Desde o inverno de 1975, quando o cafezal do Paraná foi dizimado pela geada negra, não tínhamos uma notícia tão boa relacionada àquela que outrora foi uma das maiores riquezas do Estado. Com a iniciativa do Sebrae-PR, de agricultores, comerciantes e agências de turismo da região Norte do Paraná, dezesseis municípios, tendo Londrina como o seu principal centro, criou-se “A Rota do Café”, um roteiro histórico e cultural que revive o auge da cultura cafeeira que fez esta região paranaense ser conhecida como a “Terra do Café”. O roteiro, com 34 atrativos nas cidades de Arapongas, Assaí, Bandeirantes, Cambará, Cambé, Carlópolis, Conselheiro Marinck, Ibaiti, Ibiporã, Jacarezinho, Londrina, Ribeirão Claro, Rolândia, Santa Mariana, Santo Antônio da Platina e Tomazina, oferece aos turistas fazendas produtoras (antigas e atuais), museus, espetáculo de teatro, estâncias ecológicas, vinícolas, artesanato, torrefadoras, cachaçaria e, claro, cafeterias com todos os tipos de cafés, entre outras atrações.
Londrina
Londrina está em quase todos os roteiros e lá tem o surpreendente Museu Histórico Padre Carlos Weiss que vale a visita tanto pelo fantástico acervo, pelas suas maquetes em tamanho natural contando a história do café na região, bem como pelo entusiasmo das guias que explicam e tiram as dúvidas de todos. Para os aficionados e amantes do bom café, não deixe de ir ao “O Armazém”, cafeteria no centro da cidade especializada em cafés gourmet e no café orgânico, onde chifres de vaca recheados com esterco são enterrados em determinada lua durante seis meses para depois ser espalhado no campo para definir a qualidade final. Na dúvida, experimente. Aliás, o folheto da casa cita o Jacu Coffe “um dos cafés mais exóticos do mundo”, que não provei. E o Restaurante Brasiliano é especializado na gastronomia a base de café onde se pode experimentar diversos pratos como saladas, risotos, carnes, massas e sorvetes, todos muito bem preparados com o aroma e tempero de grãos de café.
Uma das atrações da Rota do Café é assistir no Teatro da Fundação Cultural de Ibiporã (14 km de Londrina) ao musical “Coração do Café” que tem na sua essência um romance entre dois imigrantes que vieram para o Brasil trabalhar nas fazendas de café. O romance resiste às dificuldades e incertezas de um povo que sai de sua terra natal para tentar uma nova vida, com novos horizontes. A produção traz à tona recordações, desde a chegada dos imigrantes pelo mar e como se estabeleceram no novo país, nas fazendas cafeeiras. Com um elenco surpreendente – todos moradores e comerciantes da região, alunos da Escola de Teatro da Fundação – música e coreografia são de encher os olhos e balançar o coração. É um espetáculo de duas horas de duração com intervalo de vinte minutos e três trocas de cenário.
Labirinto
Em Cambé (11 km de Londrina) a visita foi à Vinícola Casa Muller, de propriedade de Eloy, Cleide e Alysson Muller. Não é inusitado uma vinícola no Norte do Paraná? Pois além de bons vinhos e licores produzidos de modo artesanal o visitante pode experimentar deliciosas frutas produzidas no local, como morangos, uvas e maracujás. No caminho de volta, a refeição é no restaurante Strassberg, especializado em culinária alemã com deliciosos pratos, doces e tortas.
A Estância Ecológia Guaicurus, de Airton Fontoura Baganha, a 78 km de Londrina, em Santa Mariana, oferece espaçosos, aconchegantes e rústicos chalés numa paisagem deslumbrante temperadas pela deliciosa comida caseira de fazenda. Ali, até agosto, pode-se acompanhar a produção de café (que começou a ser cultivada em 1946), do viveiro ao produto final. Aqui, após acordar cedo para presenciar o nascer do sol, fazer uma caminhada opcional para alimentar os macacos dentro da mata e desfrutar de um belo café da manhã, conheça o Labirinto. É um dos maiores labirintos de pés de café do mundo, prestes a entrar para o Guiness. Bonito de se ver e divertido para se percorrer.
Também nesta cidade está a Fazenda Palmeira, de Cornelia e Norbert Gamerschlag, onde na época de colheita, se presencia todo o processo da cafeicultura, da colheita, secagem, separação e ensacamento. Para acompanhar, um delicioso lanche com sucos naturais, sanduiches integrais, pães de mel, uma deliciosa torta de amoras de receita secreta e o cafezinho produzido com os grãos da casa.
Em Cambará (132 km de Londrina) fica um dos mais cativantes locais da Rota, o Sítio Ecológico Scandolo, de Mateus e Flavia Scandolo. Um oásis para diversão, descanso e lazer, com piscinas, lagos, churrasqueiras e passeios pelas trilhas da propriedade. Há opção de chalés privativos para quem prefere ficar fora das atividades recreacionais. A gastronomia como não poderia deixar de ser, é excelente. Nesta cidade, tem duas fazendas de café para se visitar: a Fazenda Flora, de Joaquim e Lucila Costa Lima, cujas instalações cafeeiras remontam o início do século, todavia já desativadas, mas ainda preservadas; e a Fazenda Sta Tereza, cuja mata nativa faz parte de área de preservação ambiental e ainda produz café.
