A indústria automobilística está em uma fase de transição e, daqui para frente, cada vez mais será comum vermos lançamentos de carros híbridos ou totalmente elétricos. Para testar o interesse do brasileiro a VW trouxe em novembro de 2019, 99 unidades do Golf GTE 2020 da sétima geração, todos azuis, que não são mais produzidos, e os disponibilizou somente em São Paulo, Brasília e Curitiba pelo valor de R$ 199.990,00.

O Golf tornou-se um clássico por méritos próprios, aliando confiabilidade, avanços tecnológicos e prazer ao dirigir. Não é à toa que na Europa já foi lançada a oitava geração. Lembram da Kombi última geração? A VW colocou à venda um lote por R$ 88 mil e todas foram vendidas. Hoje são peças raras e valiosas. Não creio que a mesma lógica sirva para atestar os quase 200 mil pedidos no Golf GTE.

Tivemos apenas cinco dias para avaliar este carro, e aqui estão os resultados.

Segurança

Extremamente confortável, o interior tem linhas sóbrias, acabamento impecável, bancos que acomodam muito bem, com tecido xadrez azul, bem ao gosto alemão, porém todos os ajustes são manuais. Quadro de instrumentos digital active info display, painel emborrachado, central multimídia Discover Pro de 9,2’ com controle por gestos, volante multifuncional com excelente pegada, aletas e revestido em couro, ar digital de duas zonas, teto solar e freio de estacionamento eletrônico com brake hold.

Quanto a segurança são sete airbags, faróis full led, piloto automático adaptativo e front assist que aceleram e freiam o carro de acordo com a programação feita pelo motorista tornando as viagens muito mais seguras, além do controle eletrônico de estabilidade e detector de fadiga.

Na parte mecânica está o segredo de seu desempenho excepcional. Dois motores, o conhecido 1.4 turbo de 150 cv com 25 Kgmf de torque mais um elétrico de 75 kw e 33 kgmf de torque que conjugados fornecem 204 cv. O câmbio é um DSG de dupla embreagem e 6 velocidades. São cinco modos de condução: totalmente elétrico, híbrido, híbrido para manter a carga das baterias, só convencional que recarrega as baterias e o modo GTE, que utiliza os dois propulsores ao máximo.

A autonomia somente no modo elétrico é de aproximadamente 50 km. O tanque de combustível foi reduzido para 40 litros e transferido para o porta-malas, no lugar do estepe e ao lado da bateria de 12v. Embaixo do banco traseiro onde ficavam, está a bateria do motor elétrico. Caso fure um pneu, o painel avisa e se não conseguir chegar em um posto de serviços, terá que usar o kit reparo.

Acompanha o carro uma extensão com 5 m, acoplada a um transformador que você pode ligar em uma tomada 220v, 20 A, com aterramento. Caso contrário, não carrega.

Rodamos 351 km em percurso misto, cidade estrada. Como não recebemos o carro com as baterias carregadas, o consumo de combustível foi somente de 14 km/l.

O veículo foi cedido pela VW do Brasil.

Carlos Fernando Schrappe Borges

Publicado na Now Boarding – maio/2020

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