O visitante chega a Paris com ideias fixas. Habitualmente tem três coisas que quer visitar: Torre Eiffel (dica: pode comprar pelo site, com antecedência e evitar algumas horas de fila aos pés da torre), mas acaba subindo e descendo sem visitar todos os andares.
A outra parte que gostam é a Avenida dos Campos Elísios mas esquecem que a noite ganha beleza e que pode ser visitado o Arco de Triunfo.
Convido o leitor, quando for a Paris, subir até o topo do arco e admirar a cidade. Ainda que pareça mentira, a terceira coisa que gostam é assistir a um show de cabaré.
Têm vários na cidade, todos bem conhecidos, mas vou deixar aqui a indicação do Crazy Horse, lendário, intimista e, com certeza absoluta, muito diferente aos outros shows que a cidade oferece.
Bom, está feito. O turista que vai rápido pela vida já conheceu o que queria e está feliz. Porém, gostaria que ficasse atentos a algumas dicas do que visitar em Paris e bem perto dela.
A Gioconda
Para começar você não pode ir embora sem conhecer a Île de la Cité, onde se encontra a incrível Catedral de Notre Dame (em obras atualmente), poderosa e mística.
Tem que subir até o topo, lembrando que não tem elevador e sim quase quatrocentos degraus, e ver, bem pertinho, as gárgulas. Na praça, em frente à Catedral, está a Cripta Arqueológica que nada tem a ver com cemitérios e sim com os restos da cidade antiga. Bem pertinho está La Conciergerie, o primeiro palácio real que foi também prisão durante a Revolução Francesa na época do Terror. Ali esteve Maria Antonieta passando suas últimas semanas antes da guilhotina e pode ser visitada a cela, reconstruída, onde morou nos últimos dias.
Já que chegou até aqui, tem que visitar a Sainte-Chapelle, uma joia da arquitetura do século XIII com um dos melhores exemplos de vitral do gótico radiante.
Tampouco pode ir e visitar simplesmente o Museu do Louvre para admirar somente a Mona Lisa, também conhecida como A Gioconda. O Museu merece um dia do seu tour porque guarda com carinho inúmeras belezas artísticas.
Neste antigo palácio real está o Código de Hamurabi, a Vitória de Samotrácia, o Escriba Sentado ou a Vênus de Milo, entre muitas outras genialidades.
Museu d’Orsay
E na saída, não se preocupe porque pode fazer suas compras no Carrousel e ainda tirar a foto com a famosa pirâmide invertida do filme O Código Da Vinci.
Aproveitando, indico que compre o Paris Museum Pass por duas razões: primeiro, porque vai ter entrada gratuita em quase tudo e, segundo, porque com esse passe é possível evitar, algumas vezes, as longas filas nas entradas.
Outros museus que talvez goste de conhecer são o Museu d’Orsay e o moderno Centro Pompidou. Não se preocupe porque se quiser passar um mês visitando museus na cidade, consegue: Picasso, Rodin, Plans-Reliefs, l’Orangerie, Delacroix etc. Os museus do Hôtel National des Invalides também merecem uma visita. Está relativamente perto da Torre Eiffel e é lá que descansa Napoleão Bonaparte. Outra dica importante: tem que lembrar que muitos museus abrem suas portas até a noite, ainda que somente em dias específicos.
La Défense
Outras visitas interessantes: no Sul do Sena, o Panthéon, no bairro Latino com suas ruas estreitas e serpenteantes.
O Panthéon é um edifício gótico com a grandiosidade da arquitetura grega e hoje em dia é o lugar onde repousam personagens ilustres da França como os filósofos Voltaire e Rousseau, os novelistas Victor Hugo e Alexandre Dumas, a cientista Marie Curie e Louis Braille, o criador do sistema de leitura para cegos.
A seiscentos metros se encontra o Museu de Cluny, ao lado da Universidade de La Sorbonne, com uma bela e completa coleção de arte medieval.
