Aproveite sua viagem e coloque na mala um livro para fazer companhia, seja para ler à beira mar, em frente da piscina ou à noite, antes de descansar.
Menos Rotinas, Mais Roteiros
Mais que um relato de experiência, Menos Rotina, Mais Roteiros é um convite para todos aqueles que sonham em tornar as viagens uma realidade, mas nunca conseguiram colocar em prática esse desejo. Com a obra, o escritor e pedagogo Leonardo Silveira mescla os conhecimentos que adquiriu na prática com dicas de economia e organização. É um incentivo para os brasileiros que têm poucas férias e folgas durante o ano, porém querem utilizar estes curtos períodos para viver de uma forma diferente.
Para muitos, sair do país ou até passear sozinho pelo Brasil pode ser sinônimo de apreensão. Entretanto, o autor mostra que combater esse medo é possível. Para ele, dá para fazer viagens solitárias sem perder a diversão – contanto que haja um planejamento prévio e uma maior dedicação. Professor e gestor escolar, o escritor era acostumado a permanecer longos períodos em casa, mesmo quando estava sem demandas no trabalho e nos estudos. Quando tomou coragem para mudar de rotina, nunca mais retornou ao que era antes.
Dividido em três partes, o Menos Rotina, Mais Roteiros começa com a primeira aventura de Leonardo Silveira. Cansado dos mesmos momentos de descanso e próximo de um burnout, ele decidiu ir para a Europa sozinho. Passou por cidades como Barcelona, Madri, Roma, Amsterdã, Paris e Londres. Em cada um desses lugares, além de enfrentar alguns perrengues, descobriu que estar só pode ser um grande aprendizado. Inclusive, ele aconselha aqueles que querem vivenciar o mundo sem companhia a arriscar no sonho.
A segunda seção da obra trata sobre o período de preparação e de planejamento. Ele aborda assuntos como o tempo médio para viajar; dicas para pagar menos em passagens; definição de prioridades; utilização de transporte público; kits de viagem; entretenimento com pouco dinheiro; documentos necessários; segurança; e redução de cansaço.
Por fim, o autor revela aprendizados que adquiriu em relação a refeições, respeito à cultura da região, atividades gratuitas, compras, entre outras questões.
Três mil anos de política
Erros do passado apenas podem ser evitados ao se refletir sobre a história. Com este propósito construtivo em relação ao futuro, o escritor José Luiz Alquéres aborda a evolução da prática política ao traçar um panorama dos eventos mais importantes no curso da humanidade. São, mais precisamente, Três mil anos de política.
Assim como o título, o livro é tão fascinante quanto objetivo. Em 232 páginas, o autor apresenta a história do pensamento político desde a origem, na China e Grécia, passando pelos romanos, a Idade Média, a Idade Moderna e os acontecimentos mais contemporâneos, como o fenômeno do nacionalismo, os modelos totalitários e o neoliberalismo.
“Uma nova classe burguesa emerge nas grandes cidades de então. Gente que privilegia não apenas a arte religiosa, mas também temas mitológicos ou laicos. Gente que participa do governo de suas cidades livres, gente que resiste a pagar taxas para reis e cortes inúteis e dispendiosas. Gente, enfim, que elege o valor liberdade – de agir, pensar, movimentar-se e de comercializar – a um patamar de importância não experimentado anteriormente pela humanidade” escreve à página 107.
Renomado empresário, editor e filantropo, José Luiz Alquéres traduz a essência de cada período por meio de personagens que marcaram a evolução do pensamento político. Santo Agostinho, Spinoza, Montaigne, Hobbes e Marx, entre tantos personagens, mostram que a história da política é, também, a história da própria humanidade.
“As ideias e movimentos políticos não surgem do azul, sem um propósito específico, mas, antes, de homens, sob circunstâncias que se encontram narradas neste delicioso livro”, pontuou o advogado e escritor José Roberto de Castro Neves, prefaciador da obra, que traz, ainda, francas e corajosas críticas do autor sobre os diferentes períodos.
Depois de sumarizar as principais ideologias que prevaleceram nos regimes políticos, Três mil anos de política conduz o leitor pelos temas que dominam a atual discussão, como a crise da democracia e os efeitos da globalização. Para concluir, Alquéres não poderia ser mais eloquente ao apresentar três “razões para esperança” e os desafios, como a necessidade de garantir maior inclusão e representatividade. Uma manifestação candente de apreço aos valores democráticos.
