A Amazônia está na mídia por ser uma região importante para a sustentabilidade do mundo. São 6,7 milhões de km² que alcançam o Brasil, Peru, Bolívia, Equador, Colômbia e Venezuela. Nessa imensidão vivem 40 mil espécies vegetais, 427 mamíferos, 1.294 aves, 378 répteis, 427 anfíbios e cerca de 3 mil peixes. Uma das maiores biodiversidades do mundo.

E é possível conhecer um pouco disso tudo em três viagens de experiências em três Estados: no Amazonas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Negro; no Acre, dentro da terra indígena Katukina Kaxinawá, e no Pará, em Alter do Chão e na Floresta Nacional dos Tapajós.

Daniel Cabrera, cofundador e diretor executivo da Vivalá, que organiza a viagem, afirma que “manter a floresta em pé tem infinitamente mais valor do que se devastá-la e o Turismo Sustentável é um dos caminhos para isso, por valorizar o meio ambiente, incentivar ribeirinhos e indígenas através do turismo de base comunitário, enaltecendo sua cultura, saberes tradicionais e geração de renda, além de permitir que viajantes das grandes cidades estabeleçam uma conexão profunda com este bioma, aumentando sua consciência ambiental e percepção social do Brasil profundo”.

TURISMO: Amazonas, a terra do boi-bumbá

As viagens podem durar de quatro a oito dias, com a opção de participar de programas em grupos em datas já estipuladas ou em saídas privativas ao longo de todo o ano. As modalidades também variam, entre Turismo de Base Comunitária (TBC) e o Volunturismo, que combina o TBC com o trabalho voluntário, podendo neste caso ter duração de uma a quatro semanas. Em todos os destinos e durante todo o tempo, os viajantes Vivalá são acompanhados por uma equipe de facilitadores e condutores residentes dos Estados visitados e membros das comunidades tradicionais, o que faz com que a experiência seja muito mais enriquecedora.

Thaissa de Albuquerque Sá, de São Paulo, vivenciou os três roteiros. “Eu queria – diz ela – ter um contato com a cultura real. Sem ser aquele turismo forçado. Eu queria realmente ter uma conexão com a comunidade e eu encontrei na Vivalá uma forma de fazer isso me sentindo muito segura. Além disso, senti que eu poderia promover um impacto muito positivo através de um turismo com propósito”. Segundo Thaissa (na foto que abre a matéria), “todas as experiências foram mágicas. Desde o grupo que se forma, a maneira que é conduzida toda a viagem, o planejamento, as atividades que temos e até o contato com as comunidades. Todas as que eu fiz foram extremamente intensas e ricas, de muito aprendizado. Achei que foi uma troca muito grande de ambos os lados”.

Os roteiros

Shanenawa, Acre:  imersão na cultura indígena

O destino Amazônia Shanenawa é uma imersão na cultura indígena desta etnia, com contato com a incrível integração dos Shanenawa com a natureza, o uso de medicinas tradicionais, temas sociais, históricos de como é e foi a vida de sua comunidade e antepassados, além de muita diversão com as brincadeiras.

O ponto de encontro é na capital do Acre, Rio Branco, lugar onde o grupo seguirá para a aldeia. Ao chegar na comunidade, os viajantes se emocionam ao serem recepcionados com cantos e danças, além de poderem participar de uma noite com fogueira e música, pintura corporal, banhos tradicionais da cultura local, trilhas e oficinas.

Shanenawa.

Durante quase uma semana, o grupo estará em total comunhão com o modo de vida dos indígenas Shanenawa, dormindo em barracas ou redes, comendo dos mesmos alimentos, participando das ritualísticas e vivendo como uma única família.

A comunidade foi criada pelo cacique Teka Shanenawa há 13 anos e há menos de um ano estabeleceu sua primeira parceria da história para receber visitantes com a Vivalá. “As expedições trouxeram uma oportunidade inédita para nosso povo. Estamos divulgando nossa cultura, fortalecendo nossa comunidade e gerando emprego e renda dignos. O turismo sustentável da Vivalá veio somar. Nenhuma outra instituição construiu tanto e tão rapidamente conosco”, afirma Teka.

Rio Negro, Amazonas: diversão e cultura junto aos povos ribeirinhos

A expedição para o Rio Negro inicia com todo o grupo se encontrando em Manaus, capital do Amazonas, e é bastante equilibrada em termos de natureza e cultura, já que possui um contato intenso com a população local – os ribeirinhos – e diversas oficinas de saberes tradicionais, como: aprender a fazer artesanato com sementes nativas, dançar carimbó, doces típicos com frutas da Amazônia, culinária local, ervas medicinais e muito mais. A trilha com técnicas de sobrevivência é de baixo nível de dificuldade, sendo acessível para adultos e crianças maiores de 6 anos.

Rio Negro.

O grupo fica hospedado em pousadas de selva que oferecem quartos com banheiros privativos, camas e ar-condicionado.

Desde o embarque no porto de Manaus até o retorno para este mesmo local, todo o transporte é feito por canoas e barcos, tornando a vivência ainda mais imersiva.

Outro destaque deste roteiro é a culinária: os viajantes podem provar os famosos peixes amazônicos, como o tambaqui e o pirarucu, em receitas exclusivas e premiadas – sempre com versões vegetarianas, veganas e para outros tipos de restrições.

Essa experiência garante momentos marcantes na imensidão natural às margens do Rio Negro e permite conhecer a fundo a comunidade local e viver momentos inesquecíveis, seja observando o nascer do sol dentro de canoas ou participando de visitas disponíveis no destino.

Rio Tapajós, Pará: natureza e praias paradisíacas de Alter do Chão

O Rio Tapajós possui uma natureza única, combinando a floresta amazônica com as praias paradisíacas e mundialmente reconhecidas de Alter do Chão.

Durante a expedição, que inicia com todos se encontrando em Alter, o viajante tem uma plena conexão com a natureza, com os sabores únicos da culinária paraense e aproveita para embarcar em uma jornada de navegação em um barco privativo através das águas do Rio Tapajós.

As atrações culturais incluem oficinas de seringa e borracha, artesanato com sementes da floresta e carimbó, além de café da manhã, almoço e jantar feitos com ingredientes nativos e pratos típicos da região.

Rio Tapajós.

Grande parte da viagem acontece na Unidade de Conservação da Floresta Nacional dos Tapajós, onde o grupo fica hospedado em uma pousada e redário familiar das comunidades ribeirinhas. Os quartos são equipados com camas, ventiladores e banheiros, e ainda há a opção de dormir em redes para aproveitar ainda mais a natureza.

Existem duas trilhas floresta adentro, uma de 10 km e outra de 14 km de extensão. Nas paradas, os viajantes aprendem com os guias locais sobre as propriedades medicinais da flora local, ouvem histórias e lendas como a do curupira, visitam mirantes com vistas para o Rio Tapajós e a floresta, curtem mergulhos refrescantes em igarapés e, no ponto alto da caminhada, encontram-se com as gigantescas e milenares Samaúmas, que têm entre 60 e 70 metros de altura.

Com apoio DePropósito Comunicação de Causas

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