Na belíssima região serrana de Santa Catarina encontram-se várias vinícolas próximas de São Joaquim. A estrada principal que interliga os acessos às vinícolas, a SC-114, é asfaltada e bem-sinalizada.  Mês passado ficamos hospedados em São Joaquim e visitamos algumas vinícolas com ótimos vinhos na Serra Catarinense.

Para fazer a visita às vinícolas, almoço harmonizado e degustação, em sua maioria, é necessário agendamento e pagamento prévio.

Recomendo verificar a localização de cada vinícola antes da visita porque nas estradas de acesso não há sinal de internet.

A região serrana catarinense é belíssima com paisagens de mata de pinheiros (Araucaria brasiliensis) e muitas atrações naturais. Em Urubici, a 60 km de São Joaquim, recomendo visitar o Morro da Igreja e Pedra Furada. Para este passeio é necessário agendamento prévio e retirada dos ingressos na sede do ICMBio de Urubici. Com tempo bom, verá uma deslumbrante paisagem!

Vinho Villa Francioni Rosé

Villa Francioni. Portão de acesso junto a rodovia SC-114

A bonita Vinícola Villa Francioni é uma realização do seu fundador, Manoel Dilor Freitas, que tinha paixão por artes e vinicultura.

O vinho Villa Francioni Rosé é elaborado com uvas Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Merlot, Malbec, Sangiovese, Syrah, Petit Verdot e Pinot Noir. O teor alcoólico é de 13%. Apresenta cor rosa salmão claro e aroma frutado de pêssego e goiaba, com toques florais de rosas.

No paladar é leve e delicado, com acidez vibrante e frescor. Harmoniza com ostra, camarão grelhado, peixes com molhos delicados.

Vinícola Villa Francioni

Vinho Villa Francioni – Francesco

É elaborado com uvas Merlot, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Malbec e Syrah. O teor alcoólico é de 13,7%. Apresenta cor vermelho rubi intenso com reflexos brilhantes. O aroma é de frutas negras como amora, cereja, com toques de especiarias e notas de baunilha.

Em boca é estruturado, complexo, intenso, equilibrado, com taninos macios e persistente.

O Francesco passa quatorze meses em barris de carvalho francês. Harmoniza com carnes, até mesmo caça, massas com molhos potentes.

Espumante Pregiato, Vinícola Leoni di Venezia

Vinícola Leone di Venezia

A Vinícola Leone di Venezia é propriedade de Saul Paulo Bianco, descendente de italianos de Vicenza, Vêneto, que migraram para Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul no final do século XIX.

Saul Paulo Bianco, depois de trabalhar 32 anos em uma grande multinacional com atividade agrícola, morou um ano na Itália onde cursou Enologia.

Quando regressou ao Brasil, estabeleceu a vinícola na Serra Catarinense e implementou seus vinhedos cultivando somente uvas de origem italiana.

A arquitetura da Vinícola foi inspirada no palácio italiano Villa di Maser, uma obra do arquiteto Andrea Paládio, Vicenza.

O Espumante Pregiato é elaborado com uvas Vermentino, Grechetto e Glera.  O teor alcoólico é de 12%. Apresenta cor amarelo palha, perlage fina e persistente. O aroma é de frutas cítricas como pera, maçã verde e abacaxi.

Em boca tem acidez viva, boa estrutura e untuosidade devido aos seus sete meses em contato com as leveduras. Harmoniza com pratos leves e frutos do mar.

Vinícola Leone di Venezia

Vinho Palladio, Vinícola Leoni di Venezia

O vinho Palladio, também da Leoni di Venezia, é elaborado com as uvas Montepulciano, Refosco dal Peduncollo Rosso e Aglianico. O teor alcoólico é de 14,5%. Apresenta cor rubi purpura intenso. Tem aroma complexo de ameixa seca, baunilha e frutas vermelhas.

Em boca é bem estruturado, com taninos potentes e maduros. Apresenta sabor de frutas negras, chocolate amargo, baunilha e café.

Estagiou dezoito meses em barricas de carvalho. Harmoniza com pratos elaborados com molhos fortes e picantes, assados com carne gordurosa e queijos maturados.

