Há 3 anos, Sibele do Carmo Tozim, que pilota motos há 37 anos, foi de Curitiba a Ushuaia, na Argentina, numa viagem de 13.639 km, numa moto Harley-Davidson Softail Deluxe. Ela não fez a aventura sozinha. Foi junto com Eliane Mann (BMW GS650) e Marcelo Biguetti (uma BMW F 800GS).

Ela diz que uma das maiores dificuldades foi andar nas estradas de ripio (uma mistura de terra com cascalho ou seixos), enfrentar o vento e os 3 não terem feito reservas em hotéis, “uma falha grande”. Destaca, porém, que a viagem valeu a pena, principalmente pela receptividade dos argentinos e a possibilidade de conhecer pessoas de todo o mundo que também fazem este trajeto. Ela foi em dezembro, mas recomenda a viagem em novembro, porque “aí é mais barato”.

1º dia – Curitiba/PR a São Borja/RS – 961 km

Saímos de Curitiba no dia 26 de dezembro 2012 às 6h. Fomos em direção ao Chile, pois queríamos conhecê-lo e iríamos passar pela Argentina. Chegamos a São Borja (RS) com chuva e rodamos nesse dia 961 km.

2º dia – São Borja/RS a Paraná/AR – 723 km

Estrada tranquila em direção a Paraná/Argentina. Perto da fronteira de Paso de Los Libres fui entrar num posto por uma estrada de chão, tinha lama e eu fui para o chão, fiquei com a perna presa embaixo da moto, mas não me machuquei. Foi até engraçado, meus amigos me tiraram de lá, a moto ficou muito suja de barro e também não machucou nada nela.

3º dia – Paraná/AR a Córdoba/AR – 360 km

Trajeto tranquilo. Chegamos a Córdoba/Argentina cedo. A BMW 800 furou o pneu na cidade, que foi consertado a tempo da gente seguir viagem no dia seguinte. Como não tínhamos feito reserva, perdemos muito tempo até achar um hotel. Na época de férias, as cidades ficam lotadas e, quando tem, é tudo muito caro.

4º dia – Córdoba/AR a San Luis/AR – 419 km

Saímos tarde de Córdoba e tivemos que mudar nosso destino. Durante o trajeto, muito calor e um caminho muito bonito e cheio de curvas, coisa rara nessa viagem até agora.

5º dia – San Luis/AR a Mendoza/AR – 253 km

Saímos de San Luis por uma estrada interessante, muito boa e cheia de postes coloridos. A cada km mudava a cor dos postes. Eu curti e me distraiu também. Chegamos cedo a Mendoza.

6º dia – Mendoza/AR a Santiago/CL – 359 km

Saímos cedo e rodamos por uma estrada muito bonita, cheia de montanhas. Na fronteira, para entrar no Chile, muito vento, muita burocracia, vai ali agora, vai lá. Esqueceram de carimbar aqui, volta lá, um saco, mas tudo bem, fizemos tudo e passamos. Parada para fotos na placa e seguimos em direção ao famoso Caracoles, eu achei lindo e desci com a Harley desligada. Foi show…

Caracoles – À noite era Réveillon e fomos para a Praça com a Torre da rede de telefonia do Chile onde teria fogos… o que vimos foi um verdadeiro carnaval, todos com chapéus coloridos, cabelos de perucas coloridas, latas que espirravam espuma e serpentinas, música e famílias inteiras. De vez em quando eles gritavam Chi Chi Chi Le Le Le. Viva o Chileee. Senti um patriotismo muito grande. A virada de ano deles é muito especial e pra mim também foi bem diferente do que já tinha passado na minha vida.

7º dia – Santiago/CL a Temuco/CL – 695 km

Em direção a Temuco, no Chile. Estrada muito boa, larga e vazia. Ao longe, víamos vulcões, acho que foram 4, vários, muito bonitos.

8º dia – Temuco/CL a Pucon/CL – 695 km

Estrada razoável, com pedágios ao preço de 200 pesos chilenos. Estávamos indo em direção a San Carlos de Bariloche e iríamos passar por Osorno, ver o vulcão e passar pela fronteira. Mas em um posto, soubemos por um senhor que a fronteira tinha sido queimada, e não estava passando ninguém por ela. Chegamos a Osorno e perguntamos aos policiais e eles confirmaram. Tivemos que voltar quase 160 km e pegar outro caminho por Villarrica, por uma estrada de saibro com pedras (ripio) o que não me deixou feliz. Passamos por Villarrica, uma cidade super charmosa com um lago que a galera faz de praia e seguimos em frente até Pucon, também uma cidade charmosa com o vulcão Villarrica do lado.

9º dia – Pucon/CL a Bariloche/AR – 368 km

Continuamos pelo asfalto, rodávamos por uma serra muito bonita e, de repente, demos de cara com o ripio. Como eu estava de Harley e nunca tinha andado por esse tipo de pavimento, estava com bastante medo. Mas fui. Foi bastante difícil para a Harley e para mim. Vinham muitos carros no sentido contrário e no mesmo sentido e eles andavam muito rápido, jogavam pedras e faziam muita poeira. Foram 29,6 km de sofrimento. Quando chegamos à fronteira é que eu vi que o Vulcão estava bem ao meu lado. Passamos a fronteira e a melhor visão do dia foi o asfalto. No asfalto, a estrada era muito bonita cheia de lagos e montanhas e desertos.