Não esqueci o bairro financeiro de La Défense com seu próprio arco de triunfo (se ficar no meio consegue ver até o Arco de Triunfo da Avenida dos Campos Elíseos) e umas construções modernas maravilhosas e um shopping, Les 4 Temps, que deixa muito felizes os turistas brasileiros.
A Basílica do Sacré Coeur em Montmartre, a Madeleine ou um passeio pela região do Hôtel de Ville podem dar por finalizada sua estadia na cidade, sem esquecer o passeio de barco pelo Sena.
As catacumbas de Paris ou o museu dos esgotos, recomendo a aqueles mais aventureiros que precisam conhecer absolutamente tudo, para os outros, escolha uma área verde e descanse com o sol da tarde, como qualquer parisiense, talvez no Bois de Boulogne.
Vamos saindo da cidade
Se já sabíamos que a cidade tem muito que oferecer, poucos sabem que relativamente perto dela, tem muito mais. Para citar alguns, começo pelo Palácio de Cheverny.
Um pequeno palácio de gigantes dimensões cercado por água. Maravilhosa escadaria e fascinante biblioteca. No edifício das cavalariças tem espetáculos todo dia. Curiosidade, tal e como tinha imaginado o famoso creme chantili (chantilly em francês) tem muito a ver com o castelo. Foi nas cozinhas dele que o maître François Vatel, cozinheiro de Luis II fez a descoberta. Chegar até o Castelo de Chantilly é bem fácil com o transporte público (RER, trens regionais).
Versailles
Para quem gosta da vida de Napoleão Bonaparte, visite o Museu Nacional do Château de Malmaison. Foi a casa de campo, poderosa e intimista, do casal Bonaparte, Napoleão e Josefina.
Um edifício com belo jardim a meia hora de Paris, podendo chegar com o metrô até La Défense e depois um ônibus (é muito fácil porque todos param no lugar certo, tem indicador de aonde vai e o tempo para chegar o seguinte).
Foi lá que Josefina morreu e lá que Napoleão chegou depois da derrota de Waterloo para pensar que fazer antes do exílio em Santa Helena.
Obviamente, não pode ir embora sem visitar o Palácio de Versailles e Trianon.
Ali, você vai dedicar um dia quase por completo. Também é muito fácil chegar de trem regional.
Este palácio parece que ficou congelado no tempo e é bem fácil imaginar como era a vida de luxo dos reis com suas festas de nunca acabar.
Foi na Capela Real do Palácio onde se casaram Luis XVI e Maria Antonieta.
As dimensões do lugar deixariam de boca aberta qualquer um (você vai perceber quando entrar na Galeria dos Espelhos), e para aqueles que gostam de números aí vão alguns: tem uns setecentos quartos e chegou a ter até 1.252 chaminés. Os jardins são maravilhosos e oferecem um espetáculo de luz e música que recomendo visitar quando cai o sol, para captar a beleza. A uns 3 km estão os Palácios de Trianon (tranquilo, pode ir a pé ou pegar um pequeno trem de passeio).
Pequeno Trianon
São dois bem diferentes: de um lado o Grande Trianon, com seu estilo francês-italiano e cor rosa, construído por Luis XIV para, sejamos francos, ter seus encontros com sua amante Madame de Montescan, longe das luzes da corte (igual que Madame de Pompadour foi de Luis XV).
Por outro, está o Pequeno Trianon, construído por Luis XV por ordem de Madame de Pompadour (ela morreu antes de ser acabado, mas foi aproveitado pela seguinte favorita do rei) e dado em presente a Maria Antonieta por Luis XVI.
Aquele era o espaço mais íntimo e pessoal de Maria Antonieta, longe do luxo do Palácio de Versailles, um lugar para se sentir como em casa.
Do lado começam uns jardins que levam até a Aldeia da Rainha, uma pequena aldeia idealizada.
Château de Fontainebleau
Tem muito mais a visitar fora da capital francesa.
O Château de Vincennes, um castelo fortaleza medieval, fica bem perto, fácil chegar de metrô, e foi a residência oficial dos reis durante os séculos XII e XVIII.
