Ao desembarcar pela primeira vez em Bogotá, o brasileiro se surpreende positivamente. A quarta mais populosa metrópole da América do Sul, a apenas cinco horas de voo de São Paulo, é cosmopolita, recebe muito bem o estrangeiro e oferece boas opções de diversão, cultura, compras, gastronomia e vida ao ar livre; e, apesar de abrigar oito milhões de habitantes, não é neurótica.
Hoje Bogotá é referência mundial em inovações sociais e urbanísticas; apresenta cifras decrescentes de violência e
acidentes de trânsito e ostenta Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,88, pouco superior ao de Curitiba (0,86).
Um bom começo para conhecer a cidade é vê-la do alto, da altitude de 3.200m de Montserrat. A subida pode ser feita em teleférico ou funicular. No topo, uma igreja do Século XVII e vista panorâmica da cidade, um convite para descer e conhecê-la mais de perto. Bogotá se revela na intimidade no bairro central da Candelária, que conta a história colombiana a quem percorre suas ladeiras a pé.
Os casarões preservam a arquitetura colonial hispânica e dos primeiros tempos da República. Hoje, eles abrigam galerias de arte, pontos de artesanato, universidades, cafés e restaurantes.
O tour cultural na região central deve incluir o Museu do Ouro e o Museu Nacional da Colômbia. O primeiro descreve de forma multimídia e mostra peças da arte da ourivesaria desde os primórdios da humanidade, com ênfase, evidentemente, nas culturas pré-colombianas.
O Museu Nacional da Colômbia, por sua vez, resgata arqueologicamente os povos que viveram no atual território colombiano, delineia a história do país com objetos históricos e por meio de textos, áudios, fotos, quadros e vídeos. Há seções de arte contemporânea que ostentam obras como as do pintor e escultor Fernando Botero, considerado o artista latino-americano vivo mais reconhecido internacionalmente.
A cidade oferece uma infinidade de outros museus, teatros, bibliotecas e opções culturais.
Bogotá também se caracteriza pela gastronomia. A região mais reconhecida neste sentido é a Zona Rosa. Mas, se você quiser provar a comida do dia a dia colombiano, pode recorrer a restaurantes fora da listagem top. Vai encontrar no geral comida muito boa, bom atendimento, garçons dispostos a explicar os pratos a quem não fala bem o espanhol e, ao final da refeição, chegará uma conta sem truques acompanhada de uma pergunta gentil que surpreende os brasileiros: “O senhor quer que inclua o serviço na conta?” Não havendo problemas, vem um acréscimo de 10%.
O preço da alimentação em Bogotá é acessível, mesmo nos restaurantes mais sofisticados, se comparados às metrópoles brasileiras. Para encerrar as refeições ou a qualquer momento, beba um café colombiano, considerado
o de melhor qualidade no mundo.
Os colombianos tomam, e oferecem, muito café. Às visitas, comerciais ou domésticas, um “tinto”, café preto sem açúcar, em xícaras grandes. Nas ruas e shoppings, lojas de grife têm o produto em infinitas variações, onde certamente se encontrará um presente aos amigos que ficaram no Brasil.
A gentileza é praxe até nas ruas. Os bogotanos nunca viram as costas a um pedido de informação, se esforçam para entender o que o estrangeiro deseja, e dispendem alguns minutos para tentar informá-lo. O “por favor”, o “sim senhor”, o “con mucho gusto” fazem parte da linguagem corriqueira e principalmente do espírito da metrópole, infelizmente atitude estranha aos brasileiros, desacostumados às gentilezas nas suas cidades.
Mas você pode relaxar em Bogotá. Os táxis são fartos e baratos, estão por toda parte, e os motoristas não ficam rodando à toa com o turista para ganhar mais. Aliás, encontrar um endereço é muito fácil pelo sistema numerado de “calles” e “carreteras”.
O clima da cidade, pelos padrões brasileiros, está mais para frio do que calor. Mesmo situada quase sob a linha do Equador, seus 2.600 metros de altitude deixam a temperatura média anual amena, nos 14ºC (a de Curitiba é 16ºC), e cotidianamente entre 8º e 22ºC. O clima temperado, entretanto, não impede a vida ao ar livre. A cidade oferece grandes parques, bem estruturados, seguros e organizados, nos quais convivem e são incentivados diversos tipos de atividades.