Fazenda centenária
Em Jacarezinho (151 km de Londrina) o programa é no Empório Café da Casa, de Dona Brígida, também especializada em cafés gourmet, doces, tortas e bebidas, todos a base de café, uma delícia. O pernoite é em Ribeirão Claro (194 km de Londrina) na Pousada Victor, de Marilda Baggio Victor, que tem em anexo uma pizzaria com massas artesanais. Ao amanhecer, Fazenda Monte Bello, de Victor Suplicy Rainer Harbach e Ricardo, fundada em 1922 e que tem os antigos equipamentos de cafeicultura mais bem conservados da região. O visitante tem opção de hospedagem e ainda pode percorrer trilhas na propriedade visualizando árvores nativas (diversas centenárias), passar por riachos e plantações de Lichia, nozes Macadâmia entre outras. Tudo muito bem cuidado e fabulosamente explicado pelo guia local. Para almoçar, o excelente restaurante a beira de estrada Michela Serv, que serve comida caseira em forno à lenha e de sobremesa, um excepcional crepe de café com sorvete.
A Rota do Café prevê também um passeio em Cornélio Procópio (64 km de Londrina) onde está a centenária Fazenda Pillar, com 750 mil pés de café, modelo tecnológico e humano, onde a produção de café é feita em grande escala, primando pela qualidade e já tendo recebido diversos prêmios. E um detalhe importante: para fazer a Rota não se esqueça de levar protetor solar e repelente contra insetos.
Carlos Fernando Schrappe Borges, texto e fotos
Publicado no Aeroporto Jornal – fevereiro/2011
Route shows aromas of coffees from Northern Paraná
Carlos Fernando Schrappe Borges, text and pictures
Only one intense frost on the morning of July 18, 1975 decimated the entire coffee crop in northern Paraná. It was the “black frost” that took from Paraná, forever, the title of Land of Coffee. The first producer in Brazil, the state dropped to 13th in the harvest of 1976 and today is the fifth. Due to the coffee and the red-colored land, the region of the northern state was colonized. To revive the strength of coffee and reveal their different aromas, the Coffee Route is an attractive program for adults and children.
An initiative of the Sebrae-PR, farmers, merchants and tourism agencies from northern Parana, sixteen municipalities, having Londrina as their main center, created The Coffee Route, a historical and cultural tour that relives the heyday of coffee culture. The itinerary, with 34 attractions in the cities of Arapongas, Assam, Bandeirantes, Cambara, Cambridgeshire, Carlópolis, Councillor Marinck, Ibaiti Ibiporã, Jacarezinho, Londrina, Ribeirao Claro, Rolândia, Santa Mariana, Santo Antonio da Platina and Tomazina, offers for tourists farms (old and modern), museums, theatrical performance, eco resorts, wineries, crafts, coffee roasters, cachaçaria and of course coffee shops with all kinds of coffees and other attractions.
The Aeroporto Jornal covered one of the five itineraries of the Route. All of two days (may be completed on weekends) with different tour options: Ground Coffee, Escape from Routine, A rendezvous with history and culture of coffee, Coffee table and field (this one with a focus on international tourism) and Experience and Coffee, from R$ 251,00 (adult). It’s a ride that makes us dive relentlessly in a world of scents, colors and flavors that stick in our minds and souls.
Ruta muestra aromas de cafés del norte de Paraná
Carlos Fernando Schrappe Borges, texto e imágenes
Sólo una intensa helada en la mañana del 18 de julio de 1975 diezmó toda la cosecha de café en el norte de Paraná. Fue la “helada negra” que le quitó a Paraná, para siempre, el título de Tierra del Café. El primer productor de Brasil, el estado bajó al puesto 13 en la cosecha de 1976 y hoy es el quinto. Debido al café y la tierra coloreada de rojo, la región del estado norteño fue colonizada. Para revivir la fuerza del café y revelar sus diferentes aromas, la Ruta del Café es un programa atractivo para adultos y niños.
Una iniciativa del Sebrae-PR, agricultores, comerciantes y agencias de turismo del norte de Paraná, dieciséis municipios, teniendo a Londrina como su principal centro, crearon La Ruta del Café, un recorrido histórico y cultural que revive el apogeo de la cultura cafetera. El itinerario, con 34 atracciones en las ciudades de Arapongas, Assam, Bandeirantes, Cambara, Cambridgeshire, Carlópolis, Concejal Marinck, Ibaiti Ibiporã, Jacarezinho, Londrina, Ribeirao Claro, Rolândia, Santa Mariana, Santo Antonio da Platina y Tomazina, ofrece para turistas fincas (antiguas y modernas), museos, representaciones teatrales, eco resorts, bodegas, artesanías, tostadores de café, cachaçaria y por supuesto cafeterías con todo tipo de cafés y otros atractivos.
El Aeroporto Jornal cubrió uno de los cinco itinerarios de la Ruta. Todos de dos días (pueden completarse los fines de semana) con diferentes opciones de recorrido: Café molido, Escape de la rutina, Un encuentro con la historia y la cultura del café, Mesa de café y campo (este con un enfoque en el turismo internacional) y Experiencia y café. , desde R $ 251,00 (adulto). Es un viaje que nos hace sumergirnos sin descanso en un mundo de aromas, colores y sabores que se quedan en nuestras mentes y almas.