E agora, pra onde?
Para a escritora Tania Moschini, viajar é a “tônica da vida”. Essa paixão é tão grande que inspirou o E agora, pra onde? Relatos de viagens com muitas risadas e emoções, um livro de crônicas sobre momentos engraçados e emocionantes vivenciados mundo afora. Com uma escrita leve, otimista e descontraída, ela retrata experiências protagonizadas em família.
Nos mais de 40 capítulos que integram o livro, a autora leva os leitores para muitos lugares, do Japão ao Pantanal. A partir de seus textos, o público é apresentado a países como China, Chile, Inglaterra, Itália, Peru, Alemanha, entre outros. Há até mesmo viagens nunca feitas, mas que continuam nos planos apesar de estresses anteriores, causados pela necessidade de impor limites às decisões de uma das filhas.
As histórias são sempre narradas pela própria escritora, com presença recorrente do marido, o maior parceiro dessas aventuras, além das três filhas. E agora, pra onde? é também uma obra autobiográfica sobre situações universais de uma vida. A companhia do primeiro amor, a formação de uma família e o crescimento profissional são algumas das questões entrelaçadas nos relatos de viagem.
A autora retrata, por exemplo, os conflitos gerados no núcleo familiar após a busca por independência de uma das filhas em outro continente. Fala ainda dos sentimentos de estar ao lado dos pais depois de adulta, como se retornasse à inocência da infância por breves instantes. Entretanto, essas narrativas em família estão nas entrelinhas, sempre conectadas a eventos cômicos que vão divertir e encantar o público.
“Antes de subirmos ao nosso quarto, fomos até uma farmácia no lobby do hotel. Aí começou o desafio. O Antonio Joaquim, que não fala inglês e muito menos japonês, começou a travar uma luta hercúlea com a atendente, uma japonesinha idosa, simpática, cheia de vontade de nos atender. Tudo em vão. A comunicação não fluía. A frase dele se resumia a isso: “Please, I …” e tossia, na tentativa de fazê-la entender que o problema era gripe e tosse. A senhorinha, paciente, esperava ele parar de tossir para retomar a frase. E ficou nisso. Ele tossindo para se fazer entender e ela esperando educadamente a crise da tosse passar”.
Neste livro, as pessoas mergulham nos relatos de Tania Moschini para serem levadas a outras cidades, mas são conduzidas também por uma trajetória de vida contada através de viagens.
1971: a queda de Haroldo Leon Peres
No dia 23 de novembro de 1971, após idas e vindas, o governador Haroldo Leon Peres decidiu pôr um fim a seu mandato no governo do Paraná. Ao encaminhar pedido de renúncia ao cargo, tornou-se o primeiro e único governador indicado pelo Regime Militar de 1964 a não cumprir integralmente o mandato para o qual foi escolhido. Só este fato é digno de fazer parte da história da República.
Ao deixar o Palácio Iguaçu num episódio que teve o carimbo de uma “cassação revolucionária”, Haroldo passou seus próximos anos buscando se defender da acusação de ter tentado corromper o empresário Cecílio do Rego Almeida.
Mais de 50 anos após a data da renúncia, passou como sendo verdade os fatos narrados nas cinco páginas da matéria de capa da edição n.º 169 da revista “Veja” que circulou com data de 1º de dezembro de 1971 e a manchete: “A lição do esperto Leon Peres”. Logo após começar a circular, ordem do governo federal mandou apreender os exemplares que, então, foram vendidos em fotocópias. É preciso recordar que, à época, o Brasil vivia sob o pesado manto do AI-5.
O livro 1971 – Conspiração, conflitos e corrupção: a queda de Haroldo Leon Peres faz um pente fino sobre os 252 dias de governo de Leon Peres e traz à tona novos fatos que alteram o que se sabia até agora sobre esse período.
Escrito por Jair Elias dos Santos Júnior e Jean Luiz Féder, o livro, de 650 páginas, revela documentos do Serviço Nacional de Informação (SNI) que estão sendo divulgados pela primeira vez; de uma operação especial, com autorização de Brasília, para flagrar uma conversa sobre propina a ser paga por Cecílio a representante do governador; os originais de uma entrevista com Leon Peres onde ele faz revisões e adendos e, inclusive, as fotos do encontro do governador com Cecílio na praia de Copacabana. Os autores também tiveram acesso a memorandos do Departamento de Estado dos Estados Unidos que acompanhou os episódios de 1971 de perto.