Bogotá também tem 300 km de ciclovias. Nos domingos, outros 80 km de grandes avenidas são tomados por
bicicletas, corredores, pedestres, crianças, cachorros. Nas calçadas, se configura comércio de frutas e sucos e montam-se oficinas de bicicletas ambulantes. Há até venda de água para cães. A cada esquina um guarda sinaliza e funcionários treinados pela prefeitura pedalam aos pares para prestar serviços de primeiros socorros. Centenas de milhares de cidadãos bogotanos aproveitam a cidade de forma saudável, alegre, exemplo de que o espaço público urbano não deve ser entregue, mas reocupado.
Bogotá! “Mucho gusto”.
Zanei Ramos Barcellos, jornalista, professor universitário e doutorando em Gestão Urbana
Praias com águas do Pacífico e do Caribe
Claudia Inés Carreño, professora do Mestrado em Gestão Urbana da Universidade de Piloto, Colômbia
A Colômbia é um país de regiões e com elas, diversidade de clima, topografia, costumes, sotaques, folclore, experiências e, claro, diversidade de locais para o turismo.
Ao viajar pela Colômbia, o turista nacional ou do Exterior, poderá desfrutar, entre outras áreas, do Santander, Eje Cafetero, a Amazônia, o Orinoquia, o Pacífico colombiano e da Costa Atlântica colombiana.
A Costa Atlântica colombiana está localizada ao Norte do país e limitada a Sul pelo alto sistema Andino; a Leste pela Serra Nevada de Santa Marta, La Guajira e a Cordillera Oriental; no Ocidente pelo sopé da Cordilheira Ocidental e ao Norte pelo mar do Caribe. Fazem parte desta região oito departamentos: Atlântico (capital Barranquilla), Bolivar (capital Cartagena), Cesar (capital Valledupar), Córdoba (capital Montería), La Guajira (capital Riohacha), Magdalena (capital Santa Marta), Sucre (capital Sincelejo) e as ilhas do arquipélago de San Andrés, Providencia e Santa Catalina.
Para o turista internacional, as cidades referências do Caribe colombiano são Cartagena, Santa Marta e San Andrés, certamente pelo reconhecimento que têm sido dado às comunidades indígenas (Arhuacos e Koguis na Sierra Nevada
e a Wayuus em La Guajira), à cidade perdida, à história contida nas ruas, edifícios e monumentos; assim como devido à cordialidade e a hospitalidade típica do habitante da costa colombiana.
Além dos benefícios acima, a Costa do Atlântico oferece festas e praias. As festividades mais importantes são o Carnaval de Barranquilla (fevereiro), o festival da Leyenda de Vallenato em Cesar (abril), o Festival do Mar e o Festival de Vallenato Magdalena (julho) e o Corraleja em Sucre (agosto). Como praias mais conhecidas se podem relacionar: Baía Concha, Neguanje, Canaveral, Taganga, Playa Grande, Pleno Mar e Rodadero (Santa Marta), Ilhas do Rosario e San Bernardo (Cartagena), El Cabo de la Vela (Guajira), Tolu e Covas (Sucre), e as das ilhas de San Andrés e Providencia. Uma excursão da Costa Atlântica colombiana, é uma maravilha.
Publicado no Aeroporto Jornal – novembro/2012
Bogota, the metropolis of the heights
Zanei Ramos Barcellos, journalist, university professor and doctoral candidate in urban management
On arriving for the first time in Bogota, the Brazilian citizen is positively surprised. The fourth most populated metropolis in South America, just five hours flight from Sao Paulo, is cosmopolitan, receives very well the tourists and offers good entertainment, culture, shopping, dining and outdoor living, and, despite housing eight million inhabitants, it is not neurotic. Today Bogotá is a global benchmark in urban planning and social innovations; presents decreasing violence and traffic accidents ratings, and indicates Human Development Index (HDI) of 0.88, slightly higher than in Curitiba (0.86).