10º dia – Bariloche/AR

Fomos de moto conhecer o Cerro Catedral. Lugar com um teleférico e sem neve. Subimos e lá de cima a visão de Bariloche é linda.

11º dia – Bariloche/AR a Caleta Oliva/AR – 968 km

Saímos cedo como sempre e fomos em direção a El Bolson, estrada bonita e com lagos. O frio foi chegando e meus dedos começaram a endurecer. Depois de um tempo, paramos para colocar mais blusas e tomar um gole de conhaque para esquentar por dentro. Passamos por Esquel e começou um vento lateral que jogava a cabeça da direita para a esquerda. Paramos num posto onde fila pra abastecer era normal. A Eliane saiu do posto e começou a voar dinheiro do bolso dela, foi engraçado, voltamos e catamos a grana pelo chão. O vento piorou, muitos guanacos (um camelídeo nativo da América do Sul) na estrada, flamingos, cavalos e gaviões eram comuns de ver. Ao longo da estrada, muitas bombas de retirar petróleo, coloridas (verdes e pretas), parecia que eu estava em um filme tipo Mad Max. Passamos por Comodoro Rivadavia, mas não achamos hotel e decidimos ir para Caleta Oliva. Já eram 20h, mas o sol estava alto. Rodamos 80 km numa estrada horrível, asfalto ou cimento todo quebrados. O visual era lindo, de um mar verde turquesa, mas não dava para apreciar porque o movimento de carros era grande. Chegamos tarde, mas com sol ainda.

12º dia – Caleta Oliva/AR a Rio Gallegos/AR – 716 km

Estrada boa e vento forte lateral, sempre vindo do Pacífico. As BMW andavam de lado, a Harley andava um pouco, mas por ser mais pesada que as outras, meus amigos sofreram mais com o vento. A cabeça da gente levava chicotada do vento, era incrível. Nesse lugar não vi pássaros, acho que eles não gostam do vento. Havia guanacos pastando ao lado da estrada e, de repente, eu vi um próximo demais do asfalto. Bati marcha, diminui e fiquei esperando. Lembro que falei “Você vá, mas não volte que eu vou passar”. E ele foi e não voltou. Passei. Foi até divertido. A vegetação ao lado chamava a atenção, porque é preta, parece que foi tudo queimado, muito estranho.

13º dia – Rio Gallegos/AR a El Calafate/AR – 316 km

O Marcelo trocou óleo da sua moto, por isto, saímos mais tarde. Vento mais maneiro nesse dia. Paramos em um posto e encontramos 2 caminhonetes, uma moto de Curitiba e uma expedição da Eslováquia, com uma moto Java antiga e 2 carros amarelos (podres) e uma trupe grande junto, filmando e fotografando. Estavam fazendo um documentário da viagem, que tinha iniciado no mês de outubro. Estavam há 4 meses na estrada. Se encantaram com a minha moto porque ela tinha no assento um pelego cor de rosa e uma aranha de pelúcia em cima do farol da frente. Continuamos nossa jornada por uma estrada bonita e deserta até chegar a El Calafate.

14º dia – Glacial Perito Moreno

Dia livre para ir conhecer o Glacial Perito Moreno. Fomos de moto, rodando 157 km ida e volta. Lugar lindo, com uma estradinha cheia de curvas, quando você entra no parque. Quando chega a ver o glacial dá um frio na barriga. Eu fiquei super emocionada com a grandeza daquilo. A cor azul é impressionante. Um bloco de gelo com 130 metros de altura. Fazendo um barulho tipo de trovão quando ele vai se quebrando. Passarelas para você andar e chegar mais próximo dele. Eu amei, tirei muitas fotos e fiquei impressionada com a grandeza dele. Depois pegamos as motos e fomos até onde se pega o barco para fazer o passeio que leva até bem próximo do glacial. Vale cada centavo (90 pesos o passeio). No caminho, muito vento. Quando se aproxima, bem perto, acaba o vento. Eu estava filmando e, de repente, começou a quebrar um pedaço e eu filmei. Foi de repente, ele quebrou lá de cima e caiu com tudo, formando uma onda. Parecia um tsunami vindo. Foi muito maneiro… o barulho é muito legal. Foi um dia especial na minha vida.

15º dia – El Calafate/AR a Puerto Natales/CL – 364 km

Um dia mais light, estrada bem florida, flores pequenas e de todas as cores. Encontramos uma turma de argentinos com motos menores na fronteira. Ao longo da estrada, flamingos, cavalos, carneiros e avestruzes. Carneiro é o que mais tem e eles se assustavam com o ronco da Harley.

16º dia – Torres del Paine

Dia livre para conhecer o Parque Torres del Paine. Alugamos um tour com uma Van (20 mil pesos chilenos), ingresso no Parque 18 mil pesos chilenos. Passeio de 5 horas, estrada de ripio, visual alucinante dentro do parque. Montanhas com picos cobertos de neve, lagos azuis esverdeados, guanacos, animais de todos os tipos. O passeio valeu muito, é muito lindo.