Lá morou o cardeal Mazarino, teve seu estúdio Carlos V, mas foi sendo deixado pelos investimentos em Versailles. O Marques de Sade ficou preso lá e se diz que a Coroa de Espinhos de Jesus esteve temporariamente no castelo. A Sainte-Chapelle de Vincennes, criada para guardar as relíquias da Paixão, é uma obra mestra do estilo flamboyant que se encontra no interior do castelo.
E não vamos esquecer do Château de Rambouillet; da gótica Basílica e Catedral de Saint Dennis, última morada de muitos reis e rainhas; da Abadia Real de Chaalis; do Palácio de Compiègne com os luxuosos apartamentos de Napoleão I e III; do Château de Maisons-Laffitte, um belo exemplo da arte clássica; ou o Château de Pierrefonds construído, destruído (por ordem do Cardeal Richelieu, ainda que não conseguiu pela imensidade do edifício) e reconstruído novamente por Napoleão I, Bonaparte, com um belo estilo medieval.
Cidade da cerâmica
Tenho que destacar o Château de Fontainebleau, um dos maiores palácios franceses, com um estilo próprio que bebe das águas do maneirismo, e uma beleza inata que vai deleitar os sensos artísticos de qualquer um. Está um pouco longe de Paris, mas a visita realmente merece o tempo.
Igual que os anteriores, pode chegar de transporte público, de forma cômoda e tranquila, lembrando que se comprou o passe de transportes (bem interessante para se movimentar pela cidade), para chegar a esses lugares fora da cidade (com exceção de Vincennes e Saint Dennis) vai ter que comprar outro título de transporte.
Para os que amam os museus e ainda querem mais, fora de Paris tem o Museu do Ar e do Espaço; o Museu Arqueológico Nacional ou o Museu Departamental Maurice Dennis, com obras de simbolistas, dos Nabis e do Pós-impressionismo. Não deixe de visitar Sèvres, a cidade da cerâmica e Villa Saboye, possivelmente a obra mestra de Le Corbusier.
David Sendra Domènech, jornalista, com fotos
Publicado no Aeroporto Jornal – julho/2016
Paris it’s not just Eiffel Tower
David Sendra Domènech, journalist, with photos
The visitor arrives in Paris with fixed ideas. There are usually three things you want to visit: Eiffel Tower (hint: you can buy it on the website, in advance and avoid a few hours in line at the foot of the tower), but you end up going up and down without visiting every floor. The other part they like is the Avenida dos Campos Elísios but they forget that the night becomes beautiful and that the Arc de Triunfo can be visited. I invite the reader, when going to Paris, to climb to the top of the arch and admire the city. Even though it sounds like a lie, the third thing they like is watching a cabaret show. There are several in the city, all well known, but I’ll leave here the indication of Crazy Horse, legendary, intimate and, with absolute certainty, very different from other shows that the city offers.
Well, it’s done. The tourist who goes fast through life has already known what he wanted and is happy. However, I would like you to stay tuned for some tips on what to visit in Paris and very close to it.
For a start, you cannot leave without visiting the Île de la Cité, where the incredible Cathedral of Notre Dame, powerful and mystical, is located. You have to climb to the top, remembering that there is no elevator but almost four hundred steps, and see, very close, the gargoyles. In the square, in front of the Cathedral, is the Archaeological Crypt that has nothing to do with cemeteries but with the remains of the old city. Close by is La Conciergerie, the first royal palace that was also a prison during the French Revolution at the time of the Terror. Marie Antoinette was there, spending her last weeks before the guillotine, and the reconstructed cell where she lived in the last few days can be visited. And since you’ve made it this far, you must visit Sainte-Chapelle, a jewel of 13th century architecture with one of the best examples of radiant Gothic stained glass.