A good start for the city is to view it from above, from the altitude of 3,200m high of Montserrat. The climb can be done in cable car or funicular. At the top, a church of the seventeenth century and panoramic city views, an invitation to come down to meet it more closely. Bogotá is revealed in the intimacy in the central district
of Candelaria, which tells the Colombian story for those who stroll through its slope streets. The mansions preserve the Hispanic and colonial architecture from the early days of the Republic. Today they house art galleries, places of crafts, universities, cafes and restaurants. The cultural tour in the central region should include the Gold Museum and the National Museum of Colombia. The first describes in multimedia and shows pieces of art jewelers since the
dawn of humanity, with emphasis, of course, in the pre-Columbian cultures. The National Museum of Colombia, in turn, archaeologically rescues people, who lived in the present territory of Colombia, outlines the history of the country with historical objects also through texts, audios, photos, pictures and videos. There are sections that boast contemporary art works such as the painter and sculptor Fernando Botero, internationally considered the most recognized Latin American living artist. The city offers a multitude of other museums, theaters, libraries and cultural options.
Bogotá is also characterized by the gastronomy. The most recognized region for that is the Zona Rosa. But if you want to taste the everyday food, there are Colombian restaurants outside the top listing. You will find in general very good food, good service, waiters willing to explain the dishes to those who do not speak Spanish well, and at the end of the meal, get the bill without tricks accompanied by a gentle question, which surprises the Brazilians: “Would you like to include the service tax, Sir?” If so, there is an increase of 10%. The price of food in Bogota is accessible even in the most sophisticated restaurants, compared to the Brazilian metropolis. To end the meal or anytime, a Colombian coffee, considered the best quality in the world. Colombians take, and offer much coffee. To visits, commercial or domestic, a “red” black coffee without sugar, in large cups. In the streets and malls, designer stores have the product in endless variations, where you will surely find a gift to friends who stayed in Brazil.
Kindness is customary even in the streets. The citizens never turn away a request for information, they strive to understand what the tourist wants, and spend a few minutes trying to tell you. The “please”, “yes sir”, the “con mucho gusto” are part of ordinary language and especially the spirit of the metropolis, unfortunately strange attitude to Brazilians, unaccustomed to the niceties in their cities. But you can relax in Bogotá. Taxis are cheap and bountiful; they are everywhere, and drivers don’t drive around with the tourist for extra money. In fact, finding an address is very easy for the numbered system “calles” and “carreteras”.
The climate of the city by Brazilian standards is colder. Even being under the equatorial line, its 2,600 meters of altitude leave the average annual temperature in 14 degrees Celsius (Curitiba is 16°C), and daily between 8 and 22°C. The balmy temperate climate, however, does not prevent the outdoor life. The city offers well structured, safe and organized parks, in which coexist and are encouraged various types of activities. Bogota also has 300 km of cycle paths. On Sunday, another 80 km of wide avenues are taken by bicycle riders, pedestrians, children, dogs. On the sidewalks, fruits and juices and riding street bikes trades. There›s even selling water for dogs. Every corner a guard flags and officials trained by the city pedal in pairs to provide first aid services. Hundreds of thousands of citizens enjoy the city of Bogota in a healthy and happy way, reminding us that the urban public space should not be delivered, but reoccupied.
Bogota! “Mucho gusto”.
Bogotá, la metrópoli de las alturas
Zanei Ramos Barcellos, periodista, catedrático universitario y doctorando en gestión urbana
Al llegar por primera vez a Bogotá, el ciudadano brasileño se sorprende positivamente. La cuarta metrópolis más poblada de Sudamérica, a solo cinco horas de vuelo desde Sao Paulo, es cosmopolita, recibe muy bien a los turistas y ofrece buen entretenimiento, cultura, compras, gastronomía y vida al aire libre, y, a pesar de albergar a ocho millones de habitantes, no lo es. neurótico. Hoy Bogotá es un referente mundial en planificación urbana e innovaciones sociales; presenta índices decrecientes de violencia y accidentes de tránsito e indica un Índice de Desarrollo Humano (IDH) de 0,88, levemente superior al de Curitiba (0,86).