17º dia – Puerto Natales/CL a Rio Grande/AR – 690 km

Estrada bonita e boa. Íamos para Rio Grande, mas passamos do local de entrada e, por falta de gasolina, tivemos que ir até Punta Arenas. Chegamos, abastecemos e voltamos. Havia um pedaço de ripio de 3 km, porque eles estavam arrumando a estrada. Depois, asfalto e, de repente, uma fila de carros. Estávamos no Estreito de Magalhães. Sim, aquele que você aprende na aula de Geografia e eu nunca tinha esquecido dele. Foi muito emocionante chegar lá. Tiramos fotos e ficamos aguardando na fila. Na barca grande cabem uns 20 carros, caminhões e ônibus. Preço: 65 pesos argentinos. A distância até a outra margem é de 5 km. Tivemos sorte, porque o mar estava calmo. Encontramos um casal do Rio com uma 883 que disse que, quando eles passaram, 2 ondas passaram por cima do barco e molhou todos e a moto também. Ufa!!! Que sorte a nossa… Um pouco mais de estrada. Descemos do barco e chegamos a Cerro Serrado. Um lugar tiskinho, que tem um posto de gasolina, onde um senhor muito simpático atende só em efetivo (grana). Abastecemos e fomos em direção ao ripio. Rodamos uns 18 km em estrada de cimento, uma maravilha e, de repente, diz assim “fin del pavimento”. Às 14h15 entramos no ripio. Pense num chão ruim, cheio de pó e de carros, nem gosto de lembrar. Acostamento inexistente, buracos com pedras. Eu ia bem devagar a 20 km/h, escolhendo os melhores caminhos. Meus amigos de BMW iam na boa, mas me esperavam. De repente, um menino com uma moto de 250cc, argentino, com pneu estraçalhado pelas pedras. Deu medo em pensar que eu estava lá também, e que podia acontecer comigo. Carros capotados… foi terrível. Foram 124 km em 5 horas, contando com a passagem por 2 aduanas. Minha Harley ficou virada em pó. Dava pena de ver. Mas chegamos ao asfalto. Eu e ela tínhamos conseguido. Estávamos, por hora, sãs e salvas. Nesse trajeto conhecemos um casal de italianos que estava viajando de lambreta. Mandaram a lambreta por navio e vinham belos e formosos, conhecendo toda a América do Sul.

18º dia – Rio Grande/AR a Ushuaia/AR – 220 km

Minha Harley já estava com 8 mil km rodados e precisava trocar o óleo. Na cidade, encontramos uma loja de motos, comprei óleo e o menino falou que não trocava, mas me deu endereço de uma oficina. Colocamos no GPS e fomos procurar. Achamos uma oficina antiga com um cara muito simpático, o Marco, que ficou encantado com a Harley. Fez perguntas, admirou, pediu para eu ligar para ele ouvir a música do escapamento da moto. Trocou o óleo e não cobrou nada, disse que viajantes não pagam esse tipo de serviço… Foi muito legal da parte dele… Mais um amigo pelo mundo. Seguimos viagem e, ao longo da estrada, tinha muitas árvores mortas e começou a esfriar. Meus dedos começaram a congelar. De repente, um lago lindo, uma serra e um portal escrito Ushuaia… Conseguimos, chegamos… Hotéis caros, conseguimos um hostel, para mim e Eliane. O Marcelo demorou mais para achar um para ele. Mas encontrou. Ainda era dia, então, fomos conhecer a cidade e tirar fotos. Jantamos Centoilla (king crab).

19º dia – Ushuaia

Acordamos sem muita pressa e estava garoando. Fomos passear de barco, fazer o famoso passeio pela pinguizeira e ver o Farol do Fim do Mundo. O passeio era num barco bem legal, mas caro (400 pesos), e cá entre nós, eu achei bem fraquinho e muito longo. Cansa andar de barco. Eu queria ir ao parque estadual, mas soube que tinha ripio, então resolvi não ir. Meus amigos foram de moto e eu fiquei. O dono do hostel me viu e acho que ficou com pena e me levou de carro. Foi ótimo o passeio; o parque é muito bonito. Fica lá o final da Ruta 3 e a Lapataia. Ah! O último Correio Argentino, que existe no Parque e que carimba o passaporte da gente, estava fechado, então… Sem carimbo.

20º dia – A volta

Vou resumir no geral, porque voltar é muito ruim. Fizemos o ripio em 4 horas. Acho que já estava preparada para o que vinha, por isso, foi mais rápido, mas não menos ruim. O pneu da Harley estava começando a ficar bem gasto; estava preocupada. As estradas e o ripio gastaram demais o pneu. No caminho, minha Harley completou 50 mil km, ela é o máximo. Voltamos por Rio Grande, Rio Gallegos, Caleta Oliva, Puerto Madryn, Bahia Blanca e Buenos Aires, e meu pneu gastando. Chegamos a Buenos Aires sem pneu quase. Aí, fomos atrás de uma loja. A da Harley estava fechada, então, um amigo de Buenos me indicou uma loja que vendia pneus e, por sorte minha, trocamos e tudo voltou a ficar tranquilo de novo. Estávamos com muitas saudades de casa. Chegamos a Curitiba cansados, mas felizes…

Publicado no Aeroporto Jornal – abril/2015

Foto do destaque: Seb Creativo/Unsplash

Diary of a motorcycle trip: Curitiba to Ushuaia

Three years ago, Sibele do Carmo Tozim, an avid motorcycle rider for 37 years, took a ride from Curitiba to Ushuaia, Argentina, a journey of 13,639 kilometers, in a Harley-Davidson Softail Deluxe. She wasn’t alone on this adventure, accompanied by Eliane Mann (BMW GS650) and Marcelo Biguetti (BMW F 800GS).

She says one of the biggest challenges was to travel on roads composed of a mixture of soil with gravel or pebbles, to ride facing the wind, and the fact that none of them had hotel reservations, “a big failure”. She points out, however, that the trip was worth it, especially the receptivity of the Argentine people and the possibility to meet people from around the world who also chose to take the same trail. It was in December, but she recommends the trip in November because “it’s cheaper”.