Nor can you simply go and visit the Louvre Museum to admire only the Mona Lisa, also known as A Gioconda. The Museum deserves a day of its tour because it fondly holds countless artistic beauties. In this former royal palace there is the Code of Hammurabi, the Victory of Samothrace, the Seated Scribe or the Venus de Milo, among many other geniuses. And on the way out, don’t worry because you can shop at Carrousel and still take a photo with the famous inverted pyramid from the movie The Da Vinci Code. Taking advantage, I recommend that you buy the Paris Museum Pass for two reasons: first, because you’ll have free entry to almost everything, and second, because with this pass you can sometimes avoid long lines at the entrances. Other museums you might like to visit are the Musée d’Orsay and the modern Center Pompidou. Don’t worry because if you want to spend a month visiting museums in the city, you can get: Picasso, Rodin, Plans-Reliefs, l’Orangerie, Delacroix etc. The museums at the Hôtel National des Invalides are also worth a visit. It is relatively close to the Eiffel Tower and it is there that Napoleon Bonaparte rests. Another important tip: you have to remember that many museums open their doors until the night, even if only on specific days.
Other interesting visits: in the south of the Seine, the Panthéon, in the Latin quarter with its narrow, winding streets. The Panthéon is a Gothic building with the grandeur of Greek architecture and today it is the place where illustrious French characters such as the philosophers Voltaire and Rousseau, the novelists Victor Hugo and Alexandre Dumas, the scientist Marie Curie and Louis Braille, the creator, rest of the reading system for the blind. Six hundred meters away is the Cluny Museum, next to the University of La Sorbonne, with a beautiful and complete collection of medieval art.
I haven’t forgotten the financial district of La Défense with its own triumphal arch (if you stay in the middle you can even see the Arc de Triomphe on the Avenue des Champs Elysees) and wonderful modern buildings and a shopping mall, Les 4 Temps, which makes visitors very happy. Brazilian tourists. The Sacré Coeur Basilica in Montmartre, the Madeleine or a tour of the Hôtel de Ville region can end your stay in the city, without forgetting the boat trip along the Seine. The Paris catacombs or the sewer museum, I recommend to those more adventurous who need to know absolutely everything, for others, choose a green area and relax in the afternoon sun, like any Parisian, perhaps in the Bois de Boulogne.
Let’s go out of town
If we already knew that the city has a lot to offer, few people know that relatively close to it, it has much more. To name a few, I start at Cheverny Palace.
A small palace of gigantic dimensions surrounded by water. Wonderful staircase and fascinating library. There are shows every day in the stables building. Curiosity, as I had imagined, the famous whipped cream (Whipped Cream in French) has a lot to do with the castle. It was in his kitchens that maitre François Vatel, Luis II’s cook, made the discovery. Getting to Chantilly Castle is very easy with public transport (RER, regional trains).
For those who enjoy the life of Napoleon Bonaparte, visit the Château de Malmaison National Museum. It was the powerful and intimate country house of the couple Bonaparte, Napoleon and Josefina. A building with a beautiful garden half an hour from Paris, where you can take the metro to La Défense and then a bus (it’s very easy because everyone stops in the right place, there is an indicator of where you are going and the time to get to the next one). It was there that Josephine died and there that Napoleon arrived after the defeat at Waterloo to think of what to do before his exile to Saint Helena.
Obviously, you cannot leave without visiting the Palace of Versailles and Trianon. There, you will spend a day almost completely. It is also very easy to reach by regional train. This palace looks like it was frozen in time and it’s pretty easy to imagine what the luxury life of kings was like with their never-ending parties. It was in the Royal Chapel of the Palace where Louis XVI and Marie Antoinette got married. The dimensions of the place would leave anyone open-mouthed (you’ll notice it when you enter the Gallery of Mirrors), and for those who like numbers, here are a few: it has about seven hundred rooms and even had up to 1,252 chimneys. The gardens are wonderful and offer a show of light and music that I recommend visiting when the sun sets, to capture the beauty. At about 3 km are the Palaces of Trianon (easy to go, you can walk or take a small train ride). There are two very different ones: on the one hand the Grande Trianon, with its French-Italian style and pink color, built by Louis XIV to, let’s be honest, have his meetings with his mistress Madame de Montescan, far from the lights of the court (just like Madame de Montescan). de Pompadour was by Louis XV). On the other is the Little Trianon, built by Louis XV by order of Madame de Pompadour (she died before it was finished, but was taken advantage of by the king’s next favorite) and given as a gift to Marie Antoinette by Louis XVI. It was Marie Antoinette’s most intimate and personal space, far from the luxury of the Palace of Versailles, a place to feel at home. On the side there are gardens that lead to Aldeia da Rainha, a small idealized village.
