Caminho de Cora Coralina agora tem Certificado do Peregrino

O Caminho de Cora Coralina, em Goiás, é baseado em fatos históricos. Seus 300 km de extensão levam em consideração o relato de viagem “A Jornada a Goiás de Luís da Cunha Menezes, desde Salvador, em 1778”, quando veio tomar posse no governo da Capitania de Goiás, além dos livros “Viagem à Província de Goiás” e “Viagem ao Interior do Brasil” dos naturalistas Auguste de Saint-Hilaire e Johan Emanuel Pohl respectivamente, que passaram por esses caminhos entre 1818 e 1821; “Viagem às Terras Goyanas”, de Oscar Leal, extraordinário relato escrito nos anos 1880, e o “Relatório Cruls” – Relatório da Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil que explorou, entre 1892 e 1893, uma ampla região do entorno do Distrito Federal para definir a localização da nova capital do Brasil.

Agora, a Associação do Caminho de Cora Coralina lançou o “Certificado do Peregrino” para entregar ao caminhante que completar trilha.

O Certificado do Peregrino está disponível nas versões digital e física. O Passaporte do Peregrino foi lançado em 2019 e identifica o viajante que percorre o Caminho de Cora Coralina a pé ou de bicicleta. É um registro exclusivo da experiência do viajante pela única trilha de poesias do mundo. O excursionista que apresentar o documento preenchido pelos associados dos lugares por onde passou, ao final da jornada será contemplado com o Certificado oficial.

O Caminho tem treze trechos cruzando as cidades históricas de Corumbá de Goiás, Pirenópolis, São Francisco de Goiás, Jaraguá e a Cidade de Goiás, abrangendo também os municípios de Cocalzinho de Goiás, Itaguari e Itaberaí. Os percursos são classificados de fácil a difícil, sendo que um deles leva apenas 2 horas para ser completado e a maioria (seis) dura em média 8 horas. Só um dos trechos demora mais: 12 horas. O Caminho foi criado em 2013.

O primeiro caminhante a receber o novo certificado foi Richard Oliveira que começou o Caminho dia 25 de janeiro e terminou dia 11 de fevereiro. Ele relatou que “enquanto você está caminhando, está sempre pensando no GPS, pensando na rota, e é muito bom que tem essa quebra quando você vê um poema. São duas coisas muito boas: primeiro, que você sabe que está no caminho certo. E surge o poema, um momento ali em que você para de fazer a trilha para refletir mesmo. É sempre um momento de pausa. Quando volta a caminhar, já volta pensando, porque você tem muito tempo livre mentalmente para meditar sobre aquelas palavras”. Todo o percurso é sinalizado.

Segundo a Associação, o Caminho pode ser feito durante todo o ano, mas de março a julho a temporada é mais baixa em Goiás, mas não será surpresa se pancadas de chuvas aconteceram durante o percurso. O Caminho é feito, normalmente, entre doze e quinze dias a pé, e de três e oito de bicicleta.

Sobre a caminhada, Richard disse que a “recepção é a do goiano, tem sempre um cafezinho, um queijinho ali na hora. O pessoal também é muito cuidadoso, eu estava com muita dor no joelho e recebi um gel feito de 21 ervas que me acompanhou até o final da caminhada. Os pousos vêm com a prosa, vêm com as estórias desse lugar, e ainda tem esse cuidado, de saber que você está caminhando e recebe ajuda”.

Cora Coralina

Cora Coralina é uma poetisa que nasceu em 1889 em Cidade de Goiás, onde começa o Caminho, e faleceu aos 95 anos em Goiânia, em 1985. Seu nome de batismo é Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas e teve o primeiro livro publicado em 1965 quando já tinha 76 anos. A Associação informa que não tem registro se Cora fez este Caminho.

Fonte: Goiás Turismo