Day 1 – Curitiba/PR to San Borja/RS – 961 km

We left Curitiba on December 26, 2012 at 6pm. We headed to Chile because we wanted to explore it, we would go through Argentina. We arrived at a rainy San Borja (RS) after covering 961 km that day.

Day 2 – San Borja/RS to Paraná/AR – 723 km

The road towards Paraná/Argentina was calm. Near the Paso de Los Libres border I went to a gas station through a road covered in mud and slipped. My leg ended up under the bike, but I wasn’t hurt. It was quite funny, my friends took me out of there, the bike was very dirty but also unharmed.

Day 3 – Paraná/AR to Cordoba/AR – 360 km

It was a calm journey. We got to Cordoba/Argentina early. The BMW 800 had a flat tire in the city, which was repaired on time to depart on the next day. Without reservation, we lost a lot of time to find a hotel. In the holiday season, the cities are crowded and it’s all very expensive.

Day 4 – Córdoba/AR to San Luis/AR – 419 km

We left late in Cordoba and we had to change our destination. Along the way, a lot of heat, and a beautiful, winding road, both rare on this trip so far.

Day 5 – San Luis/AR to Mendoza/AR – 253 km

We left San Luis through an interesting road; well-maintained and full of colorful posts that marked each km with a new color. I enjoyed it and it distracted me too. We arrived early in Mendoza.

Day 6 – Mendoza/AR to Santiago/CL – 359 km

We left early and ran by a very beautiful road lining great mountains. At the border, towards Chile, it was windy, too much bureaucracy, running around back and forth to get a stamp, but that’s okay, we managed. A stop for pictures at the road sign and we headed towards the famous Caracoles, I thought it was beautiful and came down with the Harley off. It was a show…

Caracoles – At night it was New Year’s Eve and we went to the square with the Chilean telephone network tower to watch a midnight firework show … what we saw was a real carnival, people wearing colorful hats, colorful wigs, cans splashing foam and paper, music and entire families. From time to time they shouted Chi Chi Chi Le Le Le. Long live the Chileee. I felt the people’s great patriotism. New Year’s is very special to them and for me it had been quite different from what I had experienced in my life.

Day 7 – Santiago/CL to Temuco/CL – 695 km

We went towards Temuco, Chile. The road was very good, wide, and empty. In the distance, we saw volcanoes, I think there were four, several, very beautiful.

Day 8 – Temuco/CL to Pucon/CL – 695 km

It was a reasonable road with toll at the price of 200 Chilean pesos. We were going towards San Carlos de Bariloche through Osorno to see the volcano and cross the border, but in a gas station, we heard from a gentleman that the border had been burned and no one could go there. We came to Osorno and the cops confirmed the information. We had to return almost 160 km to take another path through Villarrica by a gravel road which didn’t make me happy. We passed Villarrica, a very charming city with a lake enjoyed like a beach.  Then we headed to Pucon, also a charming city with the Villarrica volcano next to it.

Day 9 – Pucon/CL to Bariloche/AR – 368 km

We continued on asphalt, driving by beautiful mountains until suddenly we hit gravel. I was quite afraid because I was driving a Harley and I had never been through this type of pavement before. But I faced it. It was quite difficult for both the Harley and me. There were many cars traveling in the same direction and they went very fast, throwing stones and producing a lot of dust. Altogether, 29.6 km were covered in this suffering. When we reached the border I saw that the volcano was right next to me. We passed the border and the best view of the day was the asphalt. Along the asphalt, the road was full of beautiful lakes, mountains and deserts.

Day 10 – Bariloche/AR

Riding our motorcycles, we went to meet the Cerro Catedral, a place with a cable car but without snow. We climbed up there to take in the scenic view of the beautiful Bariloche.

Day 11 – Bariloche/AR to Caleta Oliva/AR – 968 km

We left early as usual towards El Bolson on a beautiful road alongside many lakes. The cold was coming and my fingers started to harden. After a while, we stopped to put on more sweaters and take a sip of brandy to warm inside. We passed Esquel and a side wind started to rock my head from right to left. We stopped at a gas station where the line to refuel was normal. Eliane left the store and the money started to fly out of her pocket; it was funny, we went back to catch it all over the floor. The wind got worse, many guanacos (a native South American camelid) on the road, flamingos, horses and hawks were common to see. Along the road, many pumps to remove oil, colored (green and black), it felt like I was in a kind of Mad Max movie. We passed through Comodoro Rivadavia, but we couldn’t find a hotel, so we decided to go to Caleta Oliva. It was already 8pm, but the sun was high. We covered 80 km on a horrible road of broken asphalt or cement. The view was beautiful, a turquoise blue all around, but I couldn’t enjoy it because the traffic was heavy. We arrived late, but it was still sunny.

12th day – Caleta Oliva/AR to Rio Gallegos/AR – 716 km

Good road with a strong crosswind always coming from the Pacific. The BMWs rode in inclined position and the Harley not so much because of its heavier build; my friends suffered more with the wind. Our heads were hit by a wind whip, which was amazing. In this place I couldn’t see birds; I don’t think they like the wind. There were guanacos grazing beside the road, and suddenly, I saw myself too close to the asphalt. I reduced the driving speed and waited. I remember that I said “You go, but do not come back I’ll pass”. It didn’t return. It was kind of fun. The vegetation beside the road drew our attention because it was black with the looks like it was all burnt, very strange.