There is much more to visit outside the French capital. The Château de Vincennes, a medieval fortress castle, is close by, easy to reach by metro, and was the official residence of kings during the 12th and 18th centuries. Cardinal Mazarino lived there, had his Carlos V studio, but was left behind by investments in Versailles. The Marques de Sade was imprisoned there and it is said that the Crown of Thorns of Jesus was temporarily in the castle. The Sainte-Chapelle de Vincennes, created to guard the relics of the Passion, is a masterpiece of the flamboyant style found inside the castle.
And let’s not forget the Château de Rambouillet; the Gothic Basilica and Cathedral of Saint Dennis, last abode of many kings and queens; the Royal Abbey of Chaalis; from the Palazzo de Compiègne with the luxurious apartments of Napoleon I and III; the Château de Maisons-Laffitte, a fine example of classical art; or the Château de Pierrefonds built, destroyed (by order of Cardinal Richelieu, although it was not possible due to the immensity of the building) and rebuilt again by Napoleon I, Bonaparte, in a beautiful medieval style. I have to highlight the Château de Fontainebleau, one of the greatest French palaces, with its own style that drinks from the waters of mannerism, and an innate beauty that will delight anyone’s artistic senses. It’s a bit far from Paris, but the visit is really worth the time. Just like the previous ones, you can arrive by public transport, in a comfortable and quiet way, remembering that you bought a transport pass (very interesting for moving around the city), to get to these places outside the city (except for Vincennes and Saint Dennis) will have to buy another ticket.
For those who love museums and want more, outside Paris there is the Air and Space Museum; the National Archaeological Museum or the Maurice Dennis Departmental Museum, with works by Symbolists, the Nabis and Post-Impressionism. Be sure to visit Sèvres, the city of pottery and Villa Saboye, possibly the masterpiece of Le Corbusier.
Paris, no es solo la Torre Eiffel
David Sendra Domènech, periodista, con fotografías
El visitante llega a París con las ideas fijas. Suele haber tres cosas que quieres visitar: la Torre Eiffel (pista: puedes comprarla en la web, con antelación y evitar unas horas en la cola al pie de la torre), pero acabas subiendo y bajando sin visitar cada piso. La otra parte que les gusta es la Avenida dos Campos Elísios pero olvidan que la noche se vuelve hermosa y que se puede visitar el Arco de Triunfo. Invito al lector, cuando vaya a París, a subir a lo alto del arco y admirar la ciudad. Aunque suene a mentira, lo tercero que les gusta es ver un espectáculo de cabaret. Hay varios en la ciudad, todos muy conocidos, pero aquí dejo la indicación de Crazy Horse, legendario, íntimo y, con absoluta certeza, muy diferente a otros espectáculos que ofrece la ciudad.
Bueno, ya está hecho. El turista que va rápido por la vida ya ha sabido lo que quería y está contento. Sin embargo, me gustaría que estuvieras atento a algunos consejos sobre qué visitar en París y muy cerca de ella.
Para empezar, no puedes irte sin visitar la Île de la Cité, donde se encuentra la increíble Catedral de Notre Dame, poderosa y mística. Hay que subir hasta lo alto, recordando que no hay ascensor sino casi cuatrocientos escalones, y ver, muy de cerca, las gárgolas. En la plaza, frente a la Catedral, se encuentra la Cripta Arqueológica, que no tiene nada que ver con cementerios sino con los restos de la ciudad vieja. Muy cerca se encuentra La Conciergerie, el primer palacio real que también fue prisión durante la Revolución Francesa en la época del Terror. Allí estuvo María Antonieta, pasando sus últimas semanas antes de la guillotina, y se puede visitar la celda, reconstruida, donde vivió en los últimos días. Y como ha llegado hasta aquí, debe visitar Sainte-Chapelle, una joya de la arquitectura del siglo XIII con uno de los mejores ejemplos de vidrieras góticas radiantes.
