“A nossa vida é aquilo que os nossos pensamentos fizeram dela”, disse Marco Aurélio (121-180 d.C.). Imperador de Roma durante um período marcado por guerras sangrentas e prolongadas e por dificuldades internas, é lembrado como um governante bem-sucedido e culto, dedicado à filosofia, especialmente a corrente do estoicismo. Escreveu seus pensamentos na forma de um diário, o qual ficou conhecido como “Meditações”. Esse pequeno exemplar está agrupado em 12 “livros” (capítulos), cada qual composto por aforismos e máximas que orientam como normas de conduta. Marco Aurélio ressalta a crença no poder da inteligência e da vontade, medita muito na questão da morte e uma questão central é de como se deve encarar a vida para que se possa viver bem.

São pensamentos que ensinam a viver com nobreza e sem temor, a enfrentar a adversidade sem subserviência, suprimindo opiniões, sabendo, dessa forma, suprimir a dor e o sofrimento, deixando de lado a impassibilidade e a inércia, sendo dono de sua própria vida e digno.

Alguns de seus pensamentos: “Tanto na omissão quanto na ação pode constituir a injustiça” (V, Livro Nono); “Se uma causa exterior te perturba, não vem dessa causa mas, sim, do teu juízo a respeito dela. Em teu poder está a possibilidade de diluir essa aflição.” (XLVII, Livro Oitavo); “Se algo te é difícil, não o suponhas impossível ao homem. Mas sendo possível e natural ao homem, pensa que também a ti é acessível.” (XIX, Livro Sexto); “Caso alguém me convencer, me provar que penso ou procedo erradamente, tratarei de corrigir-me, já que busco a verdade, que nunca fez mal a ninguém. Mas, quem persiste no erro e na ignorância faz mal a si mesmo”. (XXI, Livro Sexto); “Coloca sua felicidade nas ações de outrem aquele que ama a glória. Aquele que ama o prazer, nas próprias sensações. Aquele que ama a inteligência nas próprias ações põe sua felicidade.” (LI, Livro Sexto).  Editora Martin Claret. Livro a R$ 19,90.

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Amanda Chain

Publicado no Aeroporto Jornal – março/2015

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