Day 13 – Rio Gallegos/AR to El Calafate/AR – 316 km

Marcelo’s bike needed an engine oil change, so we went out later. The wind was better that day. We stopped at a gas station where we met two pickup trucks, a motorcycle from Curitiba, an expedition from Slovakia, an old Java bike and 2 yellow cars (rotten) and a large troupe together, filming and photographing. They were making a documentary of the trip, which had started in October. They were already four months on the road. They marveled at my bike because it had a pink sheepskin on the seat and a plush spider on the front of the headlight. We continued our journey through a beautiful desert highway to get to El Calafate.

14th day – Perito Moreno Glacier

Free day to go meet the Perito Moreno Glacier. We went by bike, traveling 157 km round trip. It was a beautiful place, with a winding road full of curves when you enter the park. Just seeing the glaciers gave us butterflies. I became very touched with the greatness of it. The blue color is amazing, there was a 130 meters high ice block, making a noise like thunder when breaking. There were walkways for you to walk and get closer to it. I loved, I took lots of pictures and I was struck by the grandeur of it. After that we took the bikes and went to a boat ride in order to see the glacier even closer. It was worth every penny (90 pesos). On the way, there was a lot of wind, but it stopped when we approached. Suddenly a piece of ice started to break off and I filmed it. It was fast, just fractured from up there and fell forming a wave. It looked like a tsunami coming; the noise was pretty cool, a nice experience, and a very special day in my life.

Day 15 – El Calafate/AR to Puerto Natales/CL – 364 km

It was a clear day, the highway full of flowers, small ones and of all colors. We found a group of Argentines with smaller bikes at the border. Along the road we saw flamingos, horses, sheep and ostriches; sheep, the most common, were very startled by the roar of the Harley.

Day 16 – Torres del Paine

Free day to explore the Torres del Paine Park; we rented a tour in a van (20,000 Chilean pesos), and purchased admission to the park for 18,000 Chilean pesos. 5 hours for the tour, on gravel road, breathtaking scenery within the park. The mountains were snow covered, some blue-green lakes, guanacos, and animals of all kinds. The tour was worth it, it is very beautiful.

17th day – Puerto Natales/CL the Rio Grande/AR – 690 km

The road was beautiful and smooth. We intended to go to Rio Grande, but we missed the entry and, for lack of gasoline, we had to go to Punta Arenas. We arrived, filled the tanks and came back. There was a 3 km segment of gravel road due to repairs. There was the asphalt then and suddenly, a line of cars. We were in the Strait of Magellan, yes, the one you learned about in geography class and had never forgotten it. It was very exciting to get there. We took pictures and we kept waiting in line. The large boat fit about 20 cars, trucks and buses. The price is 65 pesos. The distance to the other side is 5 km. We were lucky because the sea was calm. We found a couple from Rio with a 883 who said that two waves hit  the boat and everyone and the bike got wet when they made this same tour before. How lucky we were… We got off the boat and arrived at Cerro Serrado. It was a little place with a gas station where a very nice man accepts only cash. We refueled and carried on to the gravel. We cover about 18 km on cement road, a wonder and suddenly we see “fin del pavimento” on a road sign. At 2:15 pm we entered the gravel. Think of a very bad ground, full of dust and cars, I don’t even want to remember. The roadside was nonexistent, there were holes with stones. I was going very slowly to 20 km / h, by selecting the best paths. My friends went well on the BMWs, but always having to wait for me. Suddenly, we saw an Argentine boy with a 250cc bike, with a shattered tire by the rocks. I was afraid to think that I was there too, and that could happen to me. There were overturned cars also, it was terrible. We covered 124 km in 5 hours, with the passage of 2 customs. My Harley was covered in dust, painful to see, but we reached the asphalt:  she and I had been victorious. We were, for the time being, safe and sound. In this path we met an Italian couple traveling on a scooter. They sent the scooter by ship and had travelled since then through of all South America.

18th day – Rio Grande/AR to Ushuaia/AR – 220 km

My Harley was already 8000 km run and needed an oil change. In the city, we found a bike shop, bought oil and the boy said he couldn’t change, but gave me the address of a repair shop. We put the GPS and went in search. We found an old place with a very nice guy, Marco, who was delighted with the Harley. He asked questions, admired, asked me to start the engine so he could hearthe motorcycle’s exhaust music. He didn’t charge for the job, he said that travelers do not pay that kind of service… It was very nice of him… Another friend in the world. We kept travelling and along the road there were many dead trees and the cold air started to freeze my fingers. Suddenly, a beautiful lake, a sierra and a portal in which Ushuaia was written… We did it, we got there… The hotels were very expensive; we got a hostel for me and Eliane. Marcelo took longer to find one. It was still day time, so we went to know the city and take pictures. We dined Centoilla (king crab).

19th day – Ushuaia

We woke up in no hurry to the sound of light drizzling. We went on a boat tour through the famous “pinguizeira” and saw the “End of the World” Lighthouse. It was a really nice boat, but the tour was expensive (400 pesos), and, between us, a bit dull and time-consuming. Boating is tiring. I wanted to go to the state park but I knew there was gravel, so I decided not to go. My friends went for a ride on their bikes while I stayed back. The owner of the hostel must have pitied me because he offered to drive me to the state park. It was great walking; the park is beautiful. This is at the end of Ruta 3 and the Lapataia. Oh! The last Argentine post office, which exists in the Park and stamps the passport of people, was closed, so… no stamp.

