Viajar para a Argentina sempre tem boas surpresas. E uma que vai surpreender é um programa que une mergulho e vinhos na cidade de San Antonio Oeste, província de Río Negro, a mais de 700 km da capital Buenos Aires. Ali a Bodega Tapiz, uma vinícola fundada em Mendoza, está fazendo um experimento singular: uma parte de seus vinhos produzidos na região da Patagônia Atlântica está sendo envelhecida em cavas submarinas (Wapiza), desenvolvidas em parceria com a Universidad Comahue de Patagonia e com a ONG California Coastal Alliance, que cuida da preservação da vida marinha.

O envelhecimento de vinhos no fundo do mar e de lagos, onde a luz do sol é pouca e a temperatura é baixa, é um tema lendário. Muitas garrafas recuperadas de naufrágios foram encontradas perfeitamente preservadas e elas amadureceram melhor do que aquelas que foram guardadas em adegas em terra firme. Costuma-se dizer que um ano embaixo da água equivale a três anos de envelhecimento em condições normais. A enóloga Patricia Ortiz, da Bodega Tapiz, decidiu testar essa tese. Ela comanda um projeto onde garrafas de um tinto Malbec são guardadas em grades de aço inoxidável depositadas em diversas profundidades no fundo do mar, no Golfo de San Matías.

As caixas foram projetadas com o auxílio de biólogos e ambientalistas para não causar interferência na vida marinha. Por isso mesmo o vinho foi batizado de Wapisa, que significa baleia na língua dos nativos da Patagônia.

Os vinhos ficam descansando durante nove meses no ambiente marinho e depois são trazidos de volta à superfície. Segundo os resultados das primeiras safras, o resultado são bebidas com maior complexidade de aromas e sabor, com uma notável expressão de frutas em comparação aos que haviam sido guardados em adegas normais.

O peculiar das cavas do Wapisa é que elas podem ser visitadas pelos aventureiros com a empresa de mergulho Cota Cero, a mesma que é responsável por levar os vinhos até o fundo do mar.

Para chegar lá toma-se um voo de pouco mais de uma hora saindo de Buenos Aires até Viedma, depois um trajeto de pouco mais de duas horas de carro (ou três horas de trem) até San Antonio Oeste.

Não é a única experiência do gênero na Argentina.

Em San Rafael, a 26 km de Mendoza, há vinícolas testando maturação de garrafas debaixo das águas do Dique Los Reyunos.

Fonte: Assessoria de Imprensa

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