Pescar é uma atividade relaxante e que também movimenta o turismo. Leia depoimentos de quem pesca e sugestões de locais para ir molhar o anzol.

Nada supera o Pantanal

Luiz Carlos Moscardini, diretor da Magna Corretora de Seguros

Embora seja um pescador amador, em todos os sentidos, tendo participado de pescarias em Porto Rico, no Paraná, Ituzaingo, Ita Ibaté e Paso de La Patria (belíssimo lugar, diga-se de passagem), na Argentina, sem esquecer Ayolas, no Paraguai, não posso negar que o nosso Pantanal é hors concours.

Não há nada tão sublime quanto o amanhecer ou entardecer e a lua cheia no Pantanal.

Acrescentem-se as belezas da fauna e da flora, absolutamente singulares.  Mas acima de tudo, pescaria é solidariedade, companheirismo, amizade e respeito à natureza. Por isso pescar e tendo como parceiros Pedro Henrique e Pedro Ivo, do Rio de Janeiro; José Carlos, Fernando, Gadotti, Moacir, Cabral, Roque, Carcereri, Jair meu irmão, de Curitiba; o compadre Saggin e o afilhado Fernando, de Francisco Beltrão; Sérgio, Júlio e Gilberto, de Porto
Alegre; los hermanos Nica e José Luiz, de Montevidéu, bem como, Marcelo, Wilson, João Martins e Marcos, da Grande Batatais, de São Paulo, sem esquecer a fabulosa equipe da Pantaneiro Tur, tornam o esporte pesca ainda
mais convidativo.

Mesmo tendo ido dez vezes ao Pantanal – e muitos me questionem a repetição – digo que não há nada tão bom para aliviar o nervosismo e o stress, como passar cinco dias a bordo do Millenium, com os amigos e brigar para
que algum peixe se disponha a nos privilegiar.

É como diz o piloteiro Gercino: “Doutor, peixe tem bastante. O difícil é convencê-los a sair da água”. Portanto, quem estiver nervoso e estressado que obedeça ao adágio popular: vá pescar!

Na Bahia, para pescar Marlins

O turismo de pesca é um dos segmentos que mais cresce atualmente, e a diversidade de peixes, opções para a
prática e biomas existente no Brasil tem atraído cada vez mais pescadores amadores e profissionais. Para atender a essa demanda, a Meridiano Viagens e Turismo criou um departamento especializado e firmou uma parceria com a Turma do Choma, que em cinco anos já levou mais de duas mil pessoas para pescar pelo Brasil e Américas do Sul.

Canavieiras, na Bahia, é excelente opção para a pesca de Barracuda, Olho–de-boi, Atum e algumas espécies de Marlins – sonho de todo o pescador. O roteiro da Meridiano Viagens e Turismo inclui aéreo ida e volta Curitiba-Ilhéus, transfer em van até Canavieiras, três noites de hospedagem em apartamento tipo Loft para duas pessoas com café da manhã, dois dias de pesca oceânica em barco Mares 30 (somente para quatro pessoas), todo material de pesca, alimentação e bebidas. A partir de R$ 4.400,00 (pagamento em até cinco vezes). Próximas saídas: dias 7, 9, 21 e 23 de novembro.

Hotel Marina Clube de Pesca Cananéia

Criado há 36 anos, o Hotel Marina Clube de Pesca Cananéia é considerado uma das iniciativas pioneiras no turismo do Litoral Sul de São Paulo. Dispondo de toda infraestrutura, oferece a seus clientes hospedagem e restaurante,
além de serviços completos de marina como locação de barcos, motores, lanchas e equipamentos náuticos, garagem para embarcações, oficina mecânica para motores e barcos e demais serviços de apoio a pescadores e usuários de embarcações em geral (piloteiros, combustível, iscas, tábua de marés, serviço de rádio e outros). Tem trinta suítes com acomodações, em média, para até quatro pessoas com ar condicionado, tv, frigobar e telefone, piscina e sauna, restaurante, salão de jogos (mesas de bilhar e jogos de mesa), além de loja com apetrechos de pesca e conveniências. Algumas tarifas: barco, R$ 70,00/dia; lancha 23’, R$ 385,00/dia; guia de pesca para canal, R$ 70,00/dia e
guia de pesca em mar, R$ 150,00/dia.

Pesca esportiva no Lago de Itaipu

Localizado na região Oeste do Paraná, na divisa com o Paraguai, o lago formado pela usina de Itaipu abrange dezesseis municípios. São 29 trilhões de litros de água formando um imenso e bem preservado lago, de 1.350 km² e 170 km de extensão, onde o pescador pode encontrar espécies emblemáticas da pesca esportiva como: tucunarés, dourados, jaús, corvinas e piauçus, entre outras.

Duas espécies de tucunarés são encontradas neste lago: os tucunarés azuis e os amarelos. Essas espécies, que são nativas da bacia do Araguaia, foram introduzidas nos lagos das hidrelétricas da região Sudeste e desceram até o lago de Itaipu.

Este é o lugar mais ao Sul em que os tucunarés são encontrados e os pescadores são surpreendidos por dourados que também atacam as iscas artificiais, proporcionando belas brigas. A corvina é outro peixe procurado pelos pescadores e, no lago de Itaipu, são realizados vários campeonatos de pesca desta espécie, alguns chegam a inscrever mais de duzentas equipes, como é o caso da Pesca da Corvina de Missal, que geralmente acontece em fevereiro, no município lindeiro de Missal. Campeonatos de pesca ao Tucunaré também são tradicionais no lago em praticamente todos os terminais turísticos.

De pai para filho

Roberto Toledo, editor do www.guiadosmotociclistas.com.br

Iniciei na pesca ainda cedo. Desde muito pequeno via meu pai viajar para pescar três ou até quatro vezes por ano. Aquilo ficava na minha cabeça, e eu sempre me perguntava: “Como ficar com uma vara na água esperando um peixe morder a isca poderia ser legal?”.

Tive a oportunidade de pescar pela primeira vez num açude particular. Meu pai iscou a vara e deu na minha mão. O tempo passava, todos pegavam pequenos peixes, eu cada vez mais ansioso, sem pescar nada. Mas não era por acaso. Meu pai iscou uma isca de tamanho considerável, o que impede o ataque de peixes menores. Um pouco antes de irmos embora eu sinto uma leve puxada na linha. Neste momento não sabia o que fazer, e pedi para que meus pais aguardassem um pouco, e antes mesmo de terminar a frase, a vara deita e a linha começa a cantar. Era ele, o primeiro peixe da minha vida, e o começo de uma história de amor e dedicação ao esporte.

A pescaria é um esporte muito minucioso. Exige muita paciência, técnica, interpretação do local, concentração e principalmente perseverança. Cada detalhe como o tamanho da linha, tamanho ou cor do anzol, até mesmo o tamanho da isca reflete muito no sucesso, ou insucesso, da pesca. O intuito não é pescar para comer, e sim pescar
pelo prazer de capturar o peixe desejado, praticando a pesca esportiva, quando se devolve o peixe a natureza depois de capturado.

Nas minhas pescarias, cada peixe pego, cada peixe perdido, cada nova amizade, o contato com a natureza, aquela sensação de não saber o que existe embaixo d’água, sorrio sozinho como criança, e esqueço completamente dos meus afazeres de gente grande’. O desafio de pescar aquele troféu é uma das coisas que mais me motiva quando acaba uma pescaria. Já saio de uma pensando na próxima.

Publicado no Aeroporto Jornal – julho/2012

Foto: barbh230/Pixabay

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