20th day – The return

I will summarize the return because coming back was rather unpleasant. We covered the gravel in 4 hours. I think I was already prepared for what was coming, so it was faster, but no less bad. The roads and the gravel made wore down my tires a lot. On the way, my Harley completed 50,000 km, she is awesome! We returned to Rio Grande, then Rio Gallegos, Caleta Oliva, Puerto Madryn, Bahia Blanca and Buenos Aires, and my tire gradually wore away. We arrived in Buenos Aires without it and searched for a store. The Harley store was closed but a friend from Buenos showed me a shop selling tires and luckily everything was fine again. We were homesick. We returned to Curitiba tired but happy.

Diario de un viaje en moto: Curitiba a Ushuaia

Hace 3 años, Sibele do Carmo Tozim, quien lleva 37 años conduciendo motocicletas, viajó de Curitiba a Ushuaia, Argentina, en un viaje de 13.639 km, en una Harley-Davidson Softail Deluxe. Ella no hizo la aventura sola. Fue junto a Eliane Mann (BMW GS650) y Marcelo Biguetti (una BMW F 800GS).Ella dice que una de las mayores dificultades fue caminar por los caminos del ripio (una mezcla de tierra con grava o guijarros), de cara al viento y los tres sin haber hecho reservaciones en los hoteles, “un gran fracaso”. Sin embargo, destaca que el viaje valió la pena, principalmente por la receptividad argentina y la posibilidad de conocer gente de todo el mundo que también toma esta ruta. Fue en diciembre, pero recomienda el viaje en noviembre, porque “allí es más barato”.

1° día – Curitiba / PR a São Borja / RS – 961 km

Salimos de Curitiba el 26 de diciembre de 2012 a las 6 am. Fuimos hacia Chile, porque queríamos conocerlo y íbamos a pasar por Argentina. Llegamos a São Borja (RS) con lluvia y ese día recorrimos 961 km.

2° día – São Borja / RS a Paraná / AR – 723 km

Camino tranquilo hacia Paraná / Argentina. Cerca del límite de Paso de Los Libres fui a entrar a un poste por un camino de tierra, había barro y me caí al suelo, me metí la pierna debajo de la bici, pero no me lastimé. Incluso fue divertido, mis amigos me sacaron de allí, la moto se ensució mucho de barro y tampoco me hizo daño.

3° día – Paraná / AR a Córdoba / AR – 360 km

Sendero tranquilo. Llegamos temprano a Córdoba / Argentina. El BMW 800 pinchó el neumático en la ciudad, que fue reparado a tiempo para que pudiéramos seguir viajando al día siguiente. Como no habíamos hecho reserva, tardamos mucho en encontrar un hotel. Durante la temporada navideña, las ciudades están abarrotadas y, cuando hay una, todo sale muy caro.

4° día – Córdoba / AR a San Luis / AR – 419 km

Salimos tarde de Córdoba y tuvimos que cambiar de destino. Durante el viaje, mucho calor y un camino muy bonito y con curvas, algo raro en este viaje hasta ahora.

5° día – San Luis / AR a Mendoza / AR – 253 km

Salimos de San Luis por un camino interesante, muy bueno y lleno de postes de colores. Cada kilómetro cambiaba el color de los postes. Lo disfruté y también me distrajo. Llegamos temprano a Mendoza.

6° día – Mendoza / AR a Santiago / CL – 359 km

Salimos temprano y condujimos por un camino muy hermoso, lleno de montañas. En la frontera, para entrar a Chile, mucho viento, mucha burocracia, ve para allá ahora, ve para allá. Se olvidaron de sellar aquí, volver allá, una bolsa, pero está bien, hicimos todo y pasamos. Paramos para fotos en el letrero y nos dirigimos hacia los famosos Caracoles, pensé que era hermoso y bajé con Harley apagada. Fue un espectáculo …

Caracoles – Por la noche era Nochevieja y nos dirigimos a la Plaza con la Torre de la red telefónica chilena donde habría fuegos artificiales … lo que vimos fue un verdadero carnaval, todos con sombreros de colores, cabellos con pelucas de colores, latas que salpicó espuma y serpentinas, música y familias enteras. De vez en cuando gritaban Chi Chi Chi Le Le Le. Viva Chileee. Sentí mucho patriotismo. Su Nochevieja es muy especial y para mí también fue muy diferente a lo que ya había pasado en mi vida.

7° día – Santiago / CL a Temuco / CL – 695 km

Hacia Temuco, en Chile. Camino muy bueno, ancho y vacío. A lo lejos vimos volcanes, creo que eran 4, varios, muy bonitos.

8° día – Temuco / CL a Pucón / CL – 695 km

Vía razonable, con peajes al precio de 200 pesos chilenos. Nos dirigíamos hacia San Carlos de Bariloche e íbamos a pasar por Osorno, ver el volcán y cruzar la frontera. Pero en un puesto, nos enteramos por un hombre que la frontera se había quemado y que nadie la atravesaba. Llegamos a Osorno y preguntamos a la policía y nos lo confirmaron. Tuvimos que retroceder casi 160 km y tomar otro camino por Villarrica, por un camino de ripio con piedras (ripio) que no me hizo feliz. Pasamos Villarrica, un pueblo súper encantador con un lago que la playa hace para la multitud y fuimos directamente a Pucón, también un pueblo encantador con el volcán Villarrica a un lado.