Vinho Donna Enny, Villaggio Bassetti

Vinhedos do Villaggio Bassetti

Villaggio Bassetti é uma vinícola da família Pioli Bassetti, descendente de imigrantes italianos que migraram para os arredores de Curitiba, no planalto paranaense.

Em 2005 o engenheiro químico José Eduardo Pioli Bassetti fundou a Villaggio Bassetti em São Joaquim, Santa Catarina.

A região dos vinhedos é muito bonita, com acessos asfaltados.

O vinho Donna Enny é elaborado 100% com uva Sauvignon Blanc. O teor alcoólico é de 14%. Apresenta cor amarelo dourado, límpida.

Em boca é fresco, potente, mineral com retrogosto persistente. Harmoniza com frutos do mar, queijos, carnes brancas e bacalhau.

A enóloga Thamiris com o vinho DonnaEnny, Villaggio Bassetti

Vinho Roberto, Villaggio Bassetti

O vinho Roberto da Villaggio Bassetti é elaborado 100% com uva Sangiovese. O teor alcoólico é de 13%. Apresenta cor vermelho intensa. O aroma é de frutas vermelhas maduras.

Em boca é potente e persistente. Harmoniza com massas, carnes com molhos de média cremosidade.

Vinho Don Ricardo Montepulciano, Vinícola D’Alture

Vinícola D´Alture

D´Alture é uma vinícola boutique de São Joaquim, fundada pelo boliviano Don Roberto Chávez.

O plantio dos vinhedos iniciou em 2001 e hoje conta com mais de 14 hectares das uvas Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Malbec, Tannat, Petit Verdot, Pinot Noir, Sangiovese e Montepulciano.

O vinho Don Ricardo Reserva Montepulciano é elaborado 100% com uva Montepulciano. O teor alcoólico é 13,5%. Apresenta cor vermelho rubi com reflexos granada. O aroma é frutado, com toques de tostado.

Em boca é cheio, equilibrado, com taninos redondos.

Vinícola D’Alture

Vinho Monte Agudo Cabernet Sauvignon e Merlot

Monte Agudo.

A Monte Agudo, em São Joaquim, além dos vinhos, tem dois outros atrativos: ótimo restaurante com almoço harmonizado e um belo lugar para ver o pôr do sol, o famoso “sunset” da região.

O Monte Agudo Cabernet Sauvignon e Merlot tem teor alcoólico de 13,6%. Passa doze meses em barricas de carvalho 2/3 francesas e 1/3 americanas de primeiro e segundo uso.

Apresenta cor vermelha viva intensa, com lágrimas grossas e lentas. Tem aroma floral de jasmim e violeta mesclado com café tostado e chocolate branco.

Em boca apresenta taninos marcantes e macios. Harmoniza com carne de cordeiro, avestruz e gado com base de molhos madeira e funghi não muito condimentado. Acompanha queijos de média maturação.

Vale a pena conhecer os vinhos e as vinícolas da Serra Catarinense porque, apesar de serem novas, produzem vinhos de boa qualidade com boa relação qualidade/preço. Os vinhos podem ser comprados nos sites das vinícolas. A surpresa é positiva para aqueles que tem preconceito com os vinhos nacionais.

Monte Agudo.

Tim tim!!!

Bete Yang, é Engenheira Civil, formada em 1975 pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, é enófila desde 1996 quando visitou região vinícola de Stellenbosch na África do Sul. Fez cursos de vinhos em Curitiba, no Vale dos Vinhedos (RS), na Associação Brasileira de Sommeliers/RJ, em Rioja (Espanha) e na Ecole du Vin de Saint-Émilion (França). Desde 2017 atua como coordenadora do Viniep (Confraria de vinho do IEP- Instituto de Engenharia do Paraná). Visitou mais de 140 vinícolas na Europa, América do Norte e do Sul, África do Sul e Oceania. bete_yang@yahoo.com

Fotos: Bete Yang

Comentários

2 Comments

  1. Helio Sugai 8 de novembro de 2021 at 00:03 - Reply

    Texto preciso e envolvente!
    Foi um retorno virtual a São Joaquim!
    Parabéns!!

  2. Mariana Medaglia Sobreira 12 de novembro de 2021 at 10:01 - Reply

    Ótima matéria Bete!! Parabéns por divulgar os vinhos brasileiros e a região da Serra Catarinense. Precisamos valorizar as riquezas do nosso país!

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