A crise financeira global gerada pela Covid-19 ainda não passou, mas a cada dia temos uma nova esperança de que este pesadelo está chegando ao fim. O cenário ainda é muito incerto para todos, porém a tendência de queda no dólar deve se concretizar de forma lenta e gradual.

O dólar sofreu uma grande valorização frente a quase todas as divisas estrangeiras. Perante o real sua apreciação foi muito grande, quase 50%, pois antes do início da pandemia a moeda americana era cotada próximo dos R$ 4,00 e no auge da crise chegou a R$ 6,00. Essa corrida em busca de dólares deu-se a aversão do risco, gerado em tempos de crise. Ouro e dólar sempre são portos seguros para investidores em mares revoltos, sendo normal sua valorização.

De acordo com o boletim Focus, gerado pelo Banco Central, a projeção para 2021 é de que o dólar deve se manter próximo de R$ 5,10. Para 2022, a expectativa é do câmbio perto de R$ 5. E, em 2023, R$ 4,94. O mundo ainda está muito turbulento, existem muitas variáveis econômicas, tanto do mercado interno como externo, que precisam se alinhar. Porém, a tendência tem se mostrado de depreciação da moeda americana no médio e longo prazo.

A posse de Joe Biden a presidência dos Estados Unidos traz uma nova esperança e incentivos à economia americana e global. Dessa forma o Brasil pode se favorecer dessa injeção de recursos, caso crie um ambiente seguro na visão dos investidores externos.

A aprovação de reformas administrativas, tributárias e um maior alinhamento entre o presidente e sua equipe econômica devem favorecer esse cenário positivo, juntamente com a possível alta de juros sinalizada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central. O investimento especulativo estrangeiro, então, pode entrar no país.

Na contra mão das boas notícias, o aumento dos casos da Covid-19 na Europa pode atrasar essa recuperação. Porém com novas vacinas sendo criadas e homologadas, dia após dia, o vislumbre de voltarmos ao antigo normal torna-se cada vez mais próximo. Apenas o controle da pandemia poderá ser o fiel da balança na desvalorização da moeda americana.

Bruno Fonseca, sócio e diretor de Câmbio na Fonseca Câmbio

Comentários

Leave A Comment