9° día – Pucón / CL a Bariloche / AR – 368 km

Seguimos por el asfalto, atravesamos una montaña muy bonita y, de repente, nos encontramos cara a cara con el ripio. Como yo era de Harley y nunca había caminado por este tipo de pavimento, estaba bastante asustado. Pero lo hice. Fue bastante difícil para Harley y para mí. Muchos carros venían en sentido contrario y en el mismo sentido y caminaban muy rápido, tiraban piedras y levantaban mucho polvo. Fueron 29,6 km de sufrimiento. Cuando llegamos a la frontera, vi que el Volcán estaba justo a mi lado. Cruzamos la frontera y la mejor vista del día fue el asfalto. Sobre el asfalto, el camino era muy hermoso, lleno de lagos y montañas y desiertos.

10° día – Bariloche / AR

Fuimos en moto a visitar el Cerro Catedral. Lugar con remonte y sin nieve. Subimos y desde allí la vista de Bariloche es hermosa.

11° día – Bariloche / AR a Caleta Oliva / AR – 968 km

Salimos temprano como de costumbre y nos dirigimos hacia El Bolsón, una hermosa carretera con lagos. Se acercaba el frío y mis dedos empezaron a endurecerse. Al rato, paramos para ponernos más blusas y tomar un sorbo de brandy para calentarnos por dentro. Pasamos por Esquel y empezó un viento de costado que arrojó la cabeza de derecha a izquierda. Nos detuvimos en una gasolinera donde era normal hacer cola para cargar gasolina. Eliane dejó el correo y empezó a sacar dinero de su bolsillo, fue divertido, volvimos y recogimos el dinero en el suelo. El viento empeoró, muchos guanacos (un camélido nativo de América del Sur) en el camino, flamencos, caballos y halcones eran comunes para ver. A lo largo del camino, muchas bombas de aceite, de colores (verde y negro), parecía que estaba en una película de Mad Max. Pasamos por Comodoro Rivadavia, pero no encontramos hotel y decidimos ir a Caleta Oliva. Ya eran las 8 de la noche, pero el sol estaba alto. Condujimos 80 km por una carretera horrible, de asfalto o cemento roto. La vista era hermosa, de un mar verde turquesa, pero no pude apreciarla porque el movimiento de los autos era genial. Llegamos tarde, pero todavía soleado.

12° día – Caleta Oliva / AR a Rio Gallegos / AR – 716 km

Buen camino y viento lateral fuerte, siempre procedente del Pacífico. Los BMW caminaban de lado, Harley caminaba un poco, pero como pesaba más que los demás, mis amigos sufrían más con el viento. Las cabezas de las personas fueron azotadas por el viento, fue increíble. No vi pájaros en ese lugar, creo que no les gusta el viento. Había guanacos pastando al costado del camino y de repente vi uno demasiado cerca del asfalto. Puse una marcha, reduje la velocidad y esperé. Recuerdo que dije “Vete, pero no vuelvas, yo voy a pasar”. Y se fue y no regresó. Pasé. Incluso fue divertido. La vegetación del costado llamó la atención, porque es negra, parece que todo se quemó, muy extraño.

13° día – Rio Gallegos / AR a El Calafate / AR – 316 km

Marcelo cambió el aceite de su moto, así que nos fuimos más tarde. Viento más fresco ese día. Paramos en una gasolinera y encontramos 2 camionetas, una bicicleta de Curitiba y una expedición de Eslovaquia, con una vieja bicicleta Java y 2 autos amarillos (podridos) y una gran compañía juntos, filmando y fotografiando. Estaban haciendo un documental del viaje, que había comenzado en octubre. Llevaban 4 meses viajando. Estaban encantados con mi motocicleta porque tenía una piel rosa y una araña de peluche en el faro delantero del asiento. Continuamos nuestro viaje por un camino hermoso y desierto hasta llegar a El Calafate.

14° día – Glaciar Perito Moreno

Día libre para visitar el Glaciar Perito Moreno. Fuimos en moto, recorriendo 157 km ida y vuelta. Hermoso lugar, con una carretera con curvas, al ingresar al parque. Cuando llegas a ver el glaciar te enfría el estómago. Realmente me conmovió la grandeza de eso. El color azul es impresionante. Un bloque de hielo de 130 metros de altura. Haciendo un ruido parecido al de un trueno cuando se rompe. Pasarelas para que camines y te acerques a él. Me encantó, tomé muchas fotos y me impresionó su grandeza. Luego tomamos las motos y nos dirigimos hacia donde se toma la lancha para tomar el recorrido que conduce a muy cerca del glaciar. Vale cada centavo (90 pesos por viaje). En el camino, mucho viento. Cuando se acerca, muy cerca, cesa el viento. Estaba filmando y de repente empezó a romper una pieza y la filmé. Fue de repente, se rompió desde allí arriba y cayó con todo, formando una ola. Parecía que se avecinaba un tsunami. Fue realmente genial … el ruido es realmente genial. Fue un día especial en mi vida.

15° día – El Calafate / AR a Puerto Natales / CL – 364 km

Un día más claro, un camino bien florecido, florecitas y de todos los colores. Encontramos un grupo de argentinos con motos más pequeñas en la frontera. A lo largo del camino, flamencos, caballos, ovejas y avestruces. Aries es el que más tiene y se asustaron con los ronquidos de Harley.

16° día – Torres del Paine

Día libre para visitar el Parque Torres del Paine. Rentamos un tour con Van (20.000 pesos chilenos), entrada al Parque 18.000 pesos chilenos. Paseo de 5 horas, ripio road, impresionante vista dentro del parque. Montañas con picos nevados, lagos verdiazules, guanacos, animales de todo tipo. El paseo valió la pena, es muy bonito.

