popular Big Mac em dólares em diferentes países. Uma vez que o Big Mac é (de maneira geral) feito usando os mesmo ingredientes e quantidade de produtos em quase todos os lugares do mundo, o preço de um Big Mac deveria ser o mesmo em todo o mundo em dólares.
Mas não é.
Assim, se um sanduíche de determinado país for mais barato do que nos Estados Unidos, a moeda está desvalorizada em relação ao dólar. Do contrário, a moeda está valorizada. É claro que o índice é apenas uma simplificação do conceito, mas certamente nos ajuda a ter uma ideia da paridade de poder de compra entre diferentes países como veremos adiante.
5 Lugares baratos para viajar em 2022
Argentina
Nossos “hermanos” conhecidos por bons vinhos, carnes e doce de leite, têm muito a oferecer em um turismo de paisagens bastante variadas.
O enfraquecimento da economia argentina vem fazendo com que a moeda do país passe por uma forte desvalorização, o que, por outro lado, torna o país uma boa opção de destino para visitar. Ainda mais aos brasileiros, que, pela proximidade, pagam pouco também no deslocamento até o país.
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Já quanto ao Big Mac, apesar de não estar entre os países mais baratos no índice, o baixo custo de passagem aérea pode fazer muita diferença, sendo até 7 vezes mais barata que o próximo país da lista, por exemplo.
Camboja
Para os que gostam de templos orientais (na foto que abre a matéria, o Tempo de Angkor Wat) e praias paradisíacas, o Camboja pode ser uma boa opção, menos badalada que a também barata Tailândia. No Camboja, hospedagens são encontradas a partir de US$ 11, fazendo seu dinheiro render bastante nessa viagem.
África do Sul
Entre os países que mais se destacam no Big Mac Index está a África do Sul. Um Big Mac custa cerca de US$ 2,58 (55% menos que nos Estados Unidos). Assim, há uma sinalização de que a moeda está desvalorizada no momento – um bom sinal aos viajantes.
Além disso, o custo de vida também não é muito alto. Com hospedagens a partir de US$ 25, você pode conhecer um novo país e de quebra treinar seu inglês.
Egito
Uma opção barata para quem gosta de destinos históricos. Com cerca de US$ 15 é possível se hospedar com vista para as pirâmides no Cairo. Esse é outro país que se destaca no Big Mac Index, custando 53% a menos que nos Estados Unidos.
Colômbia
A Colômbia é outro lugar pertinho para economizar com o avião. Com hospedagens a partir de US$ 13, o país oferece tanto boas praias quanto passeios culturais. Um Big Mac custa cerca de 43% a menos que nos Estados Unidos (US$ 3,29).
Como explicamos nesse texto, acreditamos que no curto prazo, ainda há espaço para uma certa queda remanescente no dólar (valorização do real). Entretanto, no médio e longo prazo, o movimento tende a perder força. Ainda, o dólar deve seguir, independentemente, uma moeda de forte no mercado global.
Antônio Sanches, analista de investimentos da Rico Investimentos