O caso que ao final envolveu Cecílio do Rego Almeida, um dos maiores empreiteiros do Brasil, e ficou conhecido à época apenas nos bastidores da política nacional, levou à renúncia do governador indicado Haroldo Leon Peres, num episódio até então não muito esclarecido. Ao final da leitura de 1971 – Conspiração, conflitos e corrupção: a queda de Haroldo Leon Peres, será possível o leitor tirar sua própria conclusão: se Haroldo Leon Peres deixou o governo por livre espontânea vontade ou por espontânea pressão.
168 Dias Viajando pelo Mundo
“A beleza de ser um eterno aprendiz”. O verso de Gonzaguinha traduz, de forma poética, a motivação que levou Maria Leopoldina de Castro a realizar sonhos. Após o casamento, ela e o marido embarcaram em uma jornada para explorar o velho continente. A médica, que sempre gostou de fazer anotações, tirar fotos, gravar vídeos e compartilhar tudo, criou o projeto literário 168 dias viajando pelo mundo para dividir com outras pessoas as experiências que eles tiveram ao longo desse itinerário.
Foram 30 mil km percorridos por terra, água e ar, passando por 11 países, 40 cidades e localidades. Variados fenômenos atmosféricos: calor, chuva, ventania, neblina, frio e neve. E diversas altitudes: desde o nível do mar até mais de 2 mil metros. São dois volumes que, para além de um guia turístico com horários de voo, tarifas e relação de hotéis, oferecem histórias sobre as bagagens culturais, sociais e espirituais adquiridas.
Com o intuito de passar informações e dicas sob o olhar de um casal 60+ que preza pelos bons momentos vividos, o diário de bordo é iniciado no volume 1. Por capítulos divididos em semanas, a autora conta histórias sobre os passeios que realizaram, pontos turísticos, descobertas e curiosidades. Ao final de cada destino, um copilado traz as impressões sobre o país. Os primeiros lugares visitados foram: Londres, Escócia e Irlanda. Eles descrevem os passeios pelo Palácio de Buckingham, compartilham como foi pegar o trem “Hogwarts Express” na Plataforma 9 3⁄4 e a experiência de participarem da Oktoberfest em Dublin.
Em Londres, também realizaram um intercâmbio, se inscreveram em um curso de línguas para aprimorar o inglês e conviveram com pessoas de todo o mundo.
Numa narrativa interligada ao livro 1 e estruturado da mesma forma, o volume II é dedicado aos relatos das vivências do casal na França, onde ficaram em um apartamento alugado e experimentaram viver como autênticos franceses. Durante o período de pouco mais de um mês em que estiveram em território francês, visitaram Champagne, Paris, Giverny e Monte Saint-Michel.
Os últimos dois meses da aventura serão contados no volume três, ainda sem data de lançamento. A viagem continuará por Itália, com um cruzeiro pelo Mar Mediterrâneo Ocidental, Suíça, Áustria, República Tcheca, Alemanha, Espanha e Portugal.
Nicodemo – Obituário Sincero dos Jornais de Curitiba
Nicodemo – Obituário Sincero dos Jornais de Curitiba do jornalista Adherbal Fortes de Sá Júnior, é resultado de uma extensa pesquisa realizada ao longo de cinco anos e retrata os desafios enfrentados por jornalistas de veículos comunicação. O jornalista Júlio Zaruch fez uma resenha da obra: “Para contar o que chamou de ‘obituário sincero dos jornais de Curitiba’, Adherbal recorre a um personagem fictício – Nicodemo – um defunto, ‘mascote’ dos alunos que especulavam sobre sua vida pregressa, e que jaz na laje fria de uma das salas do curso de Medicina da UFPR, no interior do chamado em épocas passadas de Palácio da Luz: o prédio da praça Santos Andrade ainda sem as colunas gregas em sua fachada; a versão arquitetônica antiga era muito mais bonita.
Adherbal situa o leitor na Curitiba de antanho, fazendo um detalhado desembarque no cenário da Rua Cruz Machado, onde morou, ‘a antiga, estreita e breve Cruz Machado’ – antes chamada travessa do Thezouro -, ‘que o engenheiro insensível transformou numa via estrutural, maculando boa parte de sua história’. Ao longo da via estavam o Ginásio Paranaense, a secretaria da Fazenda, a praça Santos Dumont, a sinagoga, ‘a fábrica de colchões do Assad’, a funerária Pires. O Juizado de Menores.