17° día – Puerto Natales / CL a Rio Grande / AR – 690 km

Hermoso y buen camino. Íbamos a Río Grande, pero pasamos por el lugar de entrada y, por falta de gas, tuvimos que ir a Punta Arenas. Llegamos, repostamos y volvemos. Había un tramo de río de 3 km porque estaban despejando la carretera. Luego, asfalto y, de repente, una hilera de coches. Estábamos en el Estrecho de Magallanes. Sí, el que aprendes en la clase de Geografía y nunca lo había olvidado. Fue muy emocionante llegar allí. Tomamos fotografías y esperamos en la fila. La gran barcaza tiene capacidad para unos 20 coches, camiones y autobuses. Precio: 65 pesos argentinos. La distancia a la otra orilla es de 5 km. Tuvimos suerte, porque el mar estaba en calma. Conocimos a una pareja de Río con un 883 que dijo que cuando pasaron, 2 olas pasaron sobre el bote y los mojaron a todos y también a la bicicleta. Ufa !!! Qué suerte para nosotros … Un poco más en el camino. Nos bajamos del bote y llegamos al Cerro Serrado. Un local pequeño, que tiene una gasolinera, donde atiende un hombre muy simpático solo en efectivo (dinero). Repostemos y nos dirigimos hacia el ripio. Manejamos unos 18 km por un camino de cemento, una maravilla y, de repente, dice “fin del pavimento”. A las 14h15 entramos al ripio. Piensa en un piso en mal estado, lleno de polvo y autos, ni siquiera me gusta recordar. Hombro inexistente, agujeros con piedras. Iba muy despacio a 20 km / h, eligiendo los mejores caminos. Mis amigos de BMW iban bien, pero me estaban esperando. De repente, un niño con una motocicleta de 250cc, argentino, con una llanta aplastada por las piedras. Tenía miedo de pensar que yo también estaba allí y que me podía pasar. Coches volcados … fue terrible. Fueron 124 km en 5 horas, contando el paso por 2 aduanas. Mi Harley se convirtió en polvo. Lamenté verlo. Pero llegamos al asfalto. Ella y yo lo habíamos hecho. Estábamos, por ahora, sanos y salvos. En este viaje conocimos a un par de italianos que viajaban en scooter. Enviaron el scooter por barco y llegaron hermosos y hermosos, conociendo toda Sudamérica.

18° día – Rio Grande / AR a Ushuaia / AR – 220 km

Mi Harley ya tenía 8 mil kilómetros recorridos y necesitaba cambiar el aceite. En la ciudad encontramos una tienda de motos, compré aceite y el chico dijo que no cambiaba, pero me dio la dirección de un taller. Lo pusimos en el GPS y fuimos a buscarlo. Encontramos un antiguo taller con un tipo muy agradable, Marco, que estaba encantado con Harley. Hizo preguntas, lo admiró, me pidió que lo llamara para escuchar la música en el escape de la motocicleta. Cambió el aceite y no cobró nada, dijo que los viajeros no pagan por este tipo de servicio … Fue muy amable de su parte … Otro amigo alrededor del mundo. Continuamos nuestro viaje y, a lo largo del camino, había muchos árboles muertos y empezó a hacer frío. Mis dedos comenzaron a congelarse. De repente, un hermoso lago, una cordillera y un portal escrito Ushuaia … Lo logramos, llegamos … Hoteles caros, conseguimos un hostal, para mí y Eliane. Marcelo tardó más en encontrarle uno. Pero lo hizo. Todavía era de día, así que fuimos a ver la ciudad y tomar fotografías. Cenamos en Centoilla (cangrejo real).

19° día – Ushuaia

Nos despertamos sin prisa y lloviznaba. Fuimos a dar un paseo en barco, hacer el famoso recorrido por el pingüino y ver el Faro del Fin del Mundo. El viaje fue en un bote muy lindo, pero caro (400 pesos), y entre nosotros lo encontré muy flojo y muy largo. Cansado de montar en barco. Quería ir al parque estatal, pero sabía que había una ola, así que decidí no ir. Mis amigos se fueron en moto y yo me quedé. El dueño del albergue me vio y creo que se arrepintió y me llevó en coche. La gira fue genial; el parque es muy hermoso. Ahí está el final de la Ruta 3 y Lapataia. ¡Ah! La última Oficina de Correos de Argentina, que existe en el Parque y que sella los pasaportes de las personas, estaba cerrada, así que … Sin sello.

Vigésimo día – El regreso

Resumiré en general, porque volver es muy malo. Hicimos el ripio en 4 horas. Creo que ya estaba preparado para lo que se avecinaba, así que fue más rápido, pero no menos malo. La llanta Harley comenzaba a desgastarse; estaba preocupada. Las carreteras y las ondas consumieron demasiado el neumático. En el camino, mi Harley completó 50 mil kilómetros, es el máximo. Regresamos por Río Grande, Río Gallegos, Caleta Oliva, Puerto Madryn, Bahía Blanca y Buenos Aires, y mi llanta se estaba desgastando. Llegamos a Buenos Aires casi sin neumáticos. Luego, fuimos tras una tienda. La de Harley estaba cerrada, así que un amigo de Buenos Aires me señaló una tienda que vendía llantas y, por suerte para mí, la cambiamos y todo volvió a estar tranquilo. Sentíamos nostalgia. Llegamos a Curitiba cansados, pero felices …

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