O Tubarões Museu já pode ser visitado pelos turistas e moradores de Fernando de Noronha (PE). Após sete meses de portas fechadas, o local possui o maior acervo do Brasil e reabriu para o público no domingo (1/11) adotando os protocolos de biossegurança contra o coronavírus. De acordo com a administração do lugar, setenta mil pessoas visitaram o museu em 2019 que, além da exposição de arcadas e esqueletos de várias espécies de tubarão, ainda oferece palestras divertidas, uma loja com produtos temáticos e um restaurante com vista para o mar. No período da pandemia, o Tubarão Museu vai funcionar das 13h às 21h, todos os dias da semana, com entrada gratuita.

Aberto em 1997, o Tubarões Museu tem um dos acervos mais ricos do Brasil sobre o animal. Além de muita informação, o turista pode ver muitos esqueletos, arcadas e assistir a palestras interativas. O Museu ainda oferece opções de entretenimento, como um restaurante com vista para o Oceano Atlântico. “Quem vem aqui tem cultura, entretenimento e boa gastronomia garantidos. A gente tem uma rotina de dar palestras sobre tubarões de forma lúdica, para que as pessoas entendam a realidade deles com diversão”, explicou Léo Veras, engenheiro de pesca e curador do Museu.

Otimismo

Veras explicou que o período de sete meses de isolamento causado pela pandemia de coronavírus foi ainda mais impactante para as atividades em Fernando de Noronha. “Foi muito traumático para as pessoas que moram aqui na ilha porque nós ficamos literalmente isolados. Nós já vivemos um isolamento físico real, que a gente está habituado, mas houve muita restrição no ir e vir e no abastecimento, e, com isso, a economia da ilha ficou muito abalada”, afirmou.

Léo Veras. Foto: Gustavo Messina

Para ele, Noronha recupera-se aos poucos na retomada do turismo, um dos setores mais importantes para o arquipélago. “95% da economia da Ilha vem do turismo e, no processo de reabertura, no ‘dormir para reacordar’, você tem processos de aquecimento. Hoje eu ainda vejo Fernando de Noronha nessa fase, com dificuldades para trazer mão de obra, transporte de produtos”, comentou.

Apesar das dificuldades, Veras demonstra otimismo com a retomada das atividades turísticas na ilha e torce para que as barreiras logísticas sejam, em breve, normalizadas.

Léo Veras, não hesita ao defender os tubarões, os verdadeiros donos da ilha, nas suas palavras. Para ele, a possibilidade de uma pessoa ser atacada por esses animais é extremamente pequena, ainda mais quando você entende os hábitos da espécie.

Veras acredita que a imagem criada pelos filmes no cinema gerou uma marca injusta com os tubarões e criou uma cicatriz cultural. “O melhor recado é: você tem medo de bicho-papão? Você olha embaixo da cama antes de dormir? Digamos que é uma questão estatística. Os tubarões matam menos de dez pessoas por ano no mundo todo. Quanto mais você conhece os tubarões, menores os riscos. Ir à padaria comprar pão ou atravessar a rua tem mais risco que ser atacado por um tubarão”, declarou, sem antes registrar: “Mas tenho percebido uma mudança muito grande na postura das pessoas”.

Curiosidades

Três espécies são muito comuns em Fernando de Noronha: tubarão-lixa, tubarão-recital-cinzento e o tubarão-limão.

. Um tubarão tem o poder de gerar de trezentos a oitocentos novos dentes por ano. Ao longo da vida, algumas espécies podem produzir mais de trinta mil dentes. A troca de dente se dá como uma esteira rolante: os novos empurram os antigos que caem e vão para o fundo do mar.

. A média de mortes de pessoas por animais durante um ano no mundo, de acordo com o Tubarões Museu, deixa os tubarões numa posição bem confortável:

Tubarões: 10 mortes

Elefantes: 500 mortes

Crocodilos: 2 mil mortes

Serpentes: 50 mil mortes

Mosquitos: 1,5 milhão mortes

O Tubarões Museu fica na Vila do Porto, em frente ao ponto turístico conhecido como Buraco da Raquel.

Fonte: Ministério do Turismo

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