As restrições de viagens e os confinamentos causados pela Covid-19 levaram a uma “queda dramática das emissões de poluentes do ar em 2020, principalmente em áreas urbanas”.

Os dados estão em relatório divulgado hoje (3 de setembro) pela Organização Meteorológica Mundial (OMM). Segundo a agência, muitas cidades passaram a ter “céus azuis ao invés de nuvens de poeira”.

Reduções da América do Sul

Mas a redução de poluentes não foi uniforme em várias regiões do mundo. O “Boletim da Qualidade do Ar e do Clima” é o primeiro do tipo emitido pela OMM e mostra “uma conexão íntima entre qualidade do ar e mudança climática”.

O estudo mostra que as emissões de poluentes causadas pelo homem diminuíram com as restrições da pandemia de Covid-19. Houve queda de até 70% das emissões de dióxido de nitrogênio e de até 40% nas concentrações de PM2.5, que são as partículas pequenas.

Segundo a OMM, as concentrações de ozônio no ar foram bastante variadas entre as regiões. Na Europa, por exemplo, o aumento foi muito pequeno, mas na América do Sul, as concentrações de ozônio subiram 30%.

Incêndios

Por outro lado, todas as regiões do mundo tiveram declínio das emissões de monóxido de carbono, CO, sendo a maior queda, de 40%, registrada na América do Sul.

A OMM destaca ainda que a mudança climática causou um volume “sem precedentes de tempestades de poeira e de areia, além de incêndios que afetaram a qualidade do ar”.

Esta tendência continua sendo vista este ano, com grandes incêndios na América do Norte, na Europa e na Sibéria, por exemplo.

Políticas Públicas

O secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, declarou que “uma pandemia não pode substituir ações sustentáveis de combate aos poluentes do ar e à mudança climática”. Ele defendeu “uma política coerente e integrada sobre clima e ar, baseada em observações e na ciência”. A OMM revela que os impactos da poluição do ar causaram 4,5 milhões de mortes em 2019.

O boletim da OMM vem a público nas vésperas do Dia Internacional para Ar Limpo e Céus Azuis, comemorado em 7 de setembro.

Fonte: ONU News

Foto: ONU News/Anshu Sharma

 

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