Tampoco puedes simplemente ir a visitar el Museo del Louvre para admirar solo la Mona Lisa, también conocida como A Gioconda. El Museo merece un día de su recorrido porque guarda con cariño innumerables bellezas artísticas. En este antiguo palacio real se encuentra el Código de Hammurabi, la Victoria de Samotracia, el Escriba Sentado o la Venus de Milo, entre muchos otros genios. Y al salir, no te preocupes porque puedes comprar en Carrousel y aún así tomar una foto con la famosa pirámide invertida de la película El código Da Vinci. Aprovechando esto, te recomiendo que compres el Paris Museum Pass por dos motivos: primero, porque tendrás entrada gratuita a casi todo, y segundo, porque con este pase a veces puedes evitar largas filas en las entradas. Otros museos que le gustaría visitar son el Musée d’Orsay y el moderno Centre Pompidou. No te preocupes porque si quieres pasar un mes visitando los museos de la ciudad, puedes conseguir: Picasso, Rodin, Planos-Relieves, l’Orangerie, Delacroix etc. Los museos del Hôtel National des Invalides también merecen una visita. Está relativamente cerca de la Torre Eiffel y es allí donde descansa Napoleón Bonaparte. Otro consejo importante: hay que recordar que muchos museos abren sus puertas hasta la noche, aunque solo sea en días concretos.
Otras visitas interesantes: en el sur del Sena, el Panteón, en el Barrio Latino con sus calles estrechas y tortuosas. El Panteón es un edificio gótico con la grandeza de la arquitectura griega y hoy es el lugar donde descansan ilustres personajes franceses como los filósofos Voltaire y Rousseau, los novelistas Victor Hugo y Alexandre Dumas, la científica Marie Curie y el creador Louis Braille del sistema de lectura para ciegos. A seiscientos metros se encuentra el Museo Cluny, junto a la Universidad de La Sorbonne, con una hermosa y completa colección de arte medieval.
No me he olvidado del distrito financiero de La Défense con su propio arco de triunfo (si te quedas en el medio incluso puedes ver el Arco de Triunfo en la Avenue des Champs Elysees) y maravillosos edificios modernos y un centro comercial, Les 4 Temps , lo que hace muy felices a los visitantes Turistas brasileños. La Basílica del Sacré Coeur en Montmartre, la Madeleine o un recorrido por la región del Hôtel de Ville pueden terminar su estancia en la ciudad, sin olvidar el viaje en barco por el Sena. Las catacumbas de París o el museo de las cloacas, recomiendo a los más aventureros que necesiten saber absolutamente todo, para otros, elegir una zona verde y relajarse bajo el sol de la tarde, como cualquier parisino, quizás en el Bois de Boulogne.
Salgamos de la ciudad
Si ya sabíamos que la ciudad tiene mucho que ofrecer, pocas personas saben que relativamente cerca de ella, tiene mucho más. Por nombrar algunos, empiezo en Cheverny Palace.
Un pequeño palacio de gigantescas dimensiones rodeado de agua. Maravillosa escalera y fascinante biblioteca. Hay espectáculos todos los días en el edificio de las caballerizas. Curiosidad, como me había imaginado, la famosa nata montada (Whipped Cream en francés) tiene mucho que ver con el castillo. Fue en sus cocinas donde el maitre François Vatel, el cocinero de Luis II, hizo el descubrimiento. Llegar al castillo de Chantilly es muy fácil en transporte público (RER, trenes regionales).
Para aquellos que disfrutan de la vida de Napoleón Bonaparte, visite el Museo Nacional Château de Malmaison. Fue la poderosa e íntima masía de los novios Bonaparte, Napoleón y Josefina. Un edificio con un hermoso jardín a media hora de París, puedes tomar el metro hasta La Défense y luego un autobús (es muy fácil porque todos paran en el lugar correcto, hay un indicador de a dónde vas y la hora de llegar. al siguiente). Fue allí donde murió Josephine y allí llegó Napoleón después de la derrota en Waterloo para pensar qué hacer antes de su exilio a Santa Elena.