Un buen comienzo para la ciudad es verla desde arriba, desde los 3.200 m de altitud de Montserrat. La subida se puede realizar en teleférico o funicular. En la parte superior, una iglesia del siglo XVII y vistas panorámicas de la ciudad, una invitación a bajar para conocerla más de cerca. Bogotá se revela en la intimidad en el distrito central
de Candelaria, que cuenta la historia colombiana para quienes pasean por sus calles en pendiente. Las mansiones conservan la arquitectura hispánica y colonial de los primeros días de la República. Hoy albergan galerías de arte, lugares de artesanía, universidades, cafés y restaurantes. El recorrido cultural en la región central debe incluir el Museo del Oro y el Museo Nacional de Colombia. El primero describe en multimedia y muestra piezas de arte joyeros desde el amanecer de la humanidad, con énfasis, por supuesto, en las culturas precolombinas. El Museo Nacional de Colombia, a su vez, rescata arqueológicamente a personas que vivieron en el actual territorio de Colombia, perfila la historia del país con objetos históricos también a través de textos, audios, fotografías, fotografías y videos. Hay secciones que cuentan con obras de arte contemporáneo como la del pintor y escultor Fernando Botero, considerado internacionalmente el artista vivo latinoamericano más reconocido. La ciudad ofrece una multitud de otros museos, teatros, bibliotecas y opciones culturales.
Bogotá también se caracteriza por la gastronomía. La región más reconocida por eso es la Zona Rosa. Pero si quieres degustar la comida de todos los días, hay restaurantes colombianos fuera del listado superior. Encontrarás en general muy buena comida, buen servicio, camareros dispuestos a explicar los platos a los que no hablan bien el español, y al final de la comida, recibir la cuenta sin trucos acompañada de una pregunta amable, que sorprende a los brasileños. : “¿Le gustaría incluir el impuesto sobre el servicio, señor?” Si es así, hay un aumento del 10%. El precio de la comida en Bogotá es accesible incluso en los restaurantes más sofisticados, en comparación con la metrópoli brasileña. Para finalizar la comida o en cualquier momento, un café colombiano, considerado de la mejor calidad del mundo. Los colombianos toman y ofrecen mucho café. A las visitas, comerciales o domésticas, un café negro “rojo” sin azúcar, en tazas grandes. En las calles y centros comerciales, las tiendas de diseñadores tienen el producto en un sinfín de variaciones, donde seguramente encontrará un regalo para los amigos que se quedaron en Brasil.
La bondad es costumbre incluso en las calles. Los ciudadanos nunca rechazan una solicitud de información, se esfuerzan por comprender lo que quiere el turista y pasan unos minutos tratando de decírselo. El “por favor”, el “sí señor”, el “con mucho gusto” son parte del lenguaje corriente y sobre todo del espíritu de la metrópoli, actitud lamentablemente extraña para los brasileños, poco acostumbrados a las sutilezas de sus ciudades. Pero puedes relajarte en Bogotá. Los taxis son baratos y abundantes; están en todas partes y los conductores no conducen con el turista por dinero extra. De hecho, encontrar una dirección es muy fácil para el sistema numerado “calles” y “carreteras”.
El clima de la ciudad para los estándares brasileños es más frío. Aún estando por debajo de la línea ecuatorial, sus 2.600 metros de altitud dejan la temperatura media anual en 14 grados centígrados (Curitiba está a 16 ° C), y diaria entre 8 y 22 ° C. El suave clima templado, sin embargo, no impide la vida al aire libre. La ciudad ofrece parques bien estructurados, seguros y organizados, en los que conviven y se fomentan diversos tipos de actividades. Bogotá también cuenta con 300 km de ciclovías. El domingo, otros 80 km de anchas avenidas son recorridos por ciclistas, peatones, niños, perros. En las aceras, comercios de frutas y jugos y andar en bicicleta de calle. Incluso hay venta de agua para perros. En cada esquina un guardia hace banderas y funcionarios entrenados por la ciudad pedalean en parejas para brindar servicios de primeros auxilios. Cientos de miles de ciudadanos disfrutan de la ciudad de Bogotá de manera sana y feliz, recordándonos que el espacio público urbano no debe entregarse, sino reocuparse.
Bogotá! “Mucho gusto”.