Adherbal volta aos tempos das aulas de Medicina Legal do professor Napoleão Teixeira, destaca a contribuição de Nicodemo na formação de tantos doutores e, ainda tomando como ponto de partida a sua Cruz Machado, situa o leitor nos entornos do centro da cidade, da Cinelândia e sua coleção de cinemas de rua, da importância da Rua Ermelino de Leão, que, a partir da Avenida João Pessoa (hoje Luiz Xavier) segue morro acima até desembocar no palácio Garmatter, já transformado em Palácio São Francisco, sede do Governo, diante do belvedere da Praça João Cândido. ‘Alargada e asfaltada, a travessa do Thezouro só piorou’. Uma bela aula de história e geografia de parte da cidade.
Adherbal fala da autocensura e dos jornais alimentados com verbas públicas. Das colunas sociais e de obituários como as mais lidas dos jornais. Do confessionário católico como um departamento de pesquisa da igreja com relação ao comportamento humano e que cria bases para o departamento de marketing agir junto aos fiéis para conquistá-los.
Reporta-se à fundação dos quatro grandes – Gazeta do Povo, O Estado do Paraná, Diário do Paraná, Última Hora -, revelando os primeiros passos de cada um e até detalhes interessantes das negociações. O livro exigiu cinco anos de pesquisas em cartórios, Delegacia Regional do Trabalho e arquivos da Junta Comercial do Paraná, entre outros endereços.
Ao mesmo tempo em que se refere a nomes importantes da imprensa internacional e seus conceitos sobre jornalismo, comunicação, de casos com o de Watergate, que derrubou Nixon, o autor oferece ao leitor um alentado cardápio de personagens locais da missão jornalística: lá estão Hildebrando de Araújo, José Ernesto Erichsen Pereira, Newton Stadler de Souza, Rodrigo de Freitas, João Dedeus Freitas Neto, ‘todos os Freitas que honraram o nome da família’, Colbert Malheiros, Roberto Barrozo, pai e filho, João Féder, Benjamin Lins, Oscar Joseph de Plácido e Silva, Francisco Cunha Pereira Filho, Edmundo Lemanski, Protásio de Carvalho, José Muggiati Sobrinho, Ézio Zanello, Alceu Chichorro, Aristides Mehry, Fernando Camargo, Aramis Millarch, Percival Charquetti, Carlos Roberto Maranhão, Celina Luz, Ubaldo Siqueira, Airton Baptista, Abdo Aref Kudry, Mussa José Assis, Odone Fortes Martins, os governadores Moisés Lupion, Bento Munhoz da Rocha Neto, Ney Braga, Paulo Pimentel, Leon Peres (nomeado e cassado pelo governo militar).
Adherbal vai à primeira eleição direta para prefeito de Curitiba depois da queda da ditadura do Estado Novo de Getúlio Vargas e a influência de uma certa Liga Eleitoral Católica na eleição de Ney Braga e a derrocada de um candidato do governo até então considerado imbatível, em 1954. Reporta-se à Guerra do Pente, que levou até tanques do Exército à rua e durou três dias; teria começado pela discussão entre um comerciante da praça Tiradentes e um sargento (ou subtenente) da Polícia Militar, que exigiu nota fiscal pela compra de um pente de míseros 15 cruzeiros (moeda da época). Adherbal também cita outra versão.
E no correr das páginas, onde exercita sua escrita leve, objetiva, bem-humorada e convidativa, Adherbal fala do nascimento e morte de jornais como Correio do Paraná, Correio de Notícias, O Estado do Paraná, Diário do Paraná (em suas duas versões), Gazeta do Povo, Voz do Paraná, Paraná Esportivo, Diário Popular, Última Hora, Diário da Tarde, O Dia, A Tarde, com citação breve de três que ainda resistem ao tempo e podem ser comprados em banca: Tribuna do Paraná, Bem Paraná (sucessor do Jornal de Curitiba e do Jornal do Estado) e Diário Indústria & Comércio do Paraná. Há um capítulo detalhado sobre a grande greve dos jornalistas em 1963. E casos policiais envolvendo gente famosa.
O livro é uma saborosa viagem pelas páginas impressas dos veículos que marcaram época antes do advento das nem sempre bem-vindas – mas inevitáveis – redes sociais”.