Evidentemente, no puedes irte sin visitar el Palacio de Versalles y Trianon. Allí pasarás un día casi completo.
También es muy fácil llegar en tren regional. Este palacio parece congelado en el tiempo y es bastante fácil imaginar cómo era la vida de lujo de los reyes con sus fiestas interminables. Fue en la Capilla Real del Palacio donde se casaron Luis XVI y María Antonieta. Las dimensiones del lugar dejarían a cualquiera con la boca abierta (lo notarás cuando entres a la Galería de los Espejos), y para los que les gusten los números, aquí tienes algunas: tiene alrededor de setecientas habitaciones e incluso tenía hasta 1.252 chimeneas. Los jardines son maravillosos y ofrecen un espectáculo de luz y música que recomiendo visitar cuando se pone el sol, para capturar la belleza. A unos 3 km se encuentran los Palacios de Trianon (tranquilo, puede caminar o tomar un pequeño viaje en tren). Hay dos muy diferentes: por un lado el Grande Trianon, con su estilo franco-italiano y color rosa, construido por Luis XIV para, seamos honestos, tener sus encuentros con su amante Madame de Montescan, lejos de las luces de la corte (como Madame de Montescan). de Pompadour fue de Luis XV). En el otro está el Pequeño Trianon, construido por Luis XV por orden de Madame de Pompadour (murió antes de que estuviera terminado, pero fue utilizado por el próximo favorito del rey) y entregado como regalo a María Antonieta por Luis XVI. Era el espacio más íntimo y personal de María Antonieta, lejos del lujo del Palacio de Versalles, un lugar para sentirse como en casa. En el lateral hay jardines que conducen a Aldeia da Rainha, un pequeño pueblo idealizado.
Hay mucho más para visitar fuera de la capital francesa. El Château de Vincennes, una fortaleza medieval, está cerca, es de fácil acceso en metro y fue la residencia oficial de los reyes durante los siglos XII y XVIII. Allí vivía el cardenal Mazarino, tenía su estudio de Carlos V, pero las inversiones en Versalles lo dejaron atrás. Allí estuvo preso el Marqués de Sade y se dice que la Corona de Espinas de Jesús estuvo temporalmente en el castillo. La Sainte-Chapelle de Vincennes, creada para guardar las reliquias de la Pasión, es una obra maestra del estilo extravagante que se encuentra dentro del castillo.
Y no olvidemos el castillo de Rambouillet; la basílica gótica y la catedral de Saint Dennis, última morada de muchos reyes y reinas; la Abadía Real de Chaalis; del Palazzo de Compiègne con los lujosos apartamentos de Napoleón I y III; el Château de Maisons-Laffitte, un buen ejemplo de arte clásico; o el Castillo de Pierrefonds construido, destruido (por orden del cardenal Richelieu, aunque no fue posible debido a la inmensidad del edificio) y reconstruido nuevamente por Napoleón I, Bonaparte, en un hermoso estilo medieval. Debo destacar el Château de Fontainebleau, uno de los más grandes palacios franceses, con un estilo propio que bebe de las aguas del manierismo, y una belleza innata que deleitará los sentidos artísticos de cualquiera. Está un poco lejos de París, pero la visita realmente vale la pena. Al igual que los anteriores, puedes llegar en transporte público, de forma cómoda y tranquila, recordando que compraste un pase de transporte (muy interesante para moverte por la ciudad), para llegar a estos lugares fuera de la ciudad (excepto Vincennes y Saint Dennis) tendrá que comprar otro billete.
Para aquellos que aman los museos y quieren más, fuera de París está el Museo del Aire y el Espacio; el Museo Arqueológico Nacional o el Museo Departamental Maurice Dennis, con obras de Simbolistas, Nabis y Postimpresionistas. No deje de visitar Sèvres, la ciudad de la cerámica y Villa Saboye, posiblemente la obra maestra